quinta-feira, 11 de setembro de 2008

CURITIBA E SUA PROVINCIANA MENTALIDADE



Quem mora em Curitiba saberá do que eu estou falando.

Dizem que por aqui se tem a qualidade de vida de primeiro mundo, planejamento urbano, não há favelas nem filas nos hospitais e a cidade é extremamente limpa.

Bem, infelizmente nenhuma dessas afirmações corresponde à verdade. Mas não é isso o que mais chama a atenção quando alguém vem de fora, e tenta conversar sobre política com o curitibano. Até me faz lembrar que logo depois do 11 de setembro americano, era proibido falar mal do Presidente ou da América. Era anti-patriótico.

Na capital do Paraná temos essa mentalidade instalada há quase QUARENTA ANOS, quando Jaime Lerner assumiu o poder como prefeito "biônico" alçado ao poder pela ditadura militar.

Naquela época era uma cidade planejada. Tinha uns 500, 600 mil habitantes. Sendo bem honesto, comandar uma cidade desse tamanho, não chega a ser tarefa de Hércules. Auxiliada pela severa propaganda, Curitiba foi crescendo e mantendo a imagem de futurista. Hoje tem 3 vezes mais gente e se somarmos a Grande Curitiba chegaremos quase aos 3 milhões de habitantes.

Ainda que tenha crescido,continua sendo "proibido" falar mal da cidade, de seus prefeitos e das suas mazelas. É anti-curitibano. A propaganda política oficial é um primor no sentido da alienação. Um E.T. por aqui, que conseguisse assitir à tv e ler os jornais, pensaria ter errado na hora do pouso. Acharia que aterissou na Suíça.

Fantástico perceber que o número de pontes, viadutos e trincheiras permaneceu praticamente o mesmo desde aquela época. Curitiba estranhamente tem optado por priorizar os semáforos nos lugares de maior tráfego, deixando o congestionamento levar a cidade a índices inacreditaveis de lentidão. Na Avenida Visconde de Guarapuava (uma das principais da cidade) o horário de pico em época de atividade escolar (ou seja, praticamente o ano todo) faz com que se leve até 7 minutos para cruzar um quarteirão dirigindo um carro. Para se cruzar 10 quarteirões desta rua com quase 30, levamos 70 minutos!

Esses são dados do Jornal Gazeta do Povo (aliado ao atual Prefeito Beto Richa, do PSDB; ou seja, insuspeito), ventilados após pesquisas com motoristas de taxi da capital.

Na periferia, semáforos pipocam. Em Curitiba, pasmen! Eles são sinais de progresso. Coisa típica de uma província. Semáforos abrindo e fechando a passagem de ruas que vão de nada, a lugar nenhum. Não é raro em certos bairros da cidade, colocarem o chamado "farol" para regular o trânsito de cerca de 20, 30 carros por hora! Rotatórias bastariam e certamente seriam muito mais baratas ao longo do tempo.

Mas a capital de todos os paranaenses segue deitada em berço esplêndido.

Quem é de Curitiba, certamente há de me entender


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Um comentário:

  1. Olá Marcelo. Também moro em Curitiba e sei bem do que você está falando. Fico triste em perceber que parece que a coisa vai continuar como está. E o grupo RPC pelo jeito quer garantir esta permanência porque está condicionando a realização do debate à desistência de dois candidatos, o que certamente não vai ocorrer. Desse jeito fica bom para o prefeito que não precisa participar de um debate e para o grupo que joga a responsabilidade pela não realização nas costas dos candidatos de oposição.

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