sexta-feira, 12 de setembro de 2008
O ESTIGMA COMUNISTA
Interessante notar como alguns candidatos escondem seus partidos. Pior é notar que isso acontece na esquerda brasileira. No meu modo de ver, compreensível somente até certo ponto.
Durante todo o século passado o mundo viveu um estigma. Os comunistas "comiam" criancinhas. Este e outros boatos maldosos foram competentíssimamente bem implantados pelo status quo capitalista. Mormente claro, no ocidente, área de abrangência dos Estados Unidos.
O fato concreto é que, sendo verdade ou não, foi duro pra muita gente reconhecer que era comunista. Não que simplesmente pegasse mal, era bem pior que isso. Havia casos de perseguição real.
Mas esses anos se foram. A Constituição de 88 igualou a todos e definitivamente deixou em plena legalidade qualquer forma ou ideologia política, de esquerda, direita, radicais ou não.
Em virtude disso me causa muita estranheza reparar que em muitas propagandas eleitorais, sites de candidatos e etc, os candidatos do PCdoB simplesmente não mencionam sua sigla (só onde é realmente obrigatório) e definitivamente, aboliram a foice e o martelo de sua simbologia. Digo isso com tristeza.
Isso se nota no site da Manuela, candidata a prefeita de Porto Alegre (veja). Se não souber de antemão, passará batido o partido ao qual ela é filiada. Já no de Ricardo Gomyde, candidato a prefeito de Curitiba (veja) a foice e o martelo estão lá, mas tão pequenos, que praticamente não se vê. No de Jandira Feghali candidata no Rio de Janeiro, também não se vê o símbolo comunista nem tampouco o nome do partido (veja). No de Jo Moraes, candidata em Belo Horizonte, tem um simbolozinho perdido, lá no pé da página (veja).
Acho uma pena, verdadeiramente. Era hora de se orgulhar de ser do partidão, que enfrentou tanta perseguição injusta e não de se esconder.
Agora, falando dos candidatos a vereador... ah, são um caso à parte. Muitos querem apenas uma sigla para poder se candidatar, que preencha a contento o binômio necessidade x oportunidade. Não são de fato, comunistas. Talvez sequer saibam quem foi Karl Marx.
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Camarada Marcelo - Bom-Dia,
ResponderExcluirNão quero decepcioná-lo, mas no Brasil não existe partidos de esquerda. Esses que aí estão tentam enganar aqueles que confundem as ideologias políticas, uns acreditam se tratar de agremiação partidária de esquerda, outros de centro-esquerda. Mas na realidade todos tem um pé na direita ou na extrema-direita.
Abraços,
Marco Antônio Leite
Nós comunistas argumentamos que democracias não são realmente democráticas, mas na verdade apenas uma ilusão criada pelas classes dominantes, que exercem o poder real. Na análise comunista, a classe trabalhadora nas democracias não tem um voto realmente livre, já que as classes dominantes controlam a mídia e o público em geral já foi doutrinado pela propaganda da classe dominante. De acordo com os comunistas, a democracia real somente é possível sob um sistema socialista.
ResponderExcluirPara ilustrar essa manipulação do povo pelas classes dominantes na hora de se tomar uma decisão importante, podemos tomar o seguinte exemplo: em uma das primeiras decisões democráticas de que se tem notícia, Barrabás foi libertado, e Jesus crucificado.
Um outro exemplo, anterior a este, que poderia ser citado, é o Julgamento e a Condenação de Socrátes.
Mas, entende - se que a democracia, por ser aceita por diversos paises e estados, seja sim uma coisa boa e aceita por muitas denominações.
Abraços, Marco Antônio Leite
Eric Hobsbawn, lúcido como sempre, comenta em "A Era dos Extremos" que na "ditadura" soviética havia clareza e transparência porque afinal de contas, todo mundo sabia quem dava as cartas. Você sabia que não podia ir contra o sistema. Na "democracia" americana, de 4 em 4 anos era preciso inventar desculpas, arranjar argumentos para justificar as barbaridades que o governo fazia. O exemplo de hoje (e de sempre) são as guerras. O governo precisa mentir pra ganhar o apoio popular e, "democraticamente" usar o dinheiro dos impostos em proveito dos amigos do rei, fazendo guerras que só matam pobres e só beneficiam os ricos.
ResponderExcluirPortanto, você não esta cozinhando seus pensamentos e suas conjecturas quanto ao governo socialista/democrático de Evo Morales. Não se iluda com essa tal democracia burguesa, o que o Evo pretende realizar na Bolívia é o socialismo que atenda a maioria do povo miserável. Miseráveis que foram gerados e gestados pelos malandros da extrema-direita boliviana, essa gente não admite que a população pobre seja beneficiada com as riquezas vindas da natureza e que são trabalhadas pelos operários daquele país. Fora "democracia" que só beneficia uma ínfima parcela da população boliviana e, que foi inserido pelo governo Americano através do carniceiro Bush.
ResponderExcluirAbraços, Marco Leite