quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A CULTURA DO INÚTIL



Convém reparar no excesso de notícia que a mídia nos empurra. No trânsito esta tarde, ouvindo uma rádio de notícias notei que no período de meia hora, me foi informado 3 vezes das condições dos aeroportos, 3 vezes sobre o clima (que aliás, estava errado porque dizia que em Curitiba estava um céu claro, mas o mundo caía de tanta chuva) e, num spot de um jornalista cobrindo um confronto entre policiais em São Paulo, ouvi 7 vezes (do mesmo jornalista) num prazo de 1 minuto que os protagonistas da briga eram policiais civís versus policiais militares.


Reparei também que a moça da rádio falou que dos mil e tantos vôos programados para o país hoje, "x" estavam atrasados, alguns cancelados e os outros seguiam normais. A questão, é, que diferença isso faz? Ora, se eu estou para pegar o avião, decerto já estou no aeroporto e portanto, já sei que atrasou. Se eu estou longe do horário de pegar o avião, a notícia que meu vôo vai atrasar ainda não está disponível. Se vou buscar um amigo no aeroporto, tampouco a rádio me informa quais são os vôos atrasados e aqueles que estão no horário.

Ou seja, pra quê serve um boletim sobre as condições nos aeroportos a cada vinte minutos?

E sobre o tempo então? Já repararam que antigamente a previsão do tempo nem sequer tinha espaço fixo na programação? Era uma coisa eventual. Fala sério, faz tanta diferença para quem mora na cidade e não depende do clima para a lavoura, saber se daqui a duas horas vai chover?

Não sei, tenho a impressão que como precisam preencher uma grade de programação o dia todo, nos empurram a necessidade de estarmos bem informados sobre coisas absolutamente descartáveis e inúteis.

----

ps. Aliás, inútil mesmo é ouvir o "comentarista" de economia da BandNews, o Luiz Carlos Mendonça de Barros. Como já falei nesta coluna, que não o conhece, que o compre. Segundo as previsões dele, o mundo vai acabar. Aliás, já acabou.

.

Um comentário:

  1. Apesar de ser a emissora que mais escuto, acho que o comentarista mais sério dela é o José Simão.

    ResponderExcluir