segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O PT NÃO QUER GANHAR EM CURITIBA



Existem certas campanhas eleitorais que são lançadas só pra fazer número. Normalmente para apoiar um outro candidato com maiores chances, descendo a ripa num adversário potencial, ou apenas para projetar o nome do candidato na eleição proporcional seguinte.

Cito o caso de Curitiba. Aqui tínhamos o candidato do PSDB, que foi reeleito no primeiro turno com setenta e tantos por cento dos votos, a candidata do PT, que ficou com cerca de 20%, e os outros. Casos notórios são os do canditado do PMDB apoiado pelo Governador Requião, que foi claramente lançado para fazer número. Hora se dividia em bater no candidato do PSDB Beto Richa, hora falava dos problemas reais da cidade, que em verdade, não são poucos.

Na outra ponta aparecida o obscuro e atrapalhado Lauro Rodrigues, cuja única razão da existência era mandar lenha na candidata do PT. Consta que Rodrigues já foi funcionário do Prefeito Beto Richa em anos passados.

Daí dá pra se verificar se Lauro tinha ou não uma candidatura "laranja"

De todo modo, da experiência do voto podemos filtrar duas coisas sobre a política em Curitiba.

A primeira é que o PT simplesmente não quer ganhar eleição alguma. É visivelmente incompetente e entrou para a disputa como se estivesse na frente, e não como alguém que está perdendo por quase sessenta pontos de diferença.

Só na última semana foi que começou a discutir com mais severidade apontando os gargalos da administração e do próprio administrador. E foi justamente nessa semana foi que Gleisi Hoffman (mulher do MInistro Paulo Bernardo) subiu nos índices.

Mas na rua todos comentam que a campanha de Gleisi foi light, sem sal e sem açúcar como foi a de Ângelo Vanhoni, há 8 anos atrás, quando pela primeira vez Curitiba viu a possibilidade de ver substituída a trupe que atualmente, completa cerca de 40 anos no poder. Vanhoni começou os trabalhos para o segundo turno lendo um poema na televisão! O fim da corrida foi decretado já naquele dia. O povo ficou pasmo e o comentário era geral.

E isso porque Vanhoni concorria contra um candidato que segundo a voz das ruas, não assentou "um tijlo" na cidade. Esta figura competentíssima se chama Cassio Taniguchi, carinhosamente apelidado de "Ca$$io". Assim, com dois cifrões no nome.

Quem dirá agora com Gleisi concorrendo com Beto Richa, um "mestre" de obras fantástico.

A cidade foi transformada num lugar insuportável de se trafegar de automóvel, mas isso agradou os curitibanos porque segundo a visão dominante da cidade (uma província não declarada de São Paulo) desenvolvimento e progresso é isso. Obra na rua. Não importa para que ela sirva ou se estão destruindo alguma coisa pra construir outra exatamente igual no lugar. O que importa é obra.

Desse jeito, Curitiba vai se tornar um dos últimos redutos governados ad eternum por integrantes do PSDB e do DEM. Curitiba e São Paulo, que muito possivelmente reelegrá Kassab.

Sem chance de mudança de ares em Curitiba. A tal democracia que dizem existir, com a alternância de poder, por aqui, não aparece.

E a outra coisa que chama a atenção nesta campanha municipal é justamente o excesso de partidos de aluguel. "Zilhões" de siglas são criadas para poderem comercializar seus horários de mídia com os partidos grandes.

Isto sim é vergonha da grossa. Gente que não tem sequer um representante na Câmara de Vereadores alugando sua plataforma para que determinado candidato possa falar mal de outro, sem aparecer.

E isso, o TSE vai ver?

Creio que não. A atribuição é legislativa da Câmara dos Deputados. Dirão que não podem interferir na harmonia dos poderes.

(Não podem nesse caso, claro. Porque em diversos outros estamos cansados de ver ingerência das mais altas cabeças do poder judiciário).

É essa uma das facetas da política que me causa extremada náusea.


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