O Terra Magazine entrevistou o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP. Vejamos:
Terra Magazine - O confronto de ontem dificulta a relação com a Polícia Militar?
José Martins Leal - De jeito nenhum. Nós não temos nada contra a Polícia Militar. Ela estava cumprindo o papel dela, e quem deu a ordem (de confrontar com os manifestantes) foi o governador. Se o governador nos recebesse ao longo desse ano, ou se não nos deixasse ontem esperando duas horas e meia debaixo de chuva, dizendo que ia formar uma comissão para nos receber... Nós estávamos ali pacientemente, segurando 2500 pessoas. É uma coisa difícil, cada um tem uma cabeça diferente. Mas chegou uma hora que alguns mais exaltados avançaram - avançaram em direção ao Palácio, não para o confronto.
O governador acusou a greve de ter sido instrumentalizada politicamente. Isso é verdade?
Não é verdade. Ele deveria explicar por que a nossa data-base, que é o dia 1° de março, não foi cumprida até agora, por que ele ficou até julho sem querer nos receber todas as vezes que batíamos na porta do Palácio do Governo. Ele devia explicar isso antes de falar uma mentira tão deslavada. Essa é uma mentira. Aliás, é próprio desse governo reiterar mentiras. Não só o governador, como também os secretários de Estado. Ele sabe que (a greve) não é politica, mas a ausência de explicações é tão grande que ele vai por esse caminho. O fato de um político dizer que é solidário à nossa causa no nosso microfone não significa que a greve está politizada.
Como está a negociação neste momento?
Não existe nenhuma negociação. O governo não quer conversar. Ele preferiu aquele embate. Ele está pagando para ver, e ele vai se dar muito mal. Eu tenho certeza disso. A cada dia que passa, os ânimos, ao invés de arrefecerem, ficam mais acirrados. Estamos ainda mais entusiasmados para protestar.
A greve e o confronto entre polícias não prejudicam a população?
Nós temos explicado à população que ela tem de ser solidária, até pelas desculpas dadas pelo governo. Na semana passada nossos colegas foram humilhados. Suspendeu-se uma parcela dos serviços por 48 horas, num sinal de boa vontade da categoria. Foram três reuniões; na terceira, entraram às 16h e saíram às 23h para não ter nenhuma proposta decente. É impressionante o descaso que eles têm conosco.
Há uma expectativa de término da greve?
Não. A expectativa de término é termos uma proposta decente. Queremos que ele chegue, em termos de reajuste, a no mínimo 80% do que nós estamos pedindo. Nesse ano o governador José Serra tem R$ 5,5 bilhões para investir no funcionalismo e não colocou um centavo.
Dizem que o seqüestro que levou mais tempo no Brasil para terminar foi esse de Santo André. Não é verdade, desde que o PSDB assumiu o governo e a prefeitura de São Paulo todos nós paulistanos e paulistas nos sentimos enclausurados num sistema ditatorial estilo fascista e com um Mussolini administrando a bagunça que o PSDB criou no estado. Essa quadrilha esta conseguindo manter o funcionário público numa situação vexatório no que concerne a miséria salarial em que estão envolvidos. Quanto ao povo, essa camorra consegue manter na calmaria e no conformismo com a ajuda da podre imprensa burguesa e com o apoio quase unânime dos Deputados Estadual, os quais deixam dúvidas sobre suas condutas. Com isso, podemos se certificar da arrogância que o acomia demonstra ao aparecer nas redes de TV, as quais também dão sustentação política para esse inapto des-governador. Espero que o eleitor paulistano no dia 26/10 não venha cometer uma insanidade e eleger o filhote do momento do dês-governador Serra de nome Kassab Serra. O jeito Serra de des-governar?
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