sábado, 22 de novembro de 2008

QUEM É ESSE TAL DE BARACK?


"Por isso o maior perigo de todos é permitir novos muros dividindo uns dos outros. Os muros entre velhos aliados dividindo os lados do Atlântico não podem existir. Os muros entre países com mais e aqueles com menos não podem existir. Os muros entre raças e tribos, nativos e imigrantes, cristãos e muçulmanos e judeus não podem existir. Estes são muros que agora devemos derrubar. Sabemos que eles caíram antes. Depois de séculos de discórdia o povo da Europa formou uma União de promessa e prosperidade. Aqui, a base de uma coluna construída para marcar a vitória na guerra, nós encontramos o centro de uma Europa em paz. Não apenas os muros caíram em Berlin, mas também em Belfast, onde protestantes e católicos encontraram um modo de viverem juntos; nos Bálcans onde nossa aliança Atlântica deu fim a guerras e levou selvagens criminosos de guerra à justiça; e na África do Sul, onde a luta de pessoas corajosas derrotou o apartheid.

Então a história nos lembra que os muros podem cair. Mas a terefa nunca é fácil. Parcerias reais e progresso verdadeiro requerem trabalho constante e sutentar sacrifícios. Requer desenvolvimento e diplomacia conjunta, do progresso e da paz. Requer aliados que escutem uns aos outros e mais do que tudo, confiem uns nos outros."

Estas são palavras proferidas por Barack Obama em 24 de julho de 2008 em sua visita a Berlim. São palavras bonitas, que podem inspirar diversos sonhos de um mundo pacífico. Obama em sua campanha pregou a paz, ao invés de afirmar que sabe ganhar guerras, como disse McCain.

Se a política externa dos EUA pretendem reconquistar uma imagem positiva, deverá ser fundada no diálogo. "Precisamos de um presidente que queira negociar com todas as nações, aliados ou inimigos".

Fico cá imaginando se Obama tem noção do tremendo pepino que estará carregando a partir de janeiro. Não tenho dúvida de que por mais que ele tenha tentado, não foi capaz de dimensionar o fantástico jogo de interesses que envolvem a Casa Branca. A eleição de Obama não foi claro, como a onda de esquerda que tomou conta da América Latina. Ela foi medida, mensurada a cada centímetro por todos os participantes do jogo político daquele país, dos Senhores da Guerra, do lobby dos remédios, dos fabricantes de automóveis e do petróleo. Quem conhece a América sabe que os Estados Unidos não são uma democracia já faz muitos anos e portanto, não existe a menor possibilidade de um afroamericano ter chegado ao mais alto posto do país sem que isso tenha sido pesado e considerado por muita gente nos bastidores.

Talvez ele realmente venha a ser um divisor de águas. Mas para dividí-las, deverá ter o poder e a obstinação de Moisés. Apoio popular para isso, ele tem e terá de sobra. Obama tem os olhos do mundo voltados pra ele, para seus pensamentos e suas atitudes, mas sabemos que quem sempre mandou no mundo, nunca foi o povo ordinário.


Barack Obama foi elevado à condição do salvador, do novo messias. De um Jesus do século 21.

Talvez bilhões de pessoas no mundo prefiram se deixar acreditar. É mais fácil poder sonhar do que ter que encarar os fatos cruéis de quem realmente, sustenta a política internacional. O poder que está envolvido.

A obamamania foi o frenesí planetário das últimas décadas. Acho que nada tão importante (ou pelo menos, aparentemente importante) aconteceu desde a queda da URSS em 1991.

Teremos outra decepção? E mesmo que ele tente, podem os EUA atualmente mudar alguma coisa no mundo já que eles mesmos não tem mais o poder que tinham até 10 anos atrás?

E indo mais longe, fora do espectro unicamente norte-americano, vimos que o discurso belicista de Bush foi combatido por todos, mas quantos políticos ao redor do globo se aproveitaram da carona dada por ele para instalar seu próprio "estado do terror"? Para acabar com a democracia e "reinventar" a liberdade? Quantos interesses o Obama que o povo quer haveria de contrariar?

E ainda nos restam séculos até janeiro próximo. Quem será realmente Barack Obama?

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