segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

COMO SHAKESPEARE

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George "Butcher" Bush afirma que foi enganado sobre as armas de destruição em massa no Iraque. Mas sua afirmação só vem agora, no apagar das luzes.


Em virtude da grande democracia que são os Estados Unidos, nada o acontecerá, naturalmente. Nem por causa da crise em que jogou o mundo todo (que não foi iniciada por ele, mas por ele foi magistralmente amplificada). Nem por causa 5 mil soldados americanos mortos, nem tampouco, muito menos, aliás, por causa de UM MILHÃO de pessoas mortas no Iraque e Afeganistão em virtude de sua insana sede de poder e dinheiro.

Assim disse o Açougueiro de Washington:

"O fato mais lamentável de toda a presidência tem que ser a falha de inteligência no Iraque. Muitas pessoas colocaram suas reputações à prova e disseram que armas de destruição em massa eram um motivo para retirar Saddam Hussein (...) Acho que não estava preparado para a guerra. Em outras palavras, não fiz uma campanha dizendo 'Por favor vote em mim, eu poderei lidar com um ataque'"

Agora, com a cabeça devidamente colonizada pelos filmes de Hollywood, na América todos se esquecerão do que este homem e seus comparsas fizeram à raça humana. A toda a existência.

Ele faz o mea culpa e se credencia a ser perdoado. Ele foi um grande ingênuo, só isso. A América é ávida pelo perdão. Os cristãos fundamentalistas do norte continuam achando que não há problema maior nas vítimas inocentes do oriente-médio, afinal de contas, rezam por Alá. Para todos os efeitos, não são brancos de olhos azuis morrendo. São apenas pagãos do deserto.

Bush diz que errou. Está tudo certo, ele já reconheceu seu erro. Já pediu perdão.

Mas no jogo de compadres da grande política americana (não só dela, obviamente) também nos causa náuseas o papel incrível da imprensa daquele país. Um dia completamente envolvida pelos ideais republicanos, sem maiores preocupações a respeito das mortes de pessoas inocentes ao redor do mundo. No outro dia, totalmente alicerçada pelos dizeres democratas, quase marxistas que pregam a paz entre os povos.

No sítio da televisão ABC para a qual Bush deu uma entrevista que foi ao ar nesta noite, assim encontramos os dizeres: "Quando pressionado por Gibson, Bush se negou a "especular" se ele teria feito a guerra se soubesse que Hussein não tinha armas de destruição em massa".

Ora, por favor, o repórter Charlie Gibson não "pressionou" Bush coisa alguma. Não pressionou e ao contrário, ele e toda a trupe de assalariados da Casa Branca deram suporte à política genocida dos magnatas estadunidenses durante 8 anos pouco se lixando para o resto da humanidade. Não sem o apoio, não sejamos injustos, de Tony Blair, de Jose Maria Aznar, de Silvio Berlusconi, de Junichiro Koizumi e de tantos outros que mais ou que menos, se beneficiaram do banho de sangue iraquiano e afegão.

Mas agora, claro, tudo acabou. Esta peça chegou ao fim e todos se preparam para vestir novas roupas de novos personagens para a próxima interpretação.

A ação entre amigos terá um novo palco com novas caras.

Como disse Shakespeare: " Se fiz alguma coisa boa em toda a minha vida, dela me arrependo do fundo do coração."


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