sexta-feira, 17 de abril de 2009

KLEIN E A DECEPÇÃO COM OBAMA

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Chamou minha atenção um artigo do NY Times reproduzido pelo Terra Magazine, acerca da opinião de Naomi Klein sobre a "ressaca" e a "decepção" com Obama (clique aqui para ler).

Fico pensando com que cabeça esta boa jornalista pode dizer que se dececpcionou com Barack Obama. Ora, com a cabeça de uma cidadã mediana estadunidense, ou com a cabeça de uma eleitora de esquerda aguerrida que realmente imaginava estar elegendo o salvador da pátria?

Eu mesmo já disse que Obama ficará super no meio termo. Digo em todo santo post que por mais que dele esperemos alguma coisa, ele continua sendo presidente dos Estados Unidos. Isso signfica ter que conduzir um país onde tudo isso que lemos cotidianamente na mídia, faz parte da cultura nacional.

Klein fala do fechamento de Guantánamo. Ora, ela realmente achava que depois de fecharem aquela prisão, seria permitido processar os militares por suas atitudes absurdas? Ou ela não percebe que fazendo isso estariam desenrolando um novelo de complicadíssimas ligações do Pentágono, com a indústria armamentista, da indústria da invasão de outros países para lhes roubarem os recursos, da pilantragem que foi bombardear o Iraque e o Afeganistão sob um acolchoado de mentiras estapafúrdias?

Ingenuidade de Klein. Metade do PIB americano está centrado nas consequências das falcatruas executadas pelo Governo americano, a mando dos poderosos da iniciativa privada.

E a outra metade está baseada no engendramento do sistema financeiro nacional. Ou ela realmente achava que a economia americana tinha o tamanho que eles diziam que tinha? Claro que o governo daquele país injetará mais uma tonelada de dinheiro a fundo perdido apenas pra não ver falidos todos os seus ícones. Isso desmontaria o próprio capitalismo mundial.

Verdade seja dita. Isso agora, não nos ajudaria em nada.

Klein tinha todo o direito de se decepcionar. Mas se fosse mesmo uma esquerdista de carteirinha a ponto de fazer tais cobranças, nem deveria ter votado em Obama. Estava claro no discurso dele que ele mudaria ALGUMAS coisas, mas não mudaria tudo.

Lula fez a mesma coisa. Nos lembremos da Carta ao Povo Brasileiro. Lá ele demonstrava cristalinamente que determinadas barbaridades (como as privatarias) ficariam como estavam. Ou seja, quem levou, levou. Apenas estancaremos a sangria de agora em diante.

É muito fácil agora, depois de definido o jogo, ficar no púlpito batendo a varinha e falando que esses governantes são uns inéptos. Aliás, uma boa fatia da imprensa adora isso. É a chamada crítica pela crítica, que para os menos avisados, pode passar a imagem de uma mídia isenta, fiscalizadora, etc. Coisa que sabemos nós, ela não é!

Klein pode falar o que quiser. Mas não pode fazer parecer que os americanos elegeram Evo Morales e que agora clamam por mudanças. Obama não está desapontando ninguém de bom senso, pelo simples fato de que ele não prometeu desmontar o país e começar tudo do zero.

Se me perguntarem se eu acho isso certo, vou dizer "olha, certo pode até não ser. Não digo que concordo ou gosto disso, mas convenhamos, nem sempre o certo anda de mãos dadas com o que é possível"

Obama está jogando com as cartas que tem em um tabuleiro que já estava alí muito antes de ele sequer ter nascido.

Quem não gosta, tem todo o direito de pegar em armas e fazer a revolução proletária, pois eu verdadeiramente acredito que um país de contornos socialistas seria muito mais justo. Mas honestamente, duvido que naquelas terras haja gente com cojones suficientes para isso.

Aliás, falta mesmo é gente com cérebro, pra isso.

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