segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O ASSESSOR DO SERRA



"Olhe para o céu e verá nuvens. Olhe para o mar e verá ondas. Com um pouco de sorte, olhando para o mar, verá nuvens refletidas, mas jamais verá ondas refletidas no céu.'".

Esta importante parábola demonstra muito bem o clima da tal democracia brasileira. Dependendo de onde está o seu olhar, já saberá o que será visto.

Nos últimos meses, na ânsia da equalização dos números para as eleições, a chamada "grande" imprensa brasileira se comportou como o céu que não reflete as ondas. Ela só mostra o que lhe interessa. É frustrante chegar em alguma reunião de amigos, onde inevitavelmente depois de um certo tempo a conversa deriva para a política, e ouvir exclamações como a "tentativa do PT de censurar a imprensa" e "toda essa corrupção que está aí". É frustrante porque se nota sem nenhuma margem para erro, que a fonte de informação da pessoa é a mídia partidarizada do país. Se informar por ela, não é um problema. Problema é acreditar em tudo o que ela diz.

Assim sendo, muito competentemente a mídia conseguiu colar no PT a imagem de partido corrupto. E como não noticia os desvios de mais ninguém, fica parecendo que só um lado é bandido. Aí temos uma classe-média raivosa, que não entende muito bem o que está acontecendo, mas como "leu na Veja", se abastece de razão e parte para o ataque. De maneira geral, não tem a menor idéia de que está sendo grosseiramente maninpulada. 

Usassem o cérebro, não seria difícil notar a manipulação, mas como essa não é a especialidade dos medianos (no mundo inteiro, não é privilégio da classe-média do Brasil), vão fazendo o jogo de quem manda na mídia.

No debate da Bandeirantes que abriu o ciclo do segundo turno nas eleições, percebemos um caso clássico. Quando Dilma perguntou para Serra sobre seu assessor corrupto que fugiu com 4 milhões, silêncio no estúdio. Foi o clássico "ops". Aquilo não estava no script. Não estava porque o imprensalão nunca noticiou  tal fato (exceto em notinhas no pé das páginas, atrás dos classificados). No Brasil, só se pode denunciar corrupção se ela colocar em maus lençóis quem a direita odeia. Se for pra falar a verdade, a brincadeira perde a graça. Ficaria claro que não é bem assim.

Neste parágrafo da reportagem do Terra sobre o evento no debate, vemos o seguinte:

"No final do primeiro bloco do debate na Rede Bandeirantes, Dilma Rousseff (PT), cobrou de José Serra (PSDB) esclarecimentos sobre Paulo Vieira de Souza, ex-membro do governo tucano em São Paulo que, segundo a petista, "fugiu com R$ 4 milhões de sua campanha". Na plateia, o questionamento deixou os petistas efusivos. Integrantes do PSDB, preocupados com o cerco da imprensa a partir deste instante, prepararam uma saída à francesa do senador eleito Aloysio Nunes, que mantinha relações estreitas com Vieira de Souza. Minutos depois, o senador eleito deixou o estúdio e não retornou."

A semente foi lançada. Mas a única incongruência sobre o dito no Terra é a respeito do tal "cerco da imprensa". Que imprensa? A Veja, o UOL (Folha), o Estadinho e o Globo ignoraram solenemente o que foi dito. Era como olhar para o céu e tentar ver refletidas as ondas do mar.

Não haverá repercussão porque o assunto não interessa. Nessas horas, Serra não tem nada a ver com o que seu assessor fez em nome dele. Para sua campanha. Serra pode se dar ao luxo de "desconhecer" o que seus vassalos fazem. É lícito e justo. Dilma não pode.

Neste vídeo a seguir, da lavra do Esquerdopata, vemos as considerações finais de Dilma no debate, dando uma ripada em Serra.



Neste outro, cortesia do Saraiva, vemos Ciro falando algums verdades sobre o Zezinho, que o imprensalão ignora solenemente:



Clique aqui para ver a Globo escondendo um protesto contra o Serra.
Clique aqui para ver o marketeiro do Serra em ação.
Clique aqui para assistir ao vídeo onde Dilma esculacha a Folha de S. Paulo
Clique aqui para ver que Serra tem Alzheimer.
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