segunda-feira, 28 de maio de 2012

PRIVATARIA: LIXO, ALAGAMENTOS E PONTOS TURÍSTICOS RIFADOS

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Esse blog é saudosista e reconhece isso. Sente falta dos tempos quando Curitiba tinha a qualidade de vida que a deixou famosa no Brasil todo e até em lugares de fora. Anos de descuido depois, não existe nem sombra mais daquele bom e velho lugar.

Esta foto acima foi tirara em pleno sábado, as 16h. Motivo para o congestionamento? Nenhum aparente. Só as intermináveis obras que a Prefeitura jogou nas costas do cidadão que as sustenta, com seu sofrido pagamento de impostos. A Linha Verde, que é o lugar do retrato, é um Taj Mahal absurdo e inútil. A Prefeitura inventou um problema pra vender a solução. E claro, a solução é a mais cara possível. A Linha Verde é o trecho urbano da BR 116. Alguns viadutos e algumas trincheiras poderiam ter perfeitamente dado conta do recado de fazer o trânsito fluir. Mas óbvio, isso não seria caro o suficiente, então não servia. Resolveram fazer coisas supérfluas que não terminam jamais. Faz uns 8 anos que o lugar está em obra. Nem metade do prometido foi feito e o orçamento já estourou em quaquilhões de reais. Chicotada no eleitor curitibano, que parou de prestar atenção em política e deixou na mão de um certo grupelho, aparentemente, não muito bem intencionado.

A ordem é queimar o patrimônio público. Seja na forma de dinheiro, seja na forma de bens privatizados ou "terceirizados", como a demotucanada adora chamar.

Na última semana a Prefeitura foi surpreendida com a denúncia de que querem privatizar três pontos turísticos da cidade. Veja bem, senhores leitores. Privatizar pontos turísticos! Surpreendida porque achava que ninguém ia notar. O edital foi lançado e ao contrário do que manda a lei, não foi divulgado abertamente. A suspeita é o óbvio. Queriam passar na rifa sem ninguém saber, só os interessados no leilão. Sorte que um cidadão atento viu o edital e mandou para as redes sociais. A casa caiu para a Prefeitura. Agora o povo conta com o judiciário pra barrar mais esta aberração.

Vindo para Curitiba, quem é de fora tem se surpreendido. Lixo nas ruas, congestionamentos, alagamentos. Mas a propaganda continua igual. Vivemos na Suíça e não sabemos. Enquanto isso, a Prefeitura censura judicialmente os blogs que mostram o que viramos. Pode isso, Arnaldo?

Clique aqui para ver que o povo pede ações contra a privataria.
Clique aqui para ver Requião desancando a Veja.
Clique aqui para ver a privataria desmedida agindo em Curitiba.
Clique aqui para ver o fracasso da venda de um partido inteiro aos grandes interesses.
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Um comentário:

  1. Mas esse é um problema causado pelo próprio curitibano. As coisas aqui sempre foram de cima pra baixo, sem discussão. O curitibano é um cidadão-bebê, que sempre esperou do poder público as milagrosas soluções. Vota nos de sempre e esquece, esperando a manutenção da perfumaria barata de sempre (parques étnicos temáticos, flores nas Rua das Flores, estacoes-tubo, marketing ufanista, etc.) . É muito afeito ao paternalismo. Sempre gostou de ser enganado com essa história de cidade modelo. Uma cidade não se constrói assim, sem debate, com obras demagogas feitas há muito tempo e para uma população de 300 mil habitantes, que agora se mostram ineficientes. Enquanto a cidade era caracteristicamente interiorana as coisas funcionavam mais ou menos bem; achávamos que a suposta tranquilidade seria eterna, como sói acontecer em cidades pequenas. Agora, que caiu a ficha e Curitiba se descobre metrópole (há outras cidades brasileiras, como BH, São Paulo, Rio, Porto Alegre, que se tornaram metrópoles décadas antes de Curitiba e já conhecem as consequências), os graves problemas de cidade grande aparecem impiedosamente, seja qual governo for. O transporte público, por exemplo, com um modal apenas, e modal defasado, é um dos mais engessados das grandes cidades brasileiras (vide as consequências da greve de meses atrás). O mesmo ocorre com a quase absoluta falta de obras viárias na cidade, que vários governos passados deixaram de fazer. Este atual, quando teve a oportunidade de recuperar o tempo perdido, fê-lo desastradamente. E , com inúmeras coisas a serem feitas, acha que privatizar é o mais simples. Isso é que dá achar que político é pai, não é mesmo curitibano?
    Ricardo

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