quinta-feira, 13 de novembro de 2008
BUSH PASSA O CHAPÉU
Eu nunca achei que durante minha vida, iria chegar a ler uma notícia como essa: (veja aqui no La Nación).
Bush disse que defende o livre mercado, mas que o FMI e o Banco Mundial devem mudar suas estruturas internas de governança. Também falou que deve ser dado maior poder de voto aos emergentes, na medida em que contribuem em maior grau com estas instituições.
Bacana ver isso. Pena que seja só agora, que nós não precisamos mais desta esmola*. Agora que novos bancos de fomento pipocam pelo mundo, como é o caso do Banco del Sur, para o qual Brasil e Venezuela são os maiores contribuintes, eles querem nos fazer crer que ainda devemos dar bola pro nosso antigo carrasco.
Quem não se lembra de todas as barbaridades que a equipe do Fundo exigia de cada um de nós brasileiros e nossos governantes da época aceitavam sem o menor constrangimento?
Tem uma piadinha que sempre me lembro, onde o presidente brasileiro chegava no prédio do FMI, com a barra das calças dobrada, pra não se molhar nas poças d´água. Nisso, o representante do órgão dizia, "pode baixar as calças, senhor presidente". Nosso mandatário da época, relativamente acostumado com esse tipo de pedido, dizia "nossa, não daria pra gente conversar, antes?"
Nada como um dia depois do outro. Um presidente abaixava as calças, um chanceler tirava o sapato no aeroporto (e esse, infelizmente, não era piada), e hoje, o maior assassino dos últimos 50 anos pede nossa complacência, passando o chapéu e nos chamando de "dotô".
Já posso morrer feliz.
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* Se bem que antes de morrer, é necessário tomar muito cuidado. Tem umas pessoas muito dispostas (com a ajuda sempre solícita de nossa democrática imprensa) a voltar e trazer de novo tudo o que tinhamos antes, inclusive a dívida externa e a subserviência internacional. Vale a pena prestar atenção na hora de votar em 2010.
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