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Uma das intenções deste escriba é mostrar que a imprensa brasileira tem lado. Ela é parcial. E o lado dela, não é necessariamente o seu lado, como cidadão.
Lembramos todos do carnaval que foi instalado sobre a morte do Prefeito Celso Daniel, de Santo André. A mídia brasileira colocou no colo do PT o cadáver, insinuando que ele era arquivo e teria sido queimado.
Aliás, foram mais do que insinuações. De toda forma, não deu o resultado esperado. Lula foi eleito e reeleito e hoje se sabe que tudo não passou de encenação de uma imprensa corrupta e comprometida.
Como sabemos que para ela, tudo tem dois pesos e duas medidas e está tudo bem assim, trazemos aqui o breve artigo do jornalista Luciano Martins Costa, publicado no Observatório da Imprensa e reproduzido no Vermelho.
Ele fala justamente do cadáver sobre a mesa da "governadora" Yeda Crusius. Cadáver este, que a mídia finge que não vê.
vejamos:
"A imprensa gaúcha de maior visibilidade aceitou sem qualquer reserva a tese do suicídio, embora o personagem merecesse uma atenção maior.
Marcelo Cavalcante era uma das testemunhas cruciais no processo resultante da chamada ''Operação Rodin'', que investigou fraudes e um amplo esquema de arrecadação ilegal de fundos no Detran gaúcho. Ele estava convocado para prestar depoimento ao Ministério Público Federal após o carnaval.
Seu cadáver foi encontrado no dia 17 de fevereiro, a terça-feira anterior ao carnaval. O enterro foi realizado rapidamente. Talvez com pressa demais para as circunstâncias que envolveram sua morte.
Falta de apetite
O governo gaúcho e a imprensa local anunciaram em uníssono que Marcelo Cavalcante foi induzido ao suicídio por conta de perseguições políticas.
O discurso é tão canhestro que não escapa até ao observador mais distraído a tentativa de jogar o cadáver no colo dos deputados do PSOL, que tentam estimular os jornalistas a prestarem mais atenção ao que pode ser um grande escândalo na administração Yeda Crusius.
O caso guarda algumas semelhanças com o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André, região metropolitana de São Paulo.
Pouco antes de morrer, Cavalcante teria manifestado interesse em entrar para o programa de proteção de testemunhas do Ministério da Justiça. Mas nem de longe isso mereceu da imprensa qualquer menção. A não ser a Folha de S.Paulo, que dedicou alguma atenção ao acontecimento, o assunto parece incapaz de mexer com a curiosidade natural dos jornalistas.
Apenas alguns blogs acompanham o caso. Ninguém foi checar a autópsia, ninguém se interessou em saber se as câmeras da Ponte Juscelino Kubitschek gravaram o suposto suicídio, ninguém tratou de reconstituir os últimos passos do morto.
Estranho. Muito estranho.
Fonte: Observatório da Imprensa
*Jornalista e escritor. Comentário para o programa radiofônico do OI, 2/3/2009"
Por muito menos do que isso, se fosse um cadáver do Governo Federal, já haveria outra gritaria de impeachment.
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