quarta-feira, 29 de abril de 2009

GRIPE SUÍNA. MAIS UM ALARME

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Esta é a imprensa que você ajuda a sustentar, gastando seu rico dinheirinho com a compra de um exemplar nas bancas ou pela assinatura mensal. É esta imprensa irresponsável que pouco tempo atrás, causou mortes devido à overdose de vacina contra a febre amarela, em uma epidemia que nunca aconteceu.

"O noticiário internacional sobre a expansão da gripe suína se divide entre os jornais de maior prestígio, que trazem informações oficiais e recomendações à população, e os chamados tablóides, modo genérico de qualificar a imprensa de má qualidade, que sai com manchetes alarmantes e pouca informação útil. No Brasil, o papel dos tablóides — ou, como chamamos, da imprensa marrom — foi assumido pelo Globo com sua manchete: "Gripe se alastra no mundo e Brasil mostra despreparo".

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa

Nos demais jornais brasileiros e na imprensa internacional de qualidade, a informação predominante dá conta de que a Organização Mundial de Saúde elevou o nível de alerta porque o vírus demonstra capacidade de transmissão entre humanos, o que pode facilitar sua expansão muito rapidamente em grandes cidades.

Embora os casos confirmados se restrinjam a cinco países — México, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Escócia —, O Globo entendeu que o vírus "se alastra no mundo". É um caso de alto alarmismo e baixo jornalismo.

Dos três chamados grandes jornais de influência nacional, O Globo tem se caracterizado pela linguagem menos refinada e pelas escolhas de manchetes mais ruidosas. Quando se trata de casos de corrupção ou de violência extremada, pode-se justificar. Mas, no caso de um risco para a saúde pública, o gosto pelo escândalo pode representar um desserviço à sociedade.

Quando a notícia de um fato que pode causar pânico na população é produzida com os cuidados necessários, um número maior de pessoas procura adotar as medidas recomendadas pelas autoridades e a sociedade reage melhor.

Quando a mesma notícia produz mais alarmismo do que informação útil e segura, o resultado pode ser a irracionalidade coletiva, que reduz as chances de sucesso das ações preventivas.

No caso da gripe suína, todos os grandes jornais, com exceção do Globo, apresentam, em suas primeiras páginas, recomendações e dicas para que os leitores tenham uma idéia mais clara dos cuidados a serem tomados. Entre essas recomendações, uma das mais importantes é evitar a automedicação.

A manchete do Globo distorce a realidade, gera pânico, desinforma e nada garante que ajude a vender jornal. Então, para que o alarmismo?

A escolha do Globo, que contrasta com as dos outros grandes jornais brasileiros, abre espaço para um bom debate sobre liberdade e responsabilidade no jornalismo. Além de informar pouco e fazer muito barulho, a primeira página do Globo de terça-feira (28) mistura a notícia sobre o grave perigo de uma epidemia mundial a querelas da política, ao inserir uma charge no meio da notícia principal. Na charge, o presidente da República aparece desenhado, com um guarda-chuva, sob uma chuva de porcos, e a frase: "Mais essa agora".

Ora, que graça pode haver em ilustrar a notícia sobre o risco de uma pandemia de graves consequências com preocupações eleitorais do presidente da República? Ou será que os editores pretendiam relacionar a figura do presidente à afirmação sacada na manchete, segundo a qual "o Brasil mostra despreparo" para enfrentar um surto de gripe?

No momento em que o Supremo Tribunal Federal se reúne para votar a extinção da Lei de Imprensa, a edição de terça-feira (28) do Globo pode servir como bom exemplo de mau jornalismo — ou de como a liberdade de imprensa deveria ser acompanhada de muita responsabilidade." (leia no Vermelho)

Agora, esqueça se você está realmente esperando que este lixo tupiniquim chamado mídia vá ter algum comprometimento com o cidadão comum. Não teve antes, quando apoiou a ditadura emprestando carros e repórteres bem pagos para auxiliar na tortura e na mutiliação, não teve durante a não-epidemia de febre amarela quando em pânico as pessoas corriam aos postos de vacinação para tomar doses extras desnecessárias, que depois, as vieram a matar; também não teve quando alarmou sobre a crise internacional fazendo a gentileza de justificar aos grandes industriais um bom motivo para que eles dispensassem milhares de pessoas que estavam "sobrando" em suas listas de funcionarios, daí sim, trazendo a crise pois bem sabemos que o desemprego gera mais desemprego. E não terá agora, com a gripe suína.

Não perca seu tempo sendo emburrecido pela imprensa brasileira. Ela não presta.

Leia também os mitos e verdades da gripe suína e as razões pelas quais a imprensa te martela com essa história (aqui)

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