sábado, 22 de agosto de 2009

ZELAYA, DÊ ADEUS À PRESIDÊNCIA

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Este blog já adiantou que seria bobagem esperar o retorno de Zelaya à presidência de Honduras. Obama não quer fazer pressão, porque ele mesmo está sendo pressionado pelos republicanos linha-dura que são quem verdadeiramente mandam na política externa estadunidense. E sem a pressão americana, claro, o presidente golpista daquele país se sente livre para agir.

Ele tem tanta certeza da impunidade, tanta certeza de que Cheney e McCain estão por trás lhe dando guarida que insultou Barack Obama chamando-o de "negrinho". E o que Obama fez? Rigorosamente nada.

Claro que aqui não se esperava um bombardeio sobre as casas dos hondurenhos, como fizeram com o Iraque e os moradores das cavernas do Afeganistão. Mas o mínimo que deveria haver seria uma chamada do embaixador dos Estados Unidos daquele país, como forma de dizer que não se pode ir falando o que quer, desse jeito. Instigando conceitos nazi-facistas. Mas qual o que... Obama não só não chamou o embaixador de volta, como foi este distinto senhor o que comprovadamente esteve por detrás do golpe, oferecendo informação e apoio logístico aos déspotas. Lembremos que por muito menos do que isto, Bush tirou o embaixador da Venezuela e da Bolívia. E olha que lá os presidentes foram eleitos democraticamente, não derrubaram ninguém do poder.

Verdade que Obama atravessa dias difíceis em seu governo. Segundo o Jornal Financial Times, apenas 49% dos estadunidenses apoiam seu governo. E boa parte disso ocorre por causa da política externa. O cidadão americano normal, está acostumado que seu presidente atue na base do "big stick", que é o porrete na mão, contra os países mais fracos (lembremos que os EUA jamais atacaram NENHUM país forte). E como Obama prometeu não invadir lugar algum, os noticiários inflamam sua suposta fraqueza. Pior, com a economia não estando lá aquelas coisas, o nobre Presidente americano tem muitas coisas para se preocupar, além de um "paiséco" produtor de bananas chamado Honduras.

Assim os dias vão passando. Os presidentes dos outros países das Américas, por mais que discursem, não dispõem de instrumentos de pressão eficazes para o retorno da democracia a Honduras. Quase todo o comércio hondurenho está atrelado aos EUA e portanto, só eles tem poder diplomático para fazer alguma coisa. Até porque nós aqui também temos outras coisas graves para nos preocuparmos. Por exemplo, a instalação das bases americanas na Colômbia, sob os augúrios do ex-narcotraficante Álvaro Uribe (veja porque) que ocupa a presidência daquele país.

Aliás, Uribe vem tentando um plebiscito que mude a constituição para que ele possa se candidatar a mais um mandato. Até a presente data, não ví ninguém chiar. Não ví os abobalhados da Band News falarem nada. Não ouvi nossa mídia reclamar.

Afinal, para quem não se lembra, o argumento dos golpistas de Honduras era justamente esse. O Presidente Zelaya ter tentado fazer um plebiscito para descolar mais um mandato. Coisa que eles achavam absurdo. Boris Casoy também achou, mas não disse nada quando FHC pagou 200 mil dólares para cada congressista aprovar a reeleição.

Como a Colômbia é apoiada pelos EUA e por algum motivo que eu realmente desconheço, nossos jornalistas adoram fazer papel de capacho da América, os dois pesos e duas medidas na nossa imprensa, vão continuar prevalecendo. E também vão continuar prevalecendo os dois pesos e as duas medidas da política externa americana.

E Zelaya vai se esquecendo que um dia foi Presidente de seu país.

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