domingo, 11 de outubro de 2009

A AMÉRICA DE OBAMA

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Nesse destaque do Terra vemos que o FBI americano, o equivalente à nossa Polícia Federal tinha uma câmera instalada na ilha americana de Samoa, e gravou imagens do tsunami.

Nada de estranho? Repare no descrito. "Ilha americana".

Não se trata da ilha soberana de Samoa, aqui falamos de uma ilha que é um território americano no Oceano Pacífico. Bem longe das terras continentais dos Estados Unidos.


Uma colônia muito mais próxima da Austrália do que da América. Um lugarejo largado à própria sorte mas de propriedade dos Estados Unidos da América para propósitos bélicos e estratégicos. Seu governante era nomeado pela Marinha estadunidense.

Para um país que criticava as intenções colonialistas da União Soviética*, os EUA até que não se saíam  tão mal no mesmo quesito, não é?

Quando pessoas do mundo todo discordam da vitória de Barack Obama como Nobel da Paz, um detalhe como esse ajuda a compreender a política externa estadunidense. Se metem em tudo! O planeta é seu "quintal", como eles mesmos gostam de dizer.

É bom sinal para o futuro Obama ter vencido o prêmio? Tenho cá minhas dúvidas. Sarkozy disse que era  "o retorno da América". Isso, pra mim, é muito perigoso. Bush apesar de todos os seus crimes contra a humanidade, foi melhor para o resto do mundo do que todos os presidentes "bonzinhos" da América. O que ocorre é que o carniceiro texano mostrou a verdadeira face da América para o resto do planeta. Bill Clinton (aquele de quem FHC dizia que era amigo) fez quase a mesma coisa que Bush, bombardeou o Iraque e os balcãs. Se meteu na América Latina e extorquiu nosso patrimônio como nenhum outro antes dele (aliás, FHC sabe bem do que estamos falando). Só que Clinton era mais esperto. Fazia e ficava na moita. Bush escancarou e isso foi fundamental para o sentimento de libertação dos outros países em relação aos Estados Unidos.

No fundo, nós como seres humanos, devemos agradecer aos céus a existência de George Bush.

Os EUA como nós os conhecemos, seguramente não mais existirão. A América só vai parar de ser um câncer para o mundo, na medida em que seus tentáculos forem sendo eliminados.

Hoje já não são mais sequer uma sombra da potência hegemônica de alguns anos atrás. O planeta que já foi bipolar ( e mais seguro por causa disso) na época da União Soviética, entregou todos os pontos a um único país, que financiou ditaduras, assassinatos, assaltos e o vilipêndio do patrimônio e das riquezas naturais de outros países, mundo afora.

Ao longo de sua história, os EUA protagonizaram uma bandidagem absurda, típica dos filmes hollywoodianos de faroeste. Não havia lei para segurá-los.

Mas morreram pela boca, iguais a um peixe. O capitalismo sem regras que eles tanto pregaram e empurraram goela abaixo daqueles que viam como a escória mundial (os países pobres), foi o que lhes degradou as amarras da própria economia e portanto, da própria existência enquanto potência.

O mundo não ficou pior pelo simples fato de a União Soviética ter deixado de existir. O comunismo "real" que vimos ser aplicado por lá estava errado em muita coisa, precisava ser corrigido. O mundo também não ficará pior com o desaparecimento da América nos moldes como a conhecemos (seguramente os EUA não se desintegrarão como nação federada**).

Pelos acontecimentos do último ano, ficou claro que o capitalismo selvagem que deixa os ricos trilionários e os pobre miseráveis também precisa ser modificado.

O Nobel foi merecido? De jeito nenhum. As câmeras e as ingerências estadunidenses ao redor do mundo mostram que falta muito para um presidente norte-americano merecer levar o Nobel da Paz.


* Estudos sérios indicam que a URSS não tinha intenções expansionistas. Claro que folhetins como a Veja, que modificam a história para aquilo que melhor lhes interesse, jamais reconheceriam uma coisa dessa natureza. O historiador Eric Hobsbawn em seu livro "A Era dos Extremos" trata bem desse assunto. De maneira geral seu território foi ampliado com base em terras contíguas por países que por vontade própria (de seus governantes, claro) resolviam se encaixar ao bloco para deixar o subdesenvolvimento e o atraso tecnológico para trás e para compartilharem os benefícios oferecidos pela nação central, a Rússia.

**Clique aqui para ler a teoria de Igor Panararin sobre a dissolução dos Estados Americanos. Teoria na qual o "inteligente filósofo" Olavo de Carvalho embarcou. Se ele lesse menos a Veja, não teria caído neste ingênuo conto da carochinha.

Clique aqui para ler mais sobre o teatrinho da política internacional.

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