segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

PANARIN E OS EUA SE DECOMPONDO

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No blog do Azenha, e fazendo um tour por muitos veículos informativos do mundo, nos deparamos com os dizeres de Igor Panarin, que é professor na Academia Diplomata do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Algo como nosso Itamaraty.

Ele fala entre outras coisas que os EUA enfrentarão uma dissolução de território, se rachando em 6 partes, que a Rússia será líder na Eurásia e que o rublo tem condições de ser moeda de lastro.

Numa entrevista na Voz da Rússia, que ele concedeu em abril, ele mostra um pouco de seus conhecimentos sobre política externa. Penso que ele não seja ruim afinal, o que entendemos nós de política russa? Mas dá pra ter uma idéia da lógica de Panarin.

Acho que ele não notou que a Rússia não tem a menor condição de direcionar quase nada na Eurásia, pelo menos, não nos próximos poucos anos. Vejamos: o "Eur" da Eurásia já tem outras economias fortes, que não dependem apenas de commodities (que claro, são fantásticos), notadamente a Alemanha, que ainda que esteja a um passo da recessão, é centenas devezes maior do que a economia da Rússia. E o "ásia" já tem, como mesmo dito por ele, seu gigante de plantão que é a China e o Japão que está muuuuuito longe de se tornar uma economia desprezível. Inclusive ele amplia em muito o papel do Rublo. Primeiro é preciso ter uma economia forte, para depois ter uma economia forte. Quais são os parceiros que topariam fazer transações "sérias" na moeda russa? O Quirguistão?

Com os novos acontecimentos, tem gente atirando pra todo lado e os russos não querem ficar de fora, especialmente depois de terem sido vítimas da mesmíssima sacanagem vinda dos americanos em 1991 quando seu Estado se decompôs.

E se damos algum crédito por suas previsões já de 1998, eu digo sem medo de errar: qualquer conhecedor mediano de economia sabia que a hora da América chegaria. Eles tinham uma economia sem lastro desde há muito tempo e isso apenas se agravou na administração Bush.

Ou seja, o que ele fala quanto ao declínio americano, não é novidade para a maioria bem informada (que é uma minoria em relação ao mundo, concordemos), mas sobre a nova guerra civil estadunidense, não sei... eu simplesmente não vejo isso acontecendo.

Porém, que o Império está caindo, está... nisso talvez Igor tenha plena razão.


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Um comentário:

Anônimo disse...

O texto é bastante coerente, porém, há algo que precisa ser corrigido:

O PIB da Alemanha corresponde a pouco menos do dobro do PIB Russo (muito diferente das "centenas de vezes" mencionadas). Nem que se some as economias da União Européia à dos EUA, China, Japão e qualquer outro país do mundo não se chega a 100 vezes o PIB russo...

Eu sei que isso não altera em nada o raciocínio - o rublo não tem condição alguma de ser moeda de lastro e a Rússia, por mais que seja um país de peso, não será lider da Eurásia. Mas o fato é que também não se pode reduzir a quase zero a influência daquele país - sua economia, assim como a brasileira, é uma das maiores do mundo - e em termos geopolíticos o poder bélico também é levado em conta.