sexta-feira, 24 de setembro de 2010

RORIZ E SUA ESPERTEZA

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Este blog não é daqueles que critica o Brasil à toa. 

Aqui se criticam situações e comportamentos. O Brasil é um grande país. Só não é melhor porque tem uma parcela da população que não entende o sentido da palavra "coletivo".

Em alguns lugares, "público" significa de todos. Em outros, "público" significa de ninguém.

Dito isso, entro na exceção de criticar o Brasil. É mesmo o país da piada pronta. 

Roriz zomba do povo quando diz que escolheu a esposa pra entrar em seu lugar, por causa do sobrenome dela. Naturalmente, ele se refere à fidelidade. Como política não inspira confiança, ele não seria bobo de colocar outra pessoa no lugar, e caso ela vença, possa chutar o balde e dar uma banana podre pra ele.

Porém, se ele está na colocação que está nas pesquisas, o eleitor dele merece ser zombado. 

Claro que o problema é que, quando um cidadão vence as eleições, governará a todos, não só os seus próprios eleitores. Não seria má idéia. Daí poder-se-ia separar a tucanolândia e deixar que se explodissem com suas políticas excludentes. Se fossem só os que votassem em Serra a sofrer as consequências do que ele faz, seria ótimo. 

Porém, talvez os mais afetados sejam justamente os que não votam nele. E os que votam mas não enxergam um palmo à frente do nariz.

Quem acompanhou ontem a votação dos Ministros do STF em relação à ficha limpa, teve mesmo o gostinho de ver o que é a tal piada pronta. Não tirando o mérito da qualidade e da fundamentação dos votos, que  são coerentes, o fato de ficar 5 a 5 demonstra como a opinião pública é encarada no Brasil.

Claro que aqui merece a ressalva. A segurança jurídica precisa sempre prevalecer e realmente mudar as regras do jogo durante a partida, é algo temeroso e abre brechas. Isso é a base do jogo democrático.

Bom seria porém, que os ilustres Ministros pensassem sempre assim nos outros julgamentos igualmente importantes. Gilmar Mendes disse com toda a propriedade sobre o perigo de o judiciário jogar para a platéia buscando aplauso fácil. Sim, ele está certo. Porém, jogar sempre contra a platéia buscando "outras" coisas também não é nada bom.

O projeto, sendo de iniciativa popular e aprovado por 90% da população, certamente mereceria mais carinho dos julgadores. 

Volto a dizer. Nenhum demérito aos votos. Todos eles foram muito bem fundamentados e no fundo, estão até certos, mas sim, a opinião pública num caso como esse, precisa ser considerada. É aí que se considera o interesse público. Isso também é a base da democracia.

Mendes fundamentou seu voto na importância do Direito no fato de preservar a minoria injustiçada, contra a maioria enfurecida.

Com isso, citou até a Alemanha nazista.

Só que no caso, a tal "minoria" era por exemplo, Joaquim Roriz. E a maioria, o povo que não acha que ele deva concorrer.

É algo para se pensar.

Clique aqui para ver o escorregão de Mitre e Casoy.
Clique aqui para ver Lula falando o óbvio. Que a imprensa tem partido.
Clique aqui para ver programetes que a tucanolândia tem soltado, por aí.
Clique aqui para assistir ao vídeo onde Dilma esculacha a Folha de S. Paulo.
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