segunda-feira, 12 de maio de 2014

EU NÃO TRABALHO AQUI, MAS QUERO FICAR POR MAIS 4 ANOS

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No Paraná, todos sabem, a coisa está terrível.

O sentimento comum, nas ruas, nos cafés e em qualquer lugar, é que o Estado está sem governo. E está faz 4 anos. 

Tem gente que faz a mesma pergunta que eu faço. O que Beto Richa fez para quebrar o Paraná? Veja, o lugar tinha lá seus defeitos, mas estava longe de ser um lugar arruinado.

Richa entrou e de cara fez uma moratória vergonhosa para o pagamento de fornecedores. Alguns disseram na época, que era uma "chamada pra conversar". Em outras palavras, se você quiser receber, existem agora, umas novas condições implementadas. A conversa é outra, digamos assim. Naquele primeiro momento, o governo não fez moratória para os pequenos fornecedores, até porque, isso pegaria muito mal. Deixou apenas de pagar os grandes. Mais um motivo da suspeita do arranjo. Os caras vão, topam uma nova conversa política e o baile prossegue. Isso poderia ser apenas intriga da oposição, afinal era começo de governo e falavam de tudo. Ou poderia ser verdade.

Muita coisa aconteceu desde sua eleição. O governador costumava no começo, ser poupado pela imprensa normalmente chapa branca. Tanto que quase não lhe fizeram maiores perguntas quando foi pego em São Paulo, em flagrante viajando num helicóptero de um cara que ele "não sabia quem era". É que no mesmo período o petista Paulo Bernardo também fez as viagens dele num helicóptero emprestado. Pro petista pegou mal, pro tucano, pegaram leve. Como de costume, aliás. 

Pra evitar passear em helicóptero de gente rica e amiga, ele achou melhor comprar uns aviões e uns helicópteros, supostamente pras empresas estatais usarem. Na prática, quem usa, é só ele, mesmo.

O tempo passou e depois de tanta baderna, até a Globo resolveu falar umas verdades. 

Você que lê essas linhas, sabe que pra Globo colocar alguém do PSDB na parede, ele precisa ter feito algo muito, mas muito ruim. Ruim pra Globo, claro. Só que nós, aqui da planície, não temos idéia do que poderia ser essa coisa tão ruim.

Bem, ele fez e as coisas começaram a pipocar. O seu desgoverno começou a ficar notório e mesmo assim, Richa não se incomodou. Continuou com seu estilo educado de governar, hora mandando o repórter ir "pesquisar" a resposta, hora dizendo que ele "não trabalha" aqui., por isso não sabe como é que pode alguém mandar ele inaugurar um hospital que não está pronto. Nem o José Serra, aquele que largou a entrevista com Marcia Peltier no meio, porque ela se recusou a perguntar só o que ele queria responder. "Faz de conta que eu não vim", ele falou.

Richa praticamente privatizou a companhia de saneamento do Estado, preferindo entregar lucros aos acionistas, do que investir naquilo que a empresa é obrigada a fazer. E a falta de água impera em bairros da capital e cidades do interior. Dia sim, dia não, o povo fica sem água. Isso claro, sem esquecer que as tarifas aumentaram em porcentagens cavalares. O mesmo destino teve a companhia de energia elétrica do Paraná. Entregue aos "acionistas". O Povo, que se dane, claro. E pagando caro pela energia.

Ninguém está contente com Richa, exceto ele mesmo e seus amigos privilegiados. Não há uma viva alma que diga que o cara realmente governa. Daí ele vai no Roda Viva, um programa abertamente pró-PSDB, com gente da Veja, da Folha e do Estadão, e nem com uma bancada amistosa de jornalistas, consegue tirar a imagem de "piá de prédio", imagem de quem não está acostumado ao trabalho diário, de quem pouco se importa se foi eleito governador. Bom mesmo é andar de Ferrari, ir na Fórmula Truck, viajar pras corridas de Fórmula 1. Passou o tempo todo do programa dizendo que o motivo de ele ser um péssimo governador é do seu antecessor, Roberto Requião, e de sua concorrente nas próximas eleições, a Ministra Gleisi Hoffmann.

Beto claro, não tem culpa de nada. Nem poderia afinal, ele "não trabalha aqui".

Passa o tempo todo respondendo que o Paraná não decola porque a Dilma não lhe empresta 800 milhões de reais. Hm, então quer dizer que ele só faria alguma coisa se tivesse grana emprestada? Claro que esqueceu de dizer que não lhe dão essa grana, porque ele meteu o Estado no "Serasa" e seu crédito na praça simplesmente não existe.

A filosofia tucana de governar prega o liberalismo, o estado mínimo. A ausência de governo. Então como é que ele pode dizer que seu choque de gestão não funciona sem grana da Federação? Sem o Bolsa Família do Governo Federal pra salvar governos que não gostam de trabalhar? Se ele fosse administrador de qualquer empresa privada e fizesse com ela o que fez com o Estado, teria sido mandado embora e processado.

Mas a gente já adianta o que vai acontecer a seguir. Alguém abrirá as torneiras de dinheiro até as eleições e nenhum credor ficará chateado com o governo até lá. Claro que é dinheiro de banco imobiliário, pois em verdade, tais quantias não existem. Só no papel. As eleições serão em outubro, no máximo em novembro com o segundo turno. Mas mesmo assim, serão antes de pagar o décimo terceiro e outros comprometimentos que o Paraná tem tanto com fornecedores, quanto com professores, policiais e seu próprio povo.

Na sequência de vídeos abaixo, o professor e seu pupilo, mostrando na prática, o que só fazem na teoria:



 e o Beto, mostrando que lida bem com perguntas desconfortáveis:

 

 e confirmando que não trabalha aqui:

 

 E aqui, Requião, impagável, explicando o que é um "piá de prédio".

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Estamos bem, no Paraná...
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