FHC CRITICA LULA.

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FHC, do alto de sua sabedoria, novamente criticou o Governo Lula. Há coisas que eu definitivamente não entendo.

Ao olharmos a economia e se nos detivermos a analisá-la por um certo tempo, perceberemos sem grandes dificuldadades que o atual governo brasileiro é o principal responsável por não estarmos mergulhados numa crise catastrófica.

Lentas ou não, se você se despir do preconceito anti-Lula, notará que as medidas foram todas elas muito seguras, não houve pacotes (que sempre assustaram o povo brasileiro), não houve assodamento, nem nada nessa linha.

Quem tem bom senso já notou que verdadeiramente a crise para nós, foi mesmo uma marolinha. Não houve dispensas em massa, tirando alguns empresários (grandes, como a privatizada Vale) que aproveitaram a chance para fazer o que sempre fazem e mais adoram. Deixar o trabalhador de joelhos.

Mas tirando esses senhores feudais que herdaram mega-empresas entregues de graça com a privataria, o fato é que hoje temos um grande potencial consumidor. Lula, desde que assumiu, criou um mercado interno potente, elogiado por diversos outros países e por eles também, cortejado. Bem diferente do que eramos 10 anos atrás, quando o Brasil quebrou por causa da ridícula crise na Ásia.

Lula mascateou e viajou para dezenas de países vendendo a marca Brasil, exatamente como disse que faria, na campanha. Sobre isso, levou muito pau da imprensa. Pois segundo ela, Lula reclamava de seu antecessor mas viajava tanto quanto ele.

Bem, FH viajava a lazer, viajava para falar francês e inglês (que aliás, tem sotaque exagerado e é ruim) e mostrar que era culto, infringindo o protocolo internacional que recomenda, para demonstrar soberania, que se fale a língua de seu próprio país quando se está fora. Cardoso, como era chamado além-mar, preferia parecer culto e jogar a soberania de seu país na lata do lixo.

Por isso não tinha respeito de seus homólogos. FH é vaidoso demais e isso sempre foi seu pior defeito porque burro, sabemos que ele não é.

Nas viagens, Lula ia tirando nossa dependência dos EUA. Hoje, se fossemos tão atrelados a eles como antes, teriamos quebrado junto, como se espatifaram todos os países que tinham como único e maior cliente, a América.  Lula preferiu diversificar pra garantir. Afinal, em economia e futebol, sabemos que quem tem  dois, te um, e quem tem um, não tem nenhum.

O Brasil é outro no cenário mundial. Ninguém nega que muito disso começou nos tempos de Fernando Henrique com a estabilização da economia. Ela foi importante e em verdade, nasceu de uma severa pressão americana e européia para o fim da inflação, já que nosso potencial de consumo era imenso contudo, nunca decolava já que a precária economia do país não permitia que vendessem as mercadorias deles aqui, já que tudo ficava caro demais.

Mas quem lembra dos tempos tucanos e que permita discutir a situação sem rancores, certamente também haverá de reconhecer que a paridade com o dólar foi uma burrice fenomenal, e por pouco não fez conosco o que a mesma paridade fez com a economia argentina. E FHC só manteve a paridade para se reeleger, ou foi coincidência que um mês depois de vencidas as eleições o dólar quadruplicou de preço?  A dívida interna quintuplicou, e o governo não fazia novos investimentos em nada. Deixava tudo ao tal "deus" mercado. Ele que resolvesse, que se auto-regulasse.

Nós vemos muito bem hoje, como o "deus" mercado se auto-regula. Ele faz o que é melhor pra ele, ou seja, para quem o sustenta. Os grandes especuladores de ativos. Ou, o que são os absurdos bônus pagos nos EUA para os executivos das empresas que quebraram a economia? É o deus mercado agindo. Cuidando de seus fiéis.

Grandes empresas cresceram muito com a privataria, mas as pequenas íam desaparecendo rapidamente.  E num país onde 80% dos empregos são gerados fora das grandes empresas. O FMI, nosso grande algoz, mandava e desmandava em nossa casa, empurrando as soluções que claro, não empurram hoje em dia para americanos e europeus. Eramos subservientes e vassalos.

O complexo de vira-latas de cada brasileiro era exagerado. Pensávamos que não eramos nada. Afinal, ninguém nos levava a sério, mesmo. Sequer tinhamos um representante.

Bem, dito tudo isso, volto ao foco do início da conversa. Tem coisas que não entendo.

Poucos dias atrás um grupo de grandes empresários se reuniu com o governo e o elogiou. Falou que realmente o governo está conduzindo bem o país e que são passamos incólumes pela crise, é um fato incontestável que ela não nos pegou, nem nos pegará de calças curtas.

E se essas pessoas são capazes de reconhecer tudo isso, por qual razão sabotam tanto o governo Lula? Por que tanto ódio?

Ou por acaso acham que Serra teria feito o mesmo ao país? Mais, acham que Serra faria melhor se fosse presidente em 2010?

Não se esquecem da cartilha submissa do PSDB? Que sempre priorizou Nova Iorque a São Paulo?

FHC, em seus delírios eternos, afirmou textualmente que o governo atual é incompetente, que medidas como as "dele" deveriam ser tomadas para aliviar os efeitos da crise.

Meu Deus! Ele é megalomaníaco, ou o quê? Será que se esqueceu de como ficamos em 1999 por causa de uma ventania na Ásia? E por culpa exclusiva da política que ele implantou? Nem na ditadura se sucateou tanto o nosso país. Aliás, os militares podiam ser o que fossem, mas eram nacionalistas. Ao contrário de FHC que em seus devaneios, pensa que está em Paris.

Ora, a crise que nos colocou de joelhos há dez anos não foi no centro do capital mundial como é esta de agora. Foi na periferia! Nos anos dourados de Fernando Henrique, quebramos três vezes. Pegamos bilhões de dólares em empréstimos com os bancos internacionais e nossas reservas estavam quase zeradas.

É possível imaginarmos o que seria de nós se estivéssemos, nesse momento, nas mãos insensatas de José Serra ou Geraldo Alckmin? Os tucanos e seus choques de gestão?

O capitalismo precisa de dinheiro circulando. E alguém via o dinheiro circulando naquela época, ou só o via na mão de meia dúzia de amigos do rei?

Ora, ora...

FHC, porque no te callas?

Caso queira refrescar a memória com a postura de dois Presidentes distintos perante a audiência internacional, assista as entrevistas de Fernando Henrique e Lula à BBC e tire suas próprias conclusões.

Clique aqui para ver como funciona o tal choque de gestão de que o PSDB tanto se orgulha
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