quinta-feira, 15 de julho de 2010

ESTADINHO SE ACHA O BOM

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Quase todo brasileiro "civilizado" já ouviu falar algum dia que nosso país produz uma das melhores telenovelas do mundo. Também que tem uma das melhores propagandas e não sei o quê mais.

Bem, a propaganda brasileira já não desponta verdadeiramente em algum festival internacional há muitos anos, segundo os experts no setor. Pra não falar que sou eu que tô mentindo, ouvi isso outro dia de um profissional conceituado da área (me foge o nome) em uma entrevista na BandNews da tucanolândia.

E as novelas? Quem falou que temos uma das melhores do mundo? Bom, a Globo, claro. E falou isso numa época que só ela fazia esses belos exemplares cerebrinos de programação. Hoje, até a Record faz. 

A verdade é que a telenovela brasileira é uma porcaria. Pode até não ser a pior do mundo. Pode até não ser tecnicamente tão pobre quanto a mexicana, mas seguramente, não está entre as melhores. Nem de longe.

Mas era do esquemão da Globo dizer isso. Do mesmo modo que era do esquemão dos figuras de marketing dizer que nossa propaganda era uma das melhores do mundo, quando ela realmente estava entre as que mais despontavam. Dizendo bem, estava. Não está mais faz séculos. Mas pra quem não acompanha o vai e vem do mercado, a nossa propaganda ainda leva essa fama.

Isso estimulava o anunciante a anunciar. Como deve ser.

Assim, temos que a propaganda é mesmo a alma do negócio.

O mesmo fez o estadinho se atribuindo uma importância que não tem. Ao falar que a campanha de Dilma deixou de fazer isso ou começou a fazer aquilo por causa de sua "denúncia" é tratar o cidadão no mínimo, por inocente. Um moleque de 5 anos de idade.

O povo brasileiro dá tanta importância para o que diz o estadinho, quanto dá para o que sai na Veja. Ou seja, menos um na escala de coisas importantes na vida.

Tirando o grupelho que realmente está assustado com "tudo o que está aí" (belo discurso pregado pela esquerda e pela direita radical do PSTU e do DEMo, colocando o mundo todo na mesma panela, pra não precisar mostrar a ausência de pensamento coerente de ideologia), tirando este grupo, mais ninguém presta atenção às fabulosas publicações da imprensa brasileira. O estadinho fala por sí e para sí. A Veja também. 

Num momento em que a publicação da Editora Abril é distribuida de graça na casa das integrantes da liga das senhoras católicas, para ver se convence alguém de alguma coisa, o Jornal do Brasil deixa de circular em meio impresso por não valer mais a pena. Faltam leitores e faltam assinantes. E olha que sequer estou discutindo a qualidade editorial desse jornal. Não o leio tanto assim pra dizer. 

O que pega mesmo é a mudança dos tempos. O cidadão ordinário não está mais disposto a pagar uma grana pra ser enganado. Especialmente quando pode procurar a notícia por seus mais diversos prismas, e de graça, pela internet.

O que acontece hoje em dia é que na grande maioria dos casos, as notícias são prestadas meramente por assessorias de imprensa. Ou seja, cada empresa tem a sua, cada parlamentar o seu, cada zé mané tem alguém pra plantar na imprensa algo que lhes valha a pena.

Trocando em miúdos, tirando as coisas como terremotos, goleiros que matam mulheres, jornalistas do Estadão que atiram na namorada pelas costas e filhos de dono de afiliada da globo que estupram crianças, quase todo o resto se trata por notícia pré-fabricada (e essas últimas, eles tentam esconder). Não existe mais apuração verdadeira. As bombas que desmoralizam as Assembléias Legislativas (como a do Paraná, nesse começo de ano) são frutos tão somente de alguém da mídia que foi contrariado. Ou um grande amigo de algum poderoso da imprensa que resolveu dar o troco em outro político safadão, e por causa disso, botou a boca no mundo.

Nada mais daquele jornalismo romântico que surgiu nos Estados Unidos nos anos 60 e que derrubou Richard Nixon. Hoje a imprensa só publica o que lhe interessa, e interessa àqueles que lhe pagam o salário.

É uma mídia privada, trabalhando para obter lucro. Nada mais.

Então, o estadinho dizer que está botando pra quebrar, que é o danadão das denúncias é rir da cara de seu pseudo leitor.
A campanha de Dilma faz ou deixa de fazer alguma coisa, porque quer. O mesmo se diz da campanha natimorta de Serra. Afinal, se a mídia rendesse votos, Zé Chirico tinha sido eleito em 2002 e seu papagaio em 2006.

A mídia mandava e desmandava até 2001. Mas o povo se deu conta quando FHC enfiou o pé na jaca e não se conteve, tentando vender o país com tudo dentro. Ficou meio na cara e o zé povinho ligou os pontos e percebeu que tinha algo de estranho naquilo tudo.

A partir daquele momento a mídia passou a ser menos importante. O brasileiro notou que "pra ser jornalista, tinha que odiar o Lula", como diz naquela historinha verdadeira da blogsfera.

O estadinho perdeu uma ótima oportunnidade de não se vangloriar por algo que não importa. Além de tudo, fica forçado. Acham que já que ninguém lhes reconhece o mérito, melhor é eles mesmos jogarem confete pra cima e entrarem embaixo.


Clique aqui para ver a atrofia cerebral da Veja.
Clique aqui para ver que o Índio é mais experiente que a Dilma.
Clique aqui para ver a mãozinha que o Ministério Público dá para Serra.
Clique aqui para ver o FHC dizendo que o Serra perdeu.
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2 comentários:

  1. Lamentável sua citação aos 'goleiros do Flamengo que matam mulheres'. Me levou a comentar aqui pela primeira vez. Poderia ser 'jornalistas do Estadão que atiram em mulheres pelas costas' ou 'filhos de dono de afiliada da globo que estupram crianças', o Flamengo não tem nada com isso.

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