quinta-feira, 25 de novembro de 2010

INDÚSTRIA DA MULTA EM CURITIBA

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Diz a lenda britânica que Robin de Locksley ficou indignado com a sede da monarquia inglesa pelos impostos. Por causa disso, começou a roubar dos ricos para dar aos pobres. O que havia é que para sustentar a máquina de guerra e os fabulosos dispêndios do rei Ricardo, o povo era açoitado com tributos cada vez maiores.

A cidade de Curitiba, que vive dizendo que é européia, talvez não tenha seu Robin Hood. Mas certamente tem seu rei Ricardo. Este medíocre escriba é um dos idiotas, entre dezenas de milhares, que é obrigado a contribuir com o famigerado e insaciável apetite da Prefeitura por dinheiro. Nem pergunte para onde esse dinheiro vai. Boa parte de suas burras são preenchidas com a grana de singelas multas de trânsito. Aquelas que, por mais que você não tenha feito nada, é obrigado a pagar. Afinal, como vai produzir prova negativa? Como vai dizer que não fez?

Os fiscais não precisam provar que você fez a infração. Você é quem tem que provar que não fez. E por acaso isso é possível? Não é possível. Portanto, por mais que você recorra, praticamente nunca terá como dar demonstração cabal de que aquela infração que imputam a você, é indevida.

Eis que parado no semáforo outro dia, fico lado a lado com um carrinho verde. O semáforo abriu e como em Curitiba inexplicavelmente algumas ruas importantes simplesmente ficam estreitas de uma quadra para a outra, por causa do afunilamento fui obrigado a acelerar o passo, afim de ultrapassar o carro que estava ao meu lado, e conseguir prosseguir na rua sem bater  de frente em um meio-fio que vai saber por qual motivo, permanece instalado no meio de uma avenida com trânsito de ônibus. 
Contando parece complicado, mas vamos traduzir assim. Me apressei para ultrapassar pra não me estatelar em um obstáculo.

Porém, me apressei dentro dos limites de velocidade e sinalizei adequadamente que entraria na frente do outro veículo. Tudo conforme o figurino. Absolutamente nada ilegal.  Coisa nenhuma teria acontecido se o veículo que eu ultrapassei não fosse o da Diretran. O veículo da empresa criada pela Prefeitura da cidade para entre outras coisas, te multar por qualquer motivo. Uma das razões de tantas multas é sem dúvida,  engordar os cofres do município. Não consigo em pensar em motivo melhor.

Sorrateiramente eis que os motoristas do carrinho verde, porque não gostaram da ultrapassagem (perfeitamente legal, ressalto), tiraram a caneta do bolso e anotaram minha placa. Dias depois eis que chega em minha casa o extrato de autuação.

E agora, como vou provar que a ultrapassagem que eu fiz foi legítima? Ora, eu simplesmente MUDEI DE PISTA e sinalizei tal mudança. Eles por acaso me advertiram na hora pra tentar saber o motivo de minha atitude? Como é que eu vou provar que o que eu fiz não só não é proibido como também é prática comum em qualquer lugar do mundo onde você não queira arrebentar seus pneus em uma calçada que a adminstração pública insiste em deixar atrapalhando no meio da rua?

Pois é. Eu não vou conseguir provar. E por causa disso, morrerei em dezenas de reais e o mais importante, terei pontos assinalados em minha carteira de motorista.

Paralelo a isso, alheia às reclamações de boa parte dos motoristas da cidade, o órgão vai muito bem, obrigado. Seu faturamento não pára de subir. Tudo nas costas do imbecil do contribuinte, também conhecido como cidadão que não deixa de ter seu bolso arrombado a cada nova campanha política; início ou final de mandato.

Indústria da multa? Imagina! Curitiba é primeiro mundo. Não tem dessas coisas.

Clique aqui para saber dos radares de Curitiba. Coisa de "primeiro mundo".
Clique aqui para ver a maravilha dos guardadores de carro em Curitiba.
Clique aqui para ver o motivo da falência da viabilidade de Curitiba.
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3 comentários:

  1. Pois é, conheço esse cruzamento e sei que manobra é essa. Você é apenas mais um motorista amador, que não entende nada de trânsito e fica reclamando, é mais um hipocrita. Devia ter levado outra multa pra deixar de ser besta!!!!!

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  2. No sábado de Carnaval estacionei no centro quase meio dia, o local que eu tinha que ir era ao lado e fechava ao meio dia. Realmente não coloquei cartão porque não encontrei agente na hora, havia um cartão usado no painel que esqueci de retirar. Quando voltei havia uma notificação de infração, aí encontrei a agente que falou que poderia regularizar no Setrans, ruas da cidadania ou acessar pelo site. Obviamente os espaços para regularizar estavam todos fechados durante o feriado prolongado, e como no aviso de infração diz que temos 05 dias corridos para regularizar, então tentei o site. Nas diversas vezes que acessei só dava mensagem de erro, de infração não localizada. Liguei no 156 e o próprio atendente tentou entrar no site e viu o erro no sistema. Registrei a reclamação e recebi como resposta que o site funcionou sem problemas durante o carnaval. Hoje recebi uma multa. Não estou me isentando da minha responsabilidade, apenas quero poder reparar. Eu trabalho na região metropolitana de Curitiba em horário comercial e não tenho quem possa passar na Setrans por mim em horário comercial, como tanto cidadãos trabalhadores. O horário de atendimento da Setrans é das 8:30 às 17:00 hs de segunda a sexta-feira, as ruas da cidadania até as 18:00 hs. Portanto quem trabalha em horário convencional, que é a maioria da população, não tem como ir. Também sugeri no 156 que os horários para regularização na Setrans sejam estendidos, e recebi como resposta que os horários são aqueles mesmos. Somos notificados de infrações até as 19:00 hs e aos sábados, então por que não podemos regularizar também nestes horários? Isso é uma indústria de multa, pois dificulta ao cidadão regularizar infrações. Repito, não estou me esquivando da minha responsabilidade, apenas quero ter condições de regularizar. Antigamente, os agentes vendiam os blocos de estar na rua e era possível resolver o problema imediatamente. Por que pararam de vender? Por que os horários de funcionamento da Setrans são tão restritos para o atendimento ao público e amplos para aplicar multas? É lógico, pra dificultar e impedir a regularização!!! Se isso não é indústria de multa, o que é então?

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  3. Cadê o Ministério Público para investigar essa indústria de multas em Curitiba?

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