segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A VOLTA DA PRIVATIZAÇÃO DA COPEL

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O folclore da Guerra Fria e dos filmes de espionagem da Segunda Guerra nos mostravam dicas de como uma informação se tornava pública, sem ser pública. Eram palavras-chave perdidas no meio das notícias, que davam o caminho das pedras.

Hoje não precisa mais ser assim. Existem modos mais eficientes do que pegar a notícia publicada pelos outros e rebolar pra passar seu recado. Existem publicações "sérias" dispostas a dar o recado em troca de uns tostões.

Já há algum tempo quando você via na capa da Exame que tal empresa era muito boa, o motivo era porque pretendiam vendê-la, ou fazer o preço de suas ações subir. As revistas do segmento funcionavam como corretores de imóveis, de luxo. Matérias pagas a preço de ouro, obviamente.

Esta notícia da famigerada Veja sobre a "não venda" da Copel, a companhia energética do Paraná, dá todas as demonstrações da "dica" fabulosa. Em pouco tempo o Paraná ouvirá que a empresa será leiloada. Se não for da forma convencional, porque trará a fúria dos cidadãos, será da forma escamoteada. Passarão sorrateiramente o controle para os amigos do rei. Como foi o caso da Sanepar, empresa de águas do Paraná. Silenciosamente a direitona entregou o controle aos larápios do bem público. O povo, claro, nem ficou sabendo. Ignora até hoje que o Estado não manda mais no negócio.
O paranaense, que lutou tanto para manter estatal a companhia durante o governo de Jaime Lerner (Era FHC) agora pelo jeito, vai ter que se deparar de novo, com o reinicio da temporada de privatarias.

O Governador Beto Richa, que é do PSDB e "cria" do Lerner ganhou as eleições dizendo que não ia passar a empresa pra frente. Mas na contamão de seu discurso, soltou firulas dizendo que o Estado está quebrado, coisa que obviamente, é falsa. O Estado está quebrado só pra investir em educação, segurança e saúde. Pra outras coisas mais importantes, a viúva tem bastante dinheiro, sim.

É a história do gato que subiu no telhado. Daqui um ano apresentam a conta pro burraldo do eleitor do Paraná, que acredita em tudo o que uma boa propaganda lhe disser.

Acompanhe o texto do Lauro Jardim e veja como são dadas as dicas para quem se interessar na bocada. Ele mostra claramente como a empresa é saudável.

"Durante a disputa pelo governo do Paraná, a Copel (Companhia Paranaense de Energia) foi um dos temas mais fortes da disputa. Acusava-se, então, o favorito Beto Richa de querer privatizar a empresa. Richa sempre negou a intenção. Ganhou a eleição e confirmou sua promessa de não privatizá-la. Agora, passada a eleição, o valor de mercado da Copel aumentou 2 bilhões de reais. Passou de 9,7 bilhões de reais para 11,8 bilhões de reais entre o final de outubro e agora. Uma alta de 21%."*

*E para quem acha que este blog está exagerando, seis meses depois desta postagem original, o tucano Beto Richa está criando uma agência reguladora pra controlar a companhia. Ora, agência reguladora pra quê, se não vai vender? Não teria lógica o Estado fiscalizar o próprio Estado. A única desculpa nesse caso, seria se Richa quisesse criar mais um cabidão de emprego para acomodar os seus, já que o nepostimo que antes ele criticava no anterior governador, não vale pra ele. Pra quem não viu ou não se lembra, Richa declarou em entrevista que empregar parente rico não é nepotismo.

Outra vez o povo do Paraná foi passado para trás. E estou em dúvida se ele aprendeu a lição.


Clique aqui para ver que o Egito já está à venda.
Clique aqui para ver quem a imprensa grande esqueceu durante esses anos.
Clique aqui para ver que os tucanos têm seu próprio Dalai Lama.
Clique aqui para ler a piada no velório do Boechat.
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2 comentários:

  1. Pelo visto não é só o paulista/paulistano que é burro...

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  2. Este demonio do Beto Richa foi quem mais fez campanha pro Serra é um bandido

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