O PÃO E O CIRCO DE BOECHAT

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No curtíssimo espaço de 20 minutos na manhã desta quarta-feira ouvi coisas que me chamaram a atenção, mas não me surpreenderam.Ouvindo o rádio na BandNews, e ego-jornalista (ego, não eco) Ricardo Boechat deixa pública por 3 vezes sua falta de noção ou no mínimo, sua falta de compromisso com aqueles que o escutam.

Falando do tão criticado livro do Ministério da Educação, que segundo a imprensa, ensinaria os estudantes a falarem errado; mais ou menos assim disse Boechat: "Depois de receber e-mails de educadores e de gente que entende do assunto, e depois de eu mesmo embarcar na gozação do livro, fui convencido de que era um livro para adultos e que não estava ensinando errado. Estava sim, apenas mostrando que existia uma forma coloquial e outra formal de dizer as coisas". Também deu outras explicações que os "entendidos" lhe passaram.

Um pouco antes, também falou que quando mencionou ontem que não aceitava o "controle" de gastos no cartão de crédito porque achava que o Governo estava interferindo em sua vida pessoal, recebeu mensagens de ouvintes e de "pessoas do ramo", mostrando que o tal controle ao qual ele se referia, era apenas um instrumento macroeconômico de controle de inflação. Ora, se você quiser continuar gastando, fique à vontade. O que o Governo tão criticado pretendia, era implantar um instrumento de política econômica, como se faz em qualquer país civilizado do mundo para segurar aqueles que adoram estourar os preços. Diminuindo o consumo, por consequência, diminui a procura e portanto, a oferta precisa ser mais barata.

Mais tarde, ao falar com a colonista (como diz PHA) Monica Bergamo, Boechat soltou a pérola maior. Que a bola da vez, Antonio Palocci, mesmo depois de passar pelo crivo de procuradores e de juízes, deveria ir até uma comissão especialmente montada, com integrantes da oposição, e revelar o que contratualmente não pode revelar. Os clientes de sua consultoria. Haveria então, o "compromisso" da oposição de não vazar nada. Claro! Entre os integrantes da comissão, estariam Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e o ET de Varginha.

Sobre os dois primeiros assuntos, convém reparar. Se o próprio Boechat diz que não tinha conhecimento suficiente sobre aquilo que falava, e mais, sobre aquilo de que fazia troça e ridicularizava, por que continuava? Não é papel da imprensa informar, apenas? Ou é papel da imprensa falar o que pensa, não importando se é verdade ou  não? A mídia radiofônica e a televisiva não são concessões públicas, entregues pela sociedade aos grupos que as exploram? Eles não deveriam ter o compromisso público de não enganar, não induzir, não conduzir as coisas conforme aquilo que melhor lhes interessa, ou melhor interessa aos seus patrões?

Nada. Que se dane a obrigatoriedade e a ética. Moralidade é apenas para os outros. A imprensa não está sujeita a regra nenhuma. Faz o que quer.

Sobre a comissão com os integrantes da oposição, nem é necessário falar nada. Propor uma coisa tão tola só poderia ser obra de um ingênuo ou um total mal intencionado. Se Boechat realmente quisesse esclarecimentos, sabe muito bem que há outros meios legais para tanto. Como ingênuo sabemos que ele não é, o que mais resta?

Não se trata de defender o Governo, como nos acusam alguns leitores. Esse não é um blog petista. Mas não enxergar o óbvio é expediente de quem gosta de continuar sendo massa de manobra. Não é nosso caso.

Nossa mídia continua fazendo o que sempre fez, especialmente depois do golpe de 64, evento o qual, lhe deu muito dinheiro (aos patrões) e influência. Continua mentindo descaradamente e tratando o povo como imbecil. 

Clique aqui para ver que tem gente que gostaria de implantar o pedágio urbano em Curitiba.

Clique aqui para ver FHC chamando de novo, Lula para disputar uma eleição contra ele.
Clique aqui para ver Serra levando bordoada de um mexicano.

Clique aqui para ver a Folha censurando blog.

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