terça-feira, 5 de maio de 2009

A DITADURA E A IMPRENSA

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O Vermelho trouxe um texto, veiculado pelo Estadão e outras agências, mostrando como o governo militar fazia para debelar imprensa nanica em nosso país.

Aliás, convém reparar bem nas palavras de Passarinho, a imprensa NANICA era muito violenta. Sabemos que os não nanicos eram bem dóceis com a ditadura. A Folha, o Estadão e O Globo não nos deixam mentir.

Depois de lido este post, dê uma olhada nos links que mostram inclusive certos senhores ilibados da nossa imprensa, que faziam parte do CCC, grupo neonazista que aniquilava comunistas.


Alguns trechos:

"Uma operação secreta de uso da Receita Federal para exterminar a imprensa alternativa foi desencadeada entre 1976 e 1978 pelo governo Ernesto Geisel (1974-1979). É o que mostram documentos sigilosos da extinta Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça (DSI-MJ), obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo e divulgados nesta segunda-feira (4).

Embora notabilizado pela suspensão da censura a jornais, pelo fim da tortura de presos políticos e pela distensão "lenta, segura e gradual", o general, penúltimo ditador do ciclo militar de 1964, autorizou a ofensiva contra os pequenos veículos em despachos com o então ministro da Justiça, Armando Falcão. O ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, concordou com a ação, proposta pelo II Exército — hoje Comando Militar do Sudeste, de São Paulo.

A autorização de Geisel para um ataque fiscal ao jornal Versus está documentada em ofício de 1º de setembro de 1978. Nele, o chefe de gabinete do Ministério da Justiça, Walter Costa Porto, transmite pedido da Polícia Federal para liberar a ação. A resposta vem manuscrita. "Confidencial. Conversei, no despacho de hoje, com o Exmo. Sr Presidente da República, que aprovou a medida", escreve Falcão.

"Prepare-se, assim, o competente expediente ao Sr. Ministro de Estado da Fazenda. Em 11.9.1978. A. Falcão", encerra a carta. Uma lista com Versus e outras 41 publicações que deveriam sofrer o mesmo processo da Receita, entre elas O Pasquim e Movimento, integra o dossiê. Em outro ofício, de 26 de abril de 1978, Costa Porto encaminha informação do "senhor ministro-chefe do SNI" — João Figueiredo, posteriormente presidente da República. Ele reproduz o texto de Figueiredo: "Considerando que a imprensa nanica continua proliferando, conclui-se que a operação dos Ministérios da Fazenda e Justiça, visando a retirar de circulação esses jornais cuja viabilidade econômica é questionável, está resultando infrutífera".(...)
(...)

Humberto Barreto, ex-secretário de Imprensa do presidente, nega ter sabido dela. "Por mim, não passou", diz. O ex-senador e ex-ministro Jarbas Passarinho também diz desconhecer a articulação. "O que eu ouvia dos líderes do presidente é que ele tinha aberto a liberdade de imprensa, exceto para a imprensa nanica", explica. "Ela era muito violenta."

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Hoje, naturalmente, sabemos que não é mais preciso qualquer ação mais violenta para seviciar nossa imprensa já acostumada a ganhar algum. Basta acenar com um dinheirinho que tudo vai bem.

Raras e honrosas exceções à parte, proliferam jornalecos para agredir prefeitos, deputados, e quaisquer outros candidatos (especialmente se forem da esquerda) às vesperas das eleições nas cidades. No âmbito federal, a imprensa grande se incumbe de escolher e tentar empossar (de preferência sem o pleito eleitoral) seu candidato predileto. Claro, tudo mediante uma boa "contribuição" que virá de maneira geral, em verbaspublicitárias e obras inúteis mas devidamente adequadas aos interesses dos empresários da mídia.

Isso é ótimo para os golpistas de plantão. Casas congressuais que são uma balbúrdia como infelizmente é o caso de nossa Câmara e de nosso Senado, e uma imprensa quase que integralmente vendida aos interesses econômicos, fazem a população perder a noção e o sentido, perder a graça em ver uma democracia instalada. Acaba achando que na época da ditadura, era melhor, que se roubava menos.

Ledo engano, naturalmente. Mas como convencer o povão, inclusive os "sabe-tudo" da classe média de que focinho de porco não é tomada?

Como dizia a pouco corajosa Regina Duarte, "eu tenho medo"

Clique aqui para ver quem era o Boris Casoy que participava do CCC.
Clique aqui para ver a Regina Duarte dizendo que o Lula era comunista. E ela tinha medo.
Clique aqui para ver como o Grupo Folha protege os "seus"
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