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Anos atrás o curitibano gostava de mostrar, com orgulho, que vivia em uma cidade que era modelo.
Era uma cidade limpa, ordeira e vanguardista.
Tempos outros. As administrações já não ligam para o povo exceto quando se trata de lhe aplicar uma boa multa de trânsito, fechar bares que usam piano por causa de "música alta" e deixar o contribuinte preso a intermináveis consgestionamentos porque não há (e sequer existe previsão) um planejamento de trafégo realmente consistente e que tenha vontade de terminar com essa chaga que consome o tempo do cidadão e encarece o cotidiano.
O transporte público é praticamente o mesmo de 15 anos atrás, mesmo a cidade tendo aumentado em quase cinquenta por cento.
É a chamada terceirização da Prefeitura. O poder público deixa de considerar que tem alguma responsabilidade nisso tudo. O culpado é sempre o outro.
Agora temos os desabamentos das obras. É preciso lembrar que o CREA não é o único órgão que deveria fiscalizar as construções na cidade. A Prefeitura é a principal obrigada, é dela a função.
E olhando a manchete aqui reproduzida, especialmente para quem é de fora de Curitiba, se pode ter uma imagem minimizada da coisa. Mas infelizmente não se trata apenas do desabamento de um muro. Se trata de obras que evoluem sem o obrigatório acompanhamento, e colocam em risco casas e edifícios que ficam ao lado. Quem mora na capital do Paraná ficou horrorizado com a cratera aberta em um dos principais bairros da cidade na última semana, ameaçando de desabamento todas as construções laterais. Um viaduto interditado pelos mesmos motivos de sempre (a tal infiltração) e um trololó interminável de quem não tem o que dizer, mas quer justificar mesmo assim.
Os moradores da região dão mostra suficiente de que reclamam, chamam a fiscalização e ela quando chega, não faz nada. O casao da semana passada foi esse. Havia oito anos de denúncias sobre a construção que só tirava terra do lugar. Até o leigo sabia que haveria desabamento. Mas o poder público da cidade maravilhosa não fez nada.
Esta é a cidade modelo do sul do país. Uma Atlântida afundando.
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