sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A GLASNOST DE OBAMA

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Este texo foi escrito em janeiro de 2009. Existe uma versão atualizada para este texto, com dados atualizados. Clique aqui para ir até ela.

Em 1985 Mikhail Gorbachov assumiu o poder na então União Soviética disposto a mudar algumas coisas. Ele achava que o sistema era emperrado demais. Com as melhores das intenções e uma promessa de ajuda de Bush pai que nunca se concretizou, ele popularizou dois termos, a Glasnost (transparência) e a Perestroika (abertura). Foi o começo do fim. 6 anos depois, o país, como se concebia, não existia mais.

Convém dizer que hoje em dia Gorby tira o seu da reta. Até parece que não foi ele quem caiu no conto da carochinha das promessas de Bush pai lá pelos idos de 1990. Até parece que ele não estava concordando com o que o "ocidente" falava. Sobre isso, leia seu recente artigo do NYTimes, trazido pelo Terra Magazine.

Barack Obama assumiu e no primeiro dia de governo anunciou sua Glasnost (leia na BBC Brasil). Está lavando a roupa suja (vamos ver até quando) e falando muitas verdades. Quer restringir a ação dos lobistas e já congelou o salário dos figurões de Washington, que até então, não haviam em verdade se sensibilizado com a dureza financeira enfrentada pelos americanos comuns.

Se sua Glasnost for levada adiante, muitas cabeças irão rolar porque até o mundo mineral (como diz Mino Carta) sabe que Washington é uma União Soviética capitalista. E se isso acontecer a América irá enfrentar seu lado mais escuro, este que esteve enterrado por dois séculos.

Aliás, já tem começado. Basta ver a sandice dos executivos da AIG que não admitem ficar sem seus bônus.

Temo que depois disso, não haja tempo para implantar a Perestroika. O sistema americano como nós o conhecemos, irá se desfazer.

Não estou com isso dizendo que ele literalmente vá ruir, como afirma Igor Panarin, e acredita o "filósofo" Olavo de Carvalho. Mas os Estados Unidos passarão por mudanças substanciais.

Convém notar uma curiosidade. A família Bush esteve presente e foi peça fundamental na débâcle dos dois maiores regimes contemporâneos, o comunismo da URSS (pai) e capitalismo dos EUA (filho).

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