quinta-feira, 30 de outubro de 2008

PORQUE OS JUROS NÃO CAEM MAIS



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A questão dos juros no Brasil é complexa. Mas existe uma lógica na decisão do BC de manter a taxa, que quase ninguém está vendo. E a lógica é a seguinte: O País esteve bem durante todo esse tempo com taxas de juros altas. Isso não desestimulou o comércio, nem a produção.

Numa hora como essas, onde o mundo corta juros para investir na produção, o BC mantém, porque assim, continua captando dinheiro com títulos do governo e similares.

O Governo soube aproveitar a situação e usar bem toda essa dinheirama que correu para os títulos públicos, isso nos deu um colchão de reservas muito importante para o pior da crise.

O fato concreto é que o Brasil não está na mesma situação desesperadora dos outros países. Eles estão cortando desesperadamente porque precisam urgente de capital aplicado na produção, pra estimular o consumo a preços baixos. Nós ainda não. Eles não têm mais mercado de consumo interno. Nós, a China a Índia e a Rússia ainda temos um grande mercado a ser construído. Isso é alentador.


Então, a decisão do BC não é simplesmente voltada para conter a inflação como dizem muitos especialistas econômicos. Aliás, num país acostumado a conviver com altas taxas de juros, dificilmente a inflação sofre freadas quando a taxa aumenta.

O importante agora, ao meu ver, é captar dinheiro. Na outra ponta, o Governo tem que se utilizar de políticas públicas, bem como os bancos estatais, para daí sim, investir na produção.

Com isso mata dois coelhos com um tiro só. Tira o excesso de poder dos bancos privados (que como se viu, pouco se lixam pro país, já que não colocaram no mercado o dinheiro liberado dos compulsórios), direcionando uma parte importante dos consumidores para os bancos públicos, e ainda, com o excedente de dinheiro que correu (e está correndo) para os títulos do tesouro e em segundo lugar, aumenta os gastos públicos que são muito importantes para não deixar a peteca da economia cair. Ao contrário do que diz a Mirian Leitão, óbvio, que trata por "gastos públicos" todo o dinheiro que o governo usa. Inclusive na produção e geração de riqueza.


Ela só não considera "gasto público" o salário nada baixo que certos "amigos" dela ganham do governo. Mas o que é ruim a gente esconde, né?


De quebra, o estado se fortalece. O que aliás, muita gente odeia.

Clique aqui para saber porque o trololó da Mirian é bobagem. Só pra criar pânico. 
Clique aqui para ver o que o UOL esconde sobre a empregabilidade no Brasil.
Clique aqui para ver que a mídia oficial não se incomoda com a arrecadação de Taxab.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

WASSUP



Neste ótimo vídeo da campanha de Obama se faz uma paródia a um velho comercial da Budweiser. O "wassup" que eles gritam é como se fosse um "e daí?!" no Brasil. "E daí" no sentido da saudação, "e daí cara, tudo bem?". O resto do vídeo fala por sí. Um desempregado, um soldado preso no Iraque, um apostador da bolsa que perdeu tudo e um órfão do furacão Katrina.


terça-feira, 28 de outubro de 2008

A DEMOCRACIA SEM POVO



Do Blog do Mino Carta


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"Liga Jean-Paul Lagarride. De Cingapura. Diz: “Estou muito preocupado”. Logo explica: “O Lula vai dar a grande guinada”. Não entendo, ele vai mais fundo: “Ontem li o editorial do Estadão”. Segue-se o seguinte diálogo.

Eu: Sobre?
Jean-Paul: Sobre as medidas do governo para enfrentar a crise.
Eu: E daí?
Ele: O Lula vai estatizar os bancos. A gente sabe muito bem o que isso significa.
Eu: Não, o governo toma medidas, diria eu, de inspiração européia, britânica, se você quiser.
Ele: Como assim?
Eu: É uma forma de socorro que leva em conta os interesses dos empresários, dos correntistas, da comunidade em geral, ao menos no papel, bem ao contrário do Proer inventado pelos tucanos por ocasião de crises muito, mas muito menores que a atual.
Ele: Mas você tem certeza? O Estadão tem credibilidade, autoridade, tradição. Competência.
Eu: Permito-me evitar qualquer digressão sobre a credibilidade do Estadão.
Ele: Mas os donos, os Mesquita, sempre foram campeões da democracia.
Eu: Pessoalmente, não tenho queixas da família. E entre os patrões que tive até o momento de me tornar inventor dos meus empregos, foram os melhores. Confiaram mais em mim que quaisquer outros. Mas, tenho de ser sincero, a democracia deles não prevê a presença do povo. É a democracia sem povo.
Ele: Quer dizer que o Brasil não está à beira do socialismo marxista-leninista?
Eu: Nunca esteve tão distante.
Ele: Mas o torneiro mecânico...
Eu: (interrompo) O torneiro mecânico é um conciliador nato. Marxista-leninista? Não me faça gargalhar...
Ele: O Estadão o enxerga como revolucionário incompetente.
Eu: Revolucionário sou eu. O Estadão é perfeito para representar aquela classe que não aceita um torneiro mecânico na presidência. De todo modo, não se assuste: os editoriais do Estadão são peças únicas do humorismo verde-amarelo. Como tais têm de ser tratados."


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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

BELLUZO NO RODA VIVA



Nada tenho contra os liberais da economia. Nem tampouco contra os que têm pensamento político de direita. Mas acredito firmemente que eles (e os outros também) deveriam em primeiro lugar, se informar sobre o assunto antes de tentar discutir. Especialmente na imprensa com alguém tão tarimbado e sabidamente inteligente como o professor Luiz Gonzaga Belluzo.

Na entrevista de Belluzo para o Roda Viva na segunda, dia 27 de outubro, se podia ver um festival de estupidez espalhado pelas bocas insapientes dos representantes de nossos jornalões. A mídia mais tola de que se pode ter notícia.

Haja paciência pra aguentar tanta besteira e tanta desinformação. Creio que o entrevistado pensava em seu interior: "gente... vão estudar um pouco!"


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OUTRO "WOODFACE"



Outro "woodface" é o Prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes.


“Quero agradecer o presidente Lula por superar todos os obstáculos que existiam entre nós no passado. Lula e Dona Mariza foram essenciais nesta eleição”, discursou Paes, que chegou a chamar Lula de "chefe da quadrilha" quando estourou o escândalo do mensalão. (clique aqui pra ler no Último Segundo)

Me lembro como ontem a verborragia virulenta de Paes contra o Governo Federal. Nada como um dia depois do outro na política, não é?


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IMPRENSA PARTIDARIZADA



Ainda que seja óbvio que a política nacional seja basicamente um circo e que os partidos, como agremiações ideológicas, praticamente não existam, há um dado conveniente de ser analisado após as eleições do Segundo Turno.


Os partidos que fazem a composição da base de apoio a Lula governarão 72% de todo o eleitorado nacional.

Setenta e dois porcento.

No entanto, a "grande" mídia só fez dizer que o PSDB foi o grande fortalecido no pleito; ressurecto José Serra para o embate final em 2010.

Tudo bem, o DEM com o apoio de Serra ganhou em São Paulo. Mas perderam de 15 a 30 porcento do eleitorado no resto do país. E mesmo que a "grande" mídia não veja, ou não queira ver, São Paulo não é o Brasil. A última eleição presidencial já mostrou exatamente isso. São Paulo não é o Brasil.

O que custaria à "grande" imprensa analisar os fatos? Só isso, analisar os fatos? Ser isenta e não pender para lugar algum. Não é isso que você como eleitor gostaria? De poder saber das coisas sem o filtro ideológico da imprensa?

Nossa midia partidarizada é patética.


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domingo, 26 de outubro de 2008

MANTEGA E MERCADANTE FALAM SOBRE A CRISE



Mantega diz que o Governo pretente continuar investindo. E é assim mesmo que se supera uma crise no capitalismo. Minha pergunta é, Ministro, vão botar na cadeia aqueles que estão se utilizando da crise pra se entupir de dinheiro? Onde está a grana do compulsório liberado que os bancos não colocam na praça?




Também falou com propriedade o Mercadante, na festa da revista Carta Capital



De toda forma, pouco importa uma análise balanceada da crise se os atores do "quanto pior, melhor" continuarem a espalhar o pânico pelas redações dos jornalões.

E jornalistas sabemos nós, de maneira geral (há boas e honradas exceções), não são muito expertos quando se trata de entender a fundo de um assunto, qualquer que seja ele. Então se limitam a papaguear o que escutaram dos senhores feudais.

Enquanto a Primeira Ministra do governo paralelo, sra. Mirian Leitão continuar com seu expediente matinal tradicional, o risco para o Brasil, se duplica.


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sábado, 25 de outubro de 2008

TODOS OS POLÍTICOS SÃO CARAS-DE-PAU?



Dizem que política é como a nuvem no céu. Cada vez que você olha, ela está de um jeito.

Esse vídeo da campanha de Alckmin para a Prefeitura de São Paulo, mostra "a verdade sobre Kassab". Lhe desce a ripa.

Curiosamente, no segundo turno, tudo é esquecido e eles são amigos de novo.

De toda forma, chama a atenção o fato de no vídeo se falar que Geraldo estava com Serra. Ora, Geraldo até podia estar com Serra, mas Serra nunca esteve com Geraldo. Serra estava e está com Kassab e Geraldo ficou na Rua da Amargura para se dar conta que depois de duas derrota fragorosas, somente se sair pra Deputado ou Senador terá sobrevida na política. Poder Executivo nunca mais.

Geraldo é um estranho no ninho do PSDB paulista. Só ele não se deu conta disso.


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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A DESIGUALDADE DE SÃO PAULO



Eis uma boa maneira de dar uma notícia que todo mundo precisa dar, mas de tirar da reta, aqueles que têm a responsabilidade pelo fato.


Nessa notícia sobre São Paulo ser considerada com o mesmo nível de desigualdade social do que Bogotá, na Colômbia, o jornal O Estado de S. Paulo e seus correspondentes, após falarem brevemente sobre o vergonhoso título, se apressam em dizer que "é assim mesmo". Só porque a cidade é grande. Bem, Paris é grande também, e não tem essa desigualdade social. Tóquio também é muito grande e nada a ver com São Paulo.

Mas claro, ninguém é de ferro, com as eleições marcadas para menos de uma semana, ficar falando mal do "escolhido" não é uma idéia muito boa.

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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ÓDIO BOBO



Tem uma parcela da população brasileira que simplesmente odeia o Lula. É ódio gratuito, irracional e acima de tudo, burro. Neste vídeo temos um pedaço de uma entrevista dada por ele à rede espanhola Cuatro. Ele fala lá fora, o que fala aqui dentro. Lá, o pessoal o está elegendo como a maior liderança política do planeta. Aqui continuam com a mesma ladainha de que ele é ignorante.


Bem, se ignorante fosse, não despontaria com um dos três presidentes que podem salvar o mundo da pior crise financeira em 80 anos. Dor-de-cotovelo deveria ter limites, especialmente agora que o bolso de cada um de nós e da maioria das pessoas no planeta, está dependendo das decisões desse "ignorante".

Mas claro... esquecí de me lembrar que quem colocou o Brasil nos trilhos, do jeito que está, foi o FHC. Foi ele quem planejou tudo em 1994 para o próximo Presidente, 14 anos depois, levar os créditos.

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

FALTA DO QUE FAZER



A Chanceler alemã Angela Merkel pediu para Sarkozy ser menos francês. Vejam do sítio do argentino La Nación
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"Según informó el diario suizo Le Matin, y que reprodujo El País , de España, la canciller alemana Angela Merkel se quejó de los modos demasiado amigables del presidente francés, Nicolas Sarkozy a la Embajada de Alemania en París, a la que pidió que haga llegar el mensaje al Elíseo.

Se trataría de un cuestión de diferencia cultural. "Tocarse no forma parte de la cultura alemana, y todavía menos de la cultura del este alemán", explica a Le Matin Dorothea Hahn, corresponsal en París del diario berlinés Die Tageszeitung. Como Merkel es protestante mantiene una cierta distancia entre los individuos, cierta austeridad tanto exterior como interior. La exhibición física de los sentimientos no es propio de los alemanes", señaló la periodista."


Será que Merkel não tinha nada mais urgente pra fazer? Não tem nenhum banco pra socorrer na Alemanha?


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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

OBAMA



Lula: "A crise vai eleger Obama, um negro. Pode ser que não tem diferença ideologica, mas simbólica. Elegemos duas vezes um torneiro mecânico no Brasil, um índio na Bolívia, um bispo no Paraguai e um negro nos Estados Unidos"


É difícil ter dúvidas de que Obama será eleito para a Casa Branca. Estou me esforçando para tentar ver nesse homem a redenção da América porque não consigo tirar da minha idéia quase todos os estadunidenses que conheci ao longo da minha vida. Seres brutos, pouca cultura geral e praticamente nenhum interesse por algo que não seja americano.

Obama é negro e isso por sí, já seria um imenso passo para a evolução daquele país de brancos. Mas Collin Powell também é negro, Condoleeza Rice também é negra e nem por isso esses últimos fizeram alguma coisa decente para o planeta. Só o tornaram um lugar pior para se viver.

Receio que seja necessário mais do que ser negro, mais do que quebrar um paradigma.


Tento ver em Obama um esquerdista. Mas a esquerda nos EUA não existe. O máximo a que chegamos é Michael Moore. Não que seja pouco. Moore é um grande ser humano, mas o pensamento alinhado na América faz com que tenhamos uma terra de senhores brancos anestesiados, rappers entediados numa piscina de dinheiro e um comunismo de jardim de infância*.

Se a esquerda não existe na tal "maior democracia do mundo", como pode haver democracia? De pensamento único?

E se a esquerda não existe como pode Obama fazer o que deveria fazer pra transformar o mundo num lugar menos perigoso (perigo aliás, criado por alguns de seus compatriotas)?

E se Obama não é de esquerda, existe saída para o mundo do século 21?

Lula matou a charada já no início da frase. Não tem diferença ideológica.

Ou seja, percamos as esperanças.

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*Na "maior democracia" o PC estadunidense parece coisa de fundo de quintal. Veja aqui.


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FOLLOW THE MONEY



Estamos começando a entrar na crise de crédito.


No entanto, o Banco Central já aliviou no compulsório, para fazer esse dinheiro que ficava retido voltar ao mercado e não esfriar a economia.

Porém, este dinheiro NÃO voltou ao mercado. Os bancos o tem, mas não emprestam.

A questão é: onde está o dinheiro? Porque os bancos preferem não emprestá-lo? Onde estão colocando esse excesso de liquidez?

A resposta, como disse o Garganta Profunda que implicou Nixon no Watergate, é: Siga o dinheiro!


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NA CONTRAMÃO DO MUNDO, PRA VARIAR


Esta manchete foi publicada no argentino La Nacion.
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Gran Bretaña planea aumentar su gasto público ante la turbulencia financiera

Así lo anunció su ministro de Finanzas, al advertir que en este momento se debe "apoyar a la economía" para evitar entrar en recesión" (leia a íntegra)

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Por aqui, na contramão do mundo, a Mirian Leitão continua dizendo que o governo deve reduzir gastos. Ou seja, o mundo acabando, e os idiotas da grande imprensa brasileira papagaiando bobagens sem lastro econômico (nem cerebral) e se preocupando apenas com o próprio umbigo.

Faço coro com um certo setor da esquerda brasileira que diz, "de uma vez por todas, PARE de dar trela pra esta imprensa mal-intencionada do Brasil". Você tem cérebro, use-o. Não precisa ser manipulado por esta gente.


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O CIDADÃO EM TRANSE



Para quem não leu, reproduzo aqui, o ótimo texto de Mauro Carrara, publicado no Viomundo.


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"O seqüestro: é você sob a mira de um revólver

Como o povo paulista foi seqüestrado e humilhado pelos criminosos da falange midiocrata


Mauro Carrara


A mocinha mais encantadora da escola, olhos meio tupinambás, cabelos negros e compridos, alegre e falante, teve o cérebro atravessado por um fervente projétil de arma de fogo. Eloá é a vítima mais visível do desgoverno insano e cínico que mantém São Paulo em cativeiro desde Março de 2.001, quando ascendeu ao trono estadual o suserano alquimista. Ser paulista, hoje, equivale a viver num buraco imundo, úmido e molhado, sob a mira trêmula de um revólver, mas diante de uma TV que anuncia maravilhas da autoridade midiocrata.

Os paulistas sofrem, sobretudo, por conta da educação com padrões de quinto mundo, cujo projeto foi iniciado pela secretaria Rose Neubauer, há 13 anos. O Estado converteu-se, assim, na terra dos jovens analfabetos, zumbis sociais, filhos do regime de "aprovação automática".

No campo das obras públicas, sob a bandeira de treze listras, prospera o paraíso das empreiteiras e dos "gatos". As irregularidades se multiplicam, mas o campo de força da Assembléia Legislativa impede qualquer investigação detalhada sobre a farra com o dinheiro público.

Não bastasse a máfia dos pedágios e aquela dos fiscais associados aos parceiros do DEM, parte de São Paulo ainda foi entregue ao crime organizado. Quando o acordo sofre ameaças, o PCC simplesmente assume o controle de toda a gleba, como ocorreu em Agosto de 2.006.

Unanimidade sob vigilância do editor careca

São Paulo já sofrera muito, outras vezes, sob a direção de embusteiros como Ademar de Barros, Laudo Natel e Paulo Maluf. Estes, no entanto, encontravam aqui e ali o julgamento crítico, e muitas vezes a oposição, de veículos da imprensa hegemônica e dos jornalistas.

Constituído pela aliança dos setores quatrocentões, pela elite industrial e pelos ventríloquos do neoliberalismo bandeirante, o sistema de governo tucano cuidou, desde 1.995, de privar o Estado de qualquer debate público de idéias.

Esse controle se faz pela cooptação de profissionais de imprensa, muito bem remunerados, pela censura prévia exercitada nos "aquários" das redações e pela duras punições aplicadas aos jornalistas não-alinhados.

Nas redações da Barão de Limeira e da Marginal Tietê, há os chamados "telefones azuis", pelos quais o dono da mídia paulista, o calabrês José Serra Chirico, encomenda matérias, edita verbalmente textos e determina demissões.

"O Serra mandou" é frase comum, pronunciada em cochichos nas redações dos dois principais jornais paulistas.

Quando o calvo mandatário se vê ocupado, destaca algum de seus lugares-tenentes para a função de editor-chefe. Pode ser Aloysio Nunes Ferreira Filho, José Aníbal ou Angelo Andrea Matarazzo, tido orgulhosamente no PSDB como o "Chuta-mendigo", por conta de sua política de perseguição ao povo-de-rua.

Como pagar a conta da subserviência

Ao arrendar a imprensa paulista, entretanto, tucanos e demônios necessitavam oferecer uma contra-partida ao publishers aposentados dos jornalões. Considerada a queda vertiginosa da venda de anúncios nas mídias tradicionais, bolou-se um plano espetacular.


A prefeitura serrista-kassabista proibiria toda a comunicação dos pequenos, especialmente a publicidade de rua. Com isso, o comércio teria de fazer o caminho de volta à mídia tradicional. Assim nasceu o projeto "Cidade Limpa", defendido com unhas e dentes pelos dois pesados jornais e pelas emissoras de rádio e TV envolvidas no projeto.

Doze meses após a implantação da lei, dados internos de Folha e Estadão mostravam que os anúncios impressos haviam crescido entre 18% e 22%, englobando setores como o varejo automotivo e o negócio imobiliário.

Em adição, mimos e promessas de "inclusão" midiática garantem o apoio religioso de formadores de opinião, como do apresentador José Luiz Datena, do sub-humorista Marcelo Tas (do programa CQC), do animador de festas Carlos Tramontina e do teleator dramático Boris Casoy.

No caso da parceria demoníaca, é preciso fazer caixa para manter essa hegemonia informativa. Desse modo, as subprefeituras se converteram em estações de captação de recursos.

A principal central de coleta é a subprefeitura da Mooca, na qual as quadrilhas de fiscais costumam agir livremente. Recentemente, a ação criminosa se tornou tão escancarada que a polícia foi obrigada a enjaular o braço direito do subprefeito e um dedicado cabo eleitoral do alcaide Celso Kassab. Aricanduva, Lapa, Santana e Vila Prudente vivem processos semelhantes, de formação de caixa a partir da exploração do comércio informal.

Mesmo com as provas obtidas pelo Ministério Público, entretanto, a mídia arrendada apenas finge cobrir esses casos. Atira-se, convenientemente, tudo para baixo do tapete.

O paulista diante de seu algoz

Há quem diga que o doentio apoio popular ao governo de intervenção midiática se deva a uma espécie de Síndrome de Estocolmo, denominação que expressa a estranha afeição que seqüestrados desenvolvem por seus algozes. Outros apostam no paralelismo entre o modus político do grupo encastelado no poder e a alma ancestral do paulista de botinas, escravizador de índios.

Por fim, há quem acredite na inoculação permanente de poderosos sedativos e alucinógenos nas veias do paulista. Em cativeiro, para manter-se dócil, ele recebe diariamente cargas de drogas midiáticas. Por isso, jamais questiona, por exemplo, a responsabilidade do governo midiocrata na tragédia do metrô, que vitimou sete cidadãos-contribuintes.

Esse também seria o motivo pelo qual o cativo não atribui ao governador qualquer culpa na baderna urbana que opôs, na porta de sua casa, policiais civis e militares. Afinal, José Serra apresenta seu próprio telejornal e determina aos reféns paulistas que é "tudo culpa do PT e da CUT".

Em Santo André, no drama de Lindembergue e Eloá, o senhor de todas as emissoras, permitiu que seus funcionários microfonados reprisassem o filme "A Montanha dos Sete Abutres", estrelado por Kirk Douglas, no papel de um jornalista fracassado que prolonga o drama humano para ter o que contar a seu público (assistam ao DVD e confiram a semelhança). O resultado da armação foi parecido: uma intervenção desastrada e a interrupção brutal de um sonho de vida. No entanto, será que só isso serve para despertar sua atenção, você que é outro dos seqüestrados?"

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Faço minhas as palavras dele, porque vivemos o mesmíssimo drama em Curitiba, onde o Alcaide detém toda a mídia e toda a opinião da cidade. Esta "maravilha de primeiro mundo"


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domingo, 19 de outubro de 2008

PROBLEMA RESOLVIDO



Existe uma maneira relativamente simples de se consertar uma boa porcentagem dos problemas do Brasil. O Governador ou Presidente que entrar no cargo e der 100% de aumento salarial para todos os professores e policiais do país, não só estará praticamente reeleito (infelizmente a lógica do jogo é esta) como também, fará um imenso bem para o país.

Naturalmente dirão que não há dinheiro. Talvez para os Estados até não haja, contudo tenho comigo que apenas uma parcela da grana que é desviada anualmente já resolveria o problema. Parece simplista, eu sei. E é mesmo.

Agora imaginem um policial trabalhando de maneira decente sentido que alguém lá em cima, gosta dele. Sabendo que por mais que ele corra risco, seus filhos têm comida na mesa em casa. Por mais que corra riscos na profissão, não teria que morar na favela ao lado de muitos daqueles que ele ajuda a prender por causa do tráfico.*

E veja, não precisava ser aumento para todos. Para os coronéis da PM, ainda que tenham todo o mérito do mundo, não se precisaria dobrar seus salários.

E o professor, como daria aula? Daria aula satisfeito, sem pressa de terminar. Faria das tripas coração para oferecer o melhor fruto de pesquisa que ele pôde conseguir. Em cinco ou seis anos já teríamos os resultados absolutamente palpáveis na segurança e na educação, que inclusive se entrelaçam. Muitas das crianças que vão para o tráfico é porque não tem o que fazer na escola (isso, quando vão para a escola).

Mas infelizmente pra agir dessa maneira, o governante ia ter que combinar com o outro lado. A oposição sempre acha que isso é "gasto público", e normalmente é supérfluo. Isso de modo algum é gasto, é investimento público.

É uma pena, mas uma parcelinha da população acha que a grana dos impostos é só pra socorrer milionáirios...

* aqui eu falei do traficante de favela. Nâo entrei no mérito do traficante do bairro rico porque esse, mesmo com o salário dobrado, o policial não conseguiria morar do lado...


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sábado, 18 de outubro de 2008

GLOBETROTTER



Na minha opinião, a melhor charge dos últimos anos. De Miguel, Para o Jornal do Commercio.


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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

NÃO PERCA TEMPO PROCURANDO ISENÇÃO



Prova de que esperar por uma imprensa isenta, é bobagem.


Vejam a parcialidade desta notícia, publicada no jornal Diário de Natal (RN). Ela claramente toma partido em favor de Agripino Maia contra o Presidente Lula. Fosse isenta, apenas relataria a briga dos dois...

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"O senador José Agripino Maia (DEM) respondeu duramente às críticas que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez a ele e à então candidata a prefeita Micarla de Sousa (PV) quando esteve em Natal, no dia 19 de setembro, em um comício da candidatura de Fátima Bezerra (PT). Cumprindo a promessa de que responderia às críticas em Brasília, Agripino afirmou que a intenção do presidente ao promover a aliança da base em Natal era baní-lo da política. ‘‘Ele achou que esse acordão feito lá ia reduzir todos os que estavam fora dele ao pó. Foi claríssima a intenção dele em Natal: foi uma tentativa de me excluir da vida pública. O que ele não esperava era que o povo mostrasse que conhece a minha história’’, reagiu o senador.

Em um discurso contundente que durou mais de duas horas e foi aparteado por todos os senadores presentes - mas somente Eduardo Suplicy (PT/SP) e Garibaldi Alves Filho (PMDB) contestaram sua fala - o senador José Agripino rebateu ponto a ponto os ataques do presidente dirigidos a ele e a Micarla. ‘‘Quando anunciou-se o comício de Lula em Natal, esperava-se que ele chegasse lá com o mérito da sua própria popularidade, que pedisse votos à sua candidata e explicasse porque não fez o que deveria ter feito pelo Rio Grande do Norte. Mas o presidente foi com a clara intenção de nacionalizar a campanha’’, afirmou.

Agripino primeiro se referiu ao fato do presidente ter dito que para ser prefeita não bastava ser apresentadora de televisão, mas ter caráter. ‘‘O presidente colocou em dúvida o caráter de Micarla por sua profissão. Isso não é papel de presidente, não é comportamento de estadista. Ele disse que nunca viu um apresentador ter sucesso como administrador público. Queria saber com que cara ficou a candidata dele a prefeita de São Paulo, Martha Suplicy, que começou como apresentadora. O ministro das Comunicações Hélio Costa, que também era apresentador. Pessoas que chamou para sua equipe, para governar com ele’’, rebateu.

Outra ‘‘pérola’’ do presidente rebatida por Agripino foi a declaração de que ‘‘se eles (coligação de Micarla) fossem bons estariam aqui nesse palanque’’. O senador lembrou que no grupo que o presidente citou como dos que não são bons, estão PR, PP, PMN, PTB e PV, partidos de sua base de apoio. ‘‘Não é que eu não presto, e ele tem o direito de fazer de mim o juízo de valor que quiser. São os partidos que o apóiam que foram colocados como os que não prestam’’, disse.

Acerto de Contas

O senador reagiu também à declaração do presidente de que ele ‘‘fazia jogo sujo’’, em referência à sua movimentação política pela derrubada da CPMF. ‘‘Que jogo sujo da política é esse? Defender uma causa apoiada por 80% dos brasileiros?’’, questionou. Agripino citou ainda o trecho em que Lula disse que havia esperado muito tempo por aquele ‘‘acerto de contas’’, e que voltaria ao Rio Grande do Norte quantas vezes fosse necessário para derrotar o senador. ‘‘Diante disso, entendi que o acordão dos contrários foi feito para me excluir da vida pública, apresentando uma candidatura imposta que não agradava ao povo. Ele foi com o objetivo claríssimo, acima do bem e do mal, de nacionalizar o pleito. O presidente Lula foi a Natal, fez discurso e atribuiu a si uma derrota que não precisava ter’’, declarou.

Durante diversos momentos em seu pronunciamento, José Agripino lamentou o fato do presidente ter lhe dirigido ataques sem sequer citar seu nome. O senador referiu-se a Lula em todas as ocasiões chamando o presidente de Vossa Excelência e falando seu nome completo - ressaltando que, como chefe da nação, Lula deveria respeitar a oposição. ‘‘O presidente Lula foi deputado federal e líder sindical de oposição. Quando o partido dele votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, não se voltou nenhuma ira para ele. Quem é governo faça sua obrigação, e quem é oposição, fale pelo povo brasileiro’’, afirmou.

Juliska Azevedo e Viktor Vidal
Da equipe do Diário de Natal"

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Ou seja, se quiser saber de notícias, compre algum jornal estrangeiro.


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"SERRA ESTÁ PAGANDO PRA VER E VAI SE DAR MAL"


O Terra Magazine entrevistou o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP. Vejamos:

Terra Magazine - O confronto de ontem dificulta a relação com a Polícia Militar?
José Martins Leal -
De jeito nenhum. Nós não temos nada contra a Polícia Militar. Ela estava cumprindo o papel dela, e quem deu a ordem (de confrontar com os manifestantes) foi o governador. Se o governador nos recebesse ao longo desse ano, ou se não nos deixasse ontem esperando duas horas e meia debaixo de chuva, dizendo que ia formar uma comissão para nos receber... Nós estávamos ali pacientemente, segurando 2500 pessoas. É uma coisa difícil, cada um tem uma cabeça diferente. Mas chegou uma hora que alguns mais exaltados avançaram - avançaram em direção ao Palácio, não para o confronto.

O governador acusou a greve de ter sido instrumentalizada politicamente. Isso é verdade?
Não é verdade. Ele deveria explicar por que a nossa data-base, que é o dia 1° de março, não foi cumprida até agora, por que ele ficou até julho sem querer nos receber todas as vezes que batíamos na porta do Palácio do Governo. Ele devia explicar isso antes de falar uma mentira tão deslavada. Essa é uma mentira. Aliás, é próprio desse governo reiterar mentiras. Não só o governador, como também os secretários de Estado. Ele sabe que (a greve) não é politica, mas a ausência de explicações é tão grande que ele vai por esse caminho. O fato de um político dizer que é solidário à nossa causa no nosso microfone não significa que a greve está politizada.

Como está a negociação neste momento?
Não existe nenhuma negociação. O governo não quer conversar. Ele preferiu aquele embate. Ele está pagando para ver, e ele vai se dar muito mal. Eu tenho certeza disso. A cada dia que passa, os ânimos, ao invés de arrefecerem, ficam mais acirrados. Estamos ainda mais entusiasmados para protestar.

A greve e o confronto entre polícias não prejudicam a população?
Nós temos explicado à população que ela tem de ser solidária, até pelas desculpas dadas pelo governo. Na semana passada nossos colegas foram humilhados. Suspendeu-se uma parcela dos serviços por 48 horas, num sinal de boa vontade da categoria. Foram três reuniões; na terceira, entraram às 16h e saíram às 23h para não ter nenhuma proposta decente. É impressionante o descaso que eles têm conosco.

Há uma expectativa de término da greve?
Não. A expectativa de término é termos uma proposta decente. Queremos que ele chegue, em termos de reajuste, a no mínimo 80% do que nós estamos pedindo. Nesse ano o governador José Serra tem R$ 5,5 bilhões para investir no funcionalismo e não colocou um centavo.

PROTESTO


Fantástico adesivinho de protesto fotografado na Europa. Desnecessita de palavras. Ou, no linguajar de George Walker Bush, é "autofalante".


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PARLAMENTAR JAPONÊS DUVIDA DO 11/9



Entre as 25 notícias mais censuradas do mundo, trazidas pelo blog do Azenha (clique aqui pra ler o original em inglês), finalmente encontro eco para algo que já ouvi nos subterrâneos do mundo:

"Japão duvida da versão oficial do 11/9 e não quer mais guerra
(por Benjamín Fulford)

O parlamentar Yukihisa Fujita desafiou a validez da guerra ao terrorismo dos EEUU e pediu que o Japão se retire do Afeganistão durante uma sessão da Câmara Alta que em janeiro de 2008 debateu a renovação da lei antiterrorista que faculta o apoio logístico japonês às tropas da coalizão. A transmissão do debate permitiu que os japoneses conhecessem pela primeira vez um questionamento frontal da versão oficial da tragédia de Nova Iorque de 2001. O jornalista Benjamin Fulford disse que o parlamentar do Japão, que é um país aliado dos EEUU, mostrou através da TV nacional evidência de grande alcance de que o governo dos EEUU assassinou a 3.000 de seus próprios cidadãos, assim como a 24 pessoas do Japão e a gente de muitas outras nações. Mas Fulford não pode levar Fujita a uma roda de imprensa no Clube dos Correspondentes Estrangeiros do Japão porque seus próprios colegas estadunidenses não o permitiram."


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O JEITO-SERRA-DE-SER



O jeito-serra-de-ser significa não se incomodar com o que fala, por ter toda a certeza do mundo que se está sempre certo.

Neste vídeo Xuxa Meneghel responde ao então Ministro da Saúde por suas palavras descabidas.

Mas que fique claro, isso só apareceu na TV porque se tratava da Xuxa, funcionária bem paga da Globo. Fosse um zé-mané da periferia naturalmente isso seria propositalmente deixado na gaveta.



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GUERRA DAS POLÍCIAS: SERRA CAVOU A PRÓPRIA COVA




"Serra cavou a própria cova" sendo autoritário (como de costume) e jogando a polícia contra a polícia. Palavras de um policial civil absolutamente indignado.

Na hora em que a poeira baixar, esses policiais irão para casa, irão se acalmar. Depois, começarão a chegar à conclusão de que foram manipulados, que o Governador estava nervosinho porque é véspera de eleição.

Então (no meu modo de ver, compreensivelmente), prepararão a revanche.

E o Zé Mandão, acha que alguém dessa gente, das duas polícias, de suas famílias, de seus vizinhos, votará nele? Zé Mandão tem muito o que aprender sobre política. Não é com tacape que as coisas são resolvidas.



Clique aqui para ver o tolo Estadão falando para a meia dúzia de assinantes que tem.
Clique aqui para ver que o Globo acha que é melhor o país parar de crescer.
Clique aqui para ver que nem Serra defende FHC.
Clique aqui para ver o tapa de luvas em "nazy" Casoy. Dilma samba com garí no carnaval.
Clique aqui para ver o "sucesso" de José (quem?) Serra no carnaval do nordeste.
Clique aqui para ver Serra e ACM Neto de mãos dadas em Salvador.
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CARTILHA PRONTA




Serra diz que a greve dos policiais é política. Novamente eu mostro que é o mesmo blá-blá-blá de sempre. O discurso do então Governador Alckmin não era a cópia escarrada do discurso do atual Governador?


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O CORRIDÃO DO KASSAB




Kassab endoidou geral na inauguração de uma Unidade de Saúde. Naturalmente cada um vê o episódio da maneira que melhor lhe convém. Tem gente que acha que ele é o heroi do pedaço. Tem gente que acha que se fosse a Marta, haveria manifestações na porta da Prefeitura pra pedir o impeachment. Pra mim, o mais legal foi ver o comentário sobre o caso, de um leitor do blog do Azenha:

"Danilo (16/10/2008 - 19:34)
O cara deveria ter respondido para ele: "Prefiro ser vagabundo, que político do DEMO".
Vagabundo mas honesto..."

Já uns amigos meus levantaram a questão sobre a ciência ou não do Prefeito, acerca da existência de uma equipe de televisão alí. Se sabia, teria sido de propósito pra passar por paladino dos "frascos e comprimidos" do postinho de saúde?

Será que ele queria criar um factóide pra mostrar o quanto é destemido para a campanha eleitoral que estava por vir? Lembrando que naquelas alturas do campeonato, ele estava muito mal nas pesquisas...


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DURMA COM UM BARULHO DESSES


Já falei anteriormente que existe um discurso ultrapassado de uma estirpe de político que nunca assume que a culpa pode ser dele, em alguma situação. Este sim, com o perdão do trocadilho, é o que os americanos chamam de "mr. right"

Os últimos capítulos dessa novela de uma nota só têm sido protagonizados pelo mesmo personagem.

Vejamos esta manchete do Diário do Grande ABC

"Serra diz que greve dos policias civis tem motivação eleitoral

O governador de São Paulo, José Serra, criticou a greve dos policiais civis, que resultou em um confronto entre os eles e o policias militares, nesta quinta-feira, na Zona Sul de São Paulo. Para o governador, existem partidos políticos envolvidos na greve."

Para este tipo de mandatário, qualquer reivindicação, por mais justa que seja, tem a única finalidade de manchar sua reputação.

Ora, claro que os policiais não querem aumento. Afinal todos sabemos como a polícia brasileira é bem remunerada. São apenas um bando de desocupados que estacionam suas Mercedez do lado de fora do Palácio do Governo especialmente para azucrinar o nobre comandante-em-chefe, batendo panela contra o legítimo defensor do povo fraco e oprimido.

O legal é que pra certos políticos não existe a preocupação sobre a má repercussão das coisas idiotas que ele possa vir a fazer ou dizer. Haverá sempre uma imprensa dócil a lhe dar respaldo.

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ÓTIMA PARÓDIA DE BUSH




Pra quem entende um pouco de inglês, esta é uma imitação impagável de Bush.


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A CULTURA DO INÚTIL



Convém reparar no excesso de notícia que a mídia nos empurra. No trânsito esta tarde, ouvindo uma rádio de notícias notei que no período de meia hora, me foi informado 3 vezes das condições dos aeroportos, 3 vezes sobre o clima (que aliás, estava errado porque dizia que em Curitiba estava um céu claro, mas o mundo caía de tanta chuva) e, num spot de um jornalista cobrindo um confronto entre policiais em São Paulo, ouvi 7 vezes (do mesmo jornalista) num prazo de 1 minuto que os protagonistas da briga eram policiais civís versus policiais militares.


Reparei também que a moça da rádio falou que dos mil e tantos vôos programados para o país hoje, "x" estavam atrasados, alguns cancelados e os outros seguiam normais. A questão, é, que diferença isso faz? Ora, se eu estou para pegar o avião, decerto já estou no aeroporto e portanto, já sei que atrasou. Se eu estou longe do horário de pegar o avião, a notícia que meu vôo vai atrasar ainda não está disponível. Se vou buscar um amigo no aeroporto, tampouco a rádio me informa quais são os vôos atrasados e aqueles que estão no horário.

Ou seja, pra quê serve um boletim sobre as condições nos aeroportos a cada vinte minutos?

E sobre o tempo então? Já repararam que antigamente a previsão do tempo nem sequer tinha espaço fixo na programação? Era uma coisa eventual. Fala sério, faz tanta diferença para quem mora na cidade e não depende do clima para a lavoura, saber se daqui a duas horas vai chover?

Não sei, tenho a impressão que como precisam preencher uma grade de programação o dia todo, nos empurram a necessidade de estarmos bem informados sobre coisas absolutamente descartáveis e inúteis.

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ps. Aliás, inútil mesmo é ouvir o "comentarista" de economia da BandNews, o Luiz Carlos Mendonça de Barros. Como já falei nesta coluna, que não o conhece, que o compre. Segundo as previsões dele, o mundo vai acabar. Aliás, já acabou.

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A DEMOCRATA YEDA



Me corrijam se eu estiver errado, mas no tempo do Olivio Dutra, uma manchete como esta, nós não veríamos, não é?

"Polícia despeja professores que faziam greve de fome no RS"

O Pelotão de Choque da Brigada Militar despejou, na noite de ontem (13), os manifestantes que faziam greve de fome na porta da Secretaria de Educação do Estado (SEC), em Porto Alegre. Vinte e oito educadores das escolas itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pais de alunos protestavam contra contra a política da governadora Yeda Crusius (PSDB) para a educação, especialmente nas zonas rurais. (leia mais no
Brasil de Fato)


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KASSAB, O CASADOIRO


De fato, pouco me importa se Kassab é gay ou não é. No meu modo de ver, a mídia direitista se queimou por pouco. Como dizia Shakespeare, "much ado about nothing".

Mesmo assim, vejam se esta frase dele não é um primor:

"Está cheio de mulher querendo casar comigo"

Ora, ora, Kassab. A questão é, e você, está querendo casar com elas?

Por outro lado, nem com uma deixa dessas nossa imprensa dá uma espetada. Vejam como esta matéria inverte a lógica das coisas nesta bobagem publicada por um colunista da Gazeta do Povo. Ah, se fosse com a Marta...


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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

INVASÃO DE PRIVACIDADE



A mídia se doeu em virtude das insinuações sobre Kassab ser gay.

Quando Regina Duarte disse que tinha medo do Lula em 2002 e alguns reclamaram, Serra tratou de dizer que era patrulhamento dos petistas. Que ela tinha o direito de "ter medo".

Quando Marta se separou de Suplicy ninguém ligou em jogar a vida pessoal dela na lata do lixo. Havia fotógrafos de plantão noite e dia pra satisfazer o "direito à informação" que o eleitor tinha sobre a Prefeita.


Acho que o eleitor tem tanto direito a saber se o candidato é gay, quanto a saber o motivo da separação conjugal, ou se tem uma filha fora do casamento.

Nossa mídia nada falou sobre o filho de FHC com a jornalista da Globo. Mas massacrou Lula em relação à sua filha na campanha de 89.

Se não pode falar de vida pessoal, ok. Mas então não fale de ninguém. Se pode, que falem de todo mundo.

Ou só agora, bem agora, o eleitor perdeu o direito à informação?

Francamente, a parcialidade da imprensa brasileira é irritante.

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NASSIF ANALISA O BRASIL NA CRISE


Novamente trago um bom e lúcido artigo do Luiz Nassif sobre a crise financeira. Está em seu blog e também no Vermelho.

"Seguiram-se várias tentativas erradas de combater a crise. Os erros maiores foram cometidos pelo Secretário do Tesouro americano, Henry Paulson. Egresso de Wall Street, Paulson engendrou um pacote de recompra dos títulos podres que, na prática, preservava os interesses dos bancos de investimento e os bônus milionários de seus executivos.
Não deu certo. Percebeu-se que o sistema bancário norte-americano estava quebrado. Haveria necessidade de uma recapitalização.
Enquanto isto, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, continuava imerso em um autismo inexplicável, atacando os moinhos de vento da inflação enquanto o quadro mudava totalmente.
O movimento seguinte foi dos presidentes de Bancos Centrais e Ministros da Fazenda europeus, injetando liquidez no sistema. Também era um movimento inútil. Liquidez adianta quando o banco tem problemas momentâneos de caixa. Quando está quebrado, não.
Coube à Inglaterra mostrar o caminho, com seu programa de recapitalização e nacionalização (estatização) do sistema bancário. Imediatamente a notícia circulou e o mundo caminhou rapidamente para a trilha aberta pela Inglaterra.
No final de semana celebrou-se uma articulação inédita entre países membros do G7, do G20 e países da União Européia.
Os pacotes anunciados garantem a solidez dos bancos e a cobertura dos depósitos. É suficiente? Não se sabe ainda. Mas foi uma ação que, pela primeira vez, encarou a crise em toda sua gravidade.


No Brasil, os desafios são da seguinte ordem:
1. Mapear as empresas e bancos que quebraram a cara com as operações especulativas no mercado de câmbio.

2. Montar canais que permitam que o crédito seja restabelecido diretamente junto ao cliente de banco. Não basta meramente afrouxar o compulsório, porque os bancos não irão emprestar enquanto o quadro não clarear.3. Preparar-se para o próximo ano, capitalizando o BNDES, tratando de reduzir rapidamente o déficit nas transações correntes.

Mesmo assim, não há garantias de como o país sairá dessas crise: se incólume, machucado ou gravemente ferido. Provavelmente, machucado.
Para o cidadão comum, pequenas e médias empresas, haverá os seguintes desdobramentos:


1. Baixíssimo risco de perder aplicações financeiras com quebra de bancos. O BC não poderá deixar nenhum banco quebrar. Portanto, manter o dinheiro em fundos de renda fixa ou DI é uma boa alternativa.

2. Quem não saiu da Bolsa até agora, não saia. Assim que houver clareza sobre as empresas em dificuldade, e o crédito começar a ser recomposto, haverá recuperação nos preços das ações.

3. Se o governo cometer a loucura de reduzir os investimentos públicos, há riscos claros do país cair em recessão.

4. Haverá dificuldades em exportar, devido à contenção do comércio internacional. Mas o câmbio tornará os produtos brasileiros mais competitivos. Daí a importância das estratégias montadas pela Apex para identificar mercados."



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VEJA: O POVO JÁ SE DEU CONTA


Por Luiz Antonio Magalhães, para o Observatório, publicado no Vermelho
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"A revista Veja parece ter perdido definitivamente o rumo, talvez em função do vexame histórico na cobertura da crise financeira internacional. Afinal, não é todo dia que uma redação prepara uma capa espetacularmente incisiva, com Tio Sam de dedo em riste e a manchete garantindo: "Eu salvei você" (edição 2079, com data de capa 24/09).

Capa esta que dias depois se torna um case de "barriga" jornalística, uma vez o "crash" de 29 de setembro revelou não apenas que Tio Sam não havia conseguido salvar ninguém como estava desesperadamente em busca de uma solução que envolvesse a União Européia e até países emergentes. A barriga foi tão descomunal que na semana seguinte a rival CartaCapital fez graça e repetiu a capa da Veja, com o mesmo Tio Sam de dedo em riste, acompanhado por uma manchete marota: "Ele não salva ninguém".

Se o problema fosse apenas na forma, tudo bem, "barrigas" acontecem nas melhores redações (em Veja, com uma freqüência um tanto maior, estão aí o boimate e os milhões do Ibsen Pinheiro que não me deixam mentir). A questão central não está na forma, está no conteúdo. Veja há muito tempo não é uma revista jornalística, mas um panfletão conservador, editado por uma equipe que conta com a fina flor do pensamento reacionário brasileiro. A crise global, porém, parece ter mexido com os nervos do pessoal da Veja e o panfletão perdeu o rumo.

Em um primeiro momento, Veja apresentou ao distinto público a idéia de que a crise já tinha acabado (com o anúncio do primeiro pacote de Bush-Paulson), o que havia era um "soluço" absolutamente normal no capitalismo. Na semana seguinte, com data de capa de 1° de outubro, mas circulando no final de semana de 27/28 de setembro, portanto um dia antes do "crash" de 29/9, a revista da editora Abril voltou a dar capa para crise, fazendo uma espécie de "balanço" do que vinha ocorrendo. "Depois do Desastre" era a manchete da capa, mas o desastre real ainda nem tinha acontecido.

O problema de Veja é que os valores nos quais a revista continua acreditando e defendendo estavam virando pó com a crise e não havia discurso coerente que servisse para manter o panfletão em pé, muito menos com o disfarce de veículo jornalístico. Primeiro, veio a euforia (ok, existe uma crise, reconhecemos, mas Bush é "dos nossos", vai dar um tiro certeiro e cortar o mal pela raiz).

Não funcionou, para a perplexidade dos jornalistas que cuidam de traduzir o pensamento reacionário norte-americano em uma linguagem acessível a qualquer idiota, e a revista começou a tentar reconhecer que se tratava mesmo de uma crise gravíssima e que expõe as entranhas de um sistema podre, desregulado e baseado na ganância de gente que vendia terrenos na lua sem o menor escrúpulo, contando com a certeza da impunidade.

O povo não é bobo?

Enquanto tateia em busca de um discurso para a crise – se os mercados continuarem eufóricos, provavelmente a próxima capa será um enorme "UFA" – Veja não descuida do front interno. Na edição corrente (2082, com data de capa de 15/10), a "Carta ao Leitor", espaço editorial da revista, leva o título "O povo não é bobo", acompanhada de uma grande foto do prefeito Gilberto Kassab.

O recado da revista ao seu público começa assim: "O primeiro turno das eleições municipais demonstrou, outra vez, que a esmagadora maioria dos brasileiros sabe, sim, votar, ao contrário do que ainda insistem em propalar os descrentes na democracia nacional (felizmente, poucos)." Em seguida, vem o argumento "racional" de que a população votou nos melhores, gente que trabalha sério, "independente do partido".

Beto Richa (PSDB) e Fernando Gabeira (PV) são citados no texto, e Kassab, na legenda da foto ("Gilberto Kassab, de São Paulo: exemplo de que a maioria dos brasileiros sabe, sim, votar"). No final do texto, o veredito final: "Não basta para um partido – qualquer um – contar só com a força de um presidente da República bem avaliado e simpático. É preciso muito mais. O povo não é bobo."

Não, de fato o povo não é bobo e já sabe que Veja tem lado. Neste ponto, aliás, seria mais honesto e correto copiar o que de bom existe nos Estados Unidos e explicitar, no editorial, que a revista apóia os candidatos da oposição, especialmente os do PSDB e DEM — legendas que por sinal apóiam Gabeira no Rio. É assim que se faz lá fora e é assim que agiram CartaCapital e, em diversas ocasiões, a Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo.

Veja, ao contrário, editorializa as reportagens. Um bom exemplo está também na edição desta semana, na reportagem que faz um balanço do resultado das urnas. A revista reconhece que o PT cresceu, mas diz que foi nos grotões. Um infográfico está lá para quem quiser fazer contas: em número absoluto de votos, o PT cresceu 1% em relação a 2004, o DEM teve 17% a menos do que na votação anterior e o PSDB perdeu 8% dos votantes de quatro anos atrás. O PMDB, líder no país pelo critério de prefeitos eleitos, viu seu eleitorado crescer 30%.

Qualquer foca de jornalismo faz as contas, soma os danos e conclui que o lead é a derrota dos partidos de oposição, que perderam exatamente 25% do eleitorado de quatro anos atrás. Qualquer foca, menos a Veja, que preferiu destacar o aumento de 30% do PMDB, um partido ônibus, que cabe qualquer um e que tem na resiliência a sua maior virtude. É justo que se dê destaque à vitória peemedebista, mas é evidente que o fato político mais relevante é a estrondosa derrota da aliança demo-tucana, com consequências evidentes na corrida sucessória de 2010.

No fundo, Veja age na política e na economia seguindo a máxima do ex-ministro Rubens Ricúpero: o que é bom (para o ideário conservador), a gente mostra; o que é ruim, a gente esconde. E nisto, fica aqui o reconhecimento, o pessoal da redação de Veja sabe fazer como ninguém...
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É o que eu sempre falo. Veja devia assumir que tem lado. Não fazendo isso, um montão de gente, notadamente de classe-média, recebe em sua casa aos domingos um panfletão reacionário dizendo que preto, pobre e viado não prestam, afirmando que o Brasil é um lixo e só os EUA prestam. Aliás, é incrível mesmo a capacidade de Veja de elogiar os EUA mesmo nas piores mancadas. Veja conseguiu inclusive achar uma boa desculpa para a invasão do Iraque.

O cidadão comum que consome as publicações da Abril acham que estão lendo notícias. Na realidade, estão sendo induzidos de maneira grosseira para acreditarem no que a revista pensa. Nos valores que seus donos e lacaios têm.

Se o povão soubesse mesmo que aquilo é tudo mentira e só faz propaganda do que interessa pra ela, deixaria de pagar 9 reais por cada edição em banca.

Tristeza total...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

OS EUA E O PRECIPÍCIO



Muito bacanas essas observações, do João Carlos, Postadas pelo Nassif em seu blog. Aqui as transcrevo porque concordo com quase todas elas. Vejamos:

"1- Não é o final da crise, ela está vindo em ondas. E cada vez piores. Ainda há muitas bolhas de crédito para estourar ou estourando nos EUA. Imóveis comerciais deve começar agora, para o ano que vem todas as demais formas de crédito, incluindo cartões.

2- A gestão do Paulson demonstrou o padrão Bush de incompetência, por motivos ideológicos tentou resolver a crise do sistema financeiro como se fosse uma crise de liquidez, quando na verdade é uma crise de solvência. É um incompetente, crise de solvência não se resolve comprando ativos podres ou baixando taxa de juros, a solução é alguma forma de ESTATIZAÇÃO dos bancos. É bom repetir exatamente o que aconteceu, para todos entenderem a idiotice queé o neo-liberalismo: ESTATIZAÇÃO.

3- A liderança para superar a crise do sistema financeiro global veio da Inglaterra e não dos EUA. É crise de hegemonia.

4- A ajuda européia foi acima de E$ 1 trilhão enquanto a ajuda americana até agora é de US$ 250 bilhões. Só que o Buraco Negro dos bancos dos EUA é bem maior que o da Europa. A ajuda do governo dos EUa vai ter de ultrapassar US 1 trilhão, talvez chegando a US 2 trilhões.

5- A dívida pública dos EUA vai estourar: ajuda aos bancos, diminuição de receitas por causa da recessão, provável aumento dos custos por conta do aumento de gastos com assistência social (seguro desemprego e outros serviços sociais aos menos favorecidos).

6- Os EUA estão definitivamente entrando em uma recessão, que será longa. Sistema financeiro implodido, portanto sem capacidade de financiar novos investimentos, consumidor com a corda no pescoço, devido à perda de riqueza pela diminuição dos preços dos imóveis, e aumento da dívida pública e do serviço da dívida sugando a poupança interna. O desemprego lá aumentará para mais de 10% nos próximos meses. Tenho pena do próximo presidente, vai herdar um grande abacaxi, pelo menos dois anos de recessão.

7- O problema de como financiar o déficit da balança de pagamentos dos EUA deve se agravar, estavam financiando com o sistema financeiro vendendo derivativos, a estória do Bernancle de que era um "saving glut" sempre foi balela, agora a fonte secou. O único modo de equilibrar a balança comercial e de serviços é uma brutal queda do dólar.

8- As pessoas estão com uma grande dificuldade para entender como os derivativos funcionam, como eles aumentam o risco do sistema financeiro (embora aparentemente abaixem o risco) e porque o rombo que eles causam é muito maior que o rombo das hipotecas. (…)

9- Também é bom lembrar que o valor dos imóveis continuará caindo por um bom tempo, pelo menos mais dois anos. Portanto, o número de hipotecas não pagas aumetnará e o consumidor dos EUA continuará apertado.

10- Um fator a se notar, a bolha imobiliária e de consumo (cartões de crédito) dos últimos anos foi financiada pelos derivativos. A decisão tradicional em economia é investir em "trigo" ou "aço", sendo que "aço" aumenta a produção futura. O consumidor dos EUA investiu em "casa" e "eletrodomésticos". Nenhum dos dois é "aço", está mais para "pão e circo". Em minha humilde opinião, só esse fator me diz que o futuro econômico dos EUA não é muito promissor.

11- A ação do governo inglês de liderar o sistema financeiro para fazer a ESTATIZAÇÃO deve proteger o sistema financeiro global de qualque outra crise cujo epicentro seja os EUA. A exceção é que a recessão nos EUA afetará a todos os países exportadores, mas o sistema fianaceiro global estará blindado a partir de agora.

(…) 13. Agora se torna mais do que evidente que a crise aqui foi apenas de liquidez. A situação voltará ao normal rapidamente. Muito mais rápido do que nos EUA, onde a recessão veio para ficar. Mais rápido do que na Europa, onde os governos ainda precisam decidir se continuam a sustentar a hegemonia do dólar ou se deixam o barco afundar de vez.

14- Ainda quero saber para onde a China vai. Exportações e importações da China cresceram em setembro. Muito estranho. Um monte de gente aqui repete que eles também vão para uma recessão ou pelo menos uma diminuição forte do crescimento. Não é o que os números mostram. Será mais um caso onde a realidade é bem diferente dos modos tradicionais de pensamento? Volto a repetir, quando há mudança de paradigma, os modelos de análise tradicionais não funcionam, é preciso mudar o pensamento. Porque o mundo fica de cabeça para baixo.

15- Com o retorno da liquidez ao sistema financeiro global, o valor do dóalr deve começar a cair. Considerando a situação macroeconômica dos EUA, que é bem pior do que a da Europa, pois eles possuem o grave problema de fiananciar o déficit da balança de pagamentos, uma queda do valor do dólar é inevitável. A queda será global, em todos os mercados, para valores bem abaixo de antes desta última onda da crise.

16- O FED não tem instrumentos para evitar a queda, está praticamente falido, teve que comprar muito ativo podre.

17- Veremos se a hegemonia do dólar sobrevive a esta queda. Só que outras ondas estão vindo e a cada uma a probabilidade de sobrevivência da hegemonia do dólar diminui.

18- Se o piso aqui no Brasil foi de R$ 1,60 , o próximo piso será abaixo disto, algo entre R$ 1,40 e R$1,00. O dólar cairá para abaixo de R$1,60 nas próximas semanas.

19- Bem vindos ao admirável mundo novo. E ao século XXI, definitivamente. "


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No meu modesto modo de ver, discordo apenas dos números e das "certezas" sobre o futuro. Especialmente ao que se refere aos 2 trilhões de ajuda para salvar a América. Sempre falo que a economia estadunidense é virtual e é virtual já há muito tempo. O rombo, senhores, aposto que é bem maior que isso.

A única coisa que impede os EUA de implodirem, é o fato de haver títulos demais de seu governo espalhados pelo mundo. É haver "papagaios" americanos demais pelo planeta, sejam públicos ou privados. A Europa e o resto do mundo é que vão impedir a "maior democracia do mundo" de cair no precipício.

E aliás, pra Europa vai custar uma bolada de dinheiro!


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O MESMÍSSIMO TRÓ-LÓ-LÓ

É sempre a mesma coisa. Os políticos deveriam, definitivamente, se atualizar. Não sei a quem imaginam que convencem com suas lorotas.


Vejam o que saiu neste artigo, do Vermelho:

"O governo paulista de José Serra, por exemplo, divulgou nota contra a paralisação dos defensores públicos do estado agendada para esta semana. No tal documento, referiu-se ao movimento como do tipo que “serve somente ao projeto político-ideológico de parcela dos integrantes da Defensoria Pública, e não ao interesse público.” É a tal da “greve política”."

Mas será possível que toda greve tem motivação política? É sempre pra desestabilizar o governante da vez?

Será que toda denúncia contra políticos é sempre pra denegrir sua imagem tão honesta?

Será que quando um cidadão faz greve, como o caso desses funcionários públicos paulistas, não é porque estão reivindicando algo que não conseguiram de maneira pacífica?

Será que quando soltam uma denúncia sobre o passado político de alguém não nos deveria ser dado a chance de pensar sobre isso, ao invés de ficarem com a eterna ladainha do tal "patrulhamento"?

Ora, e se eu não quiser um governante que ajudou a ditadura militar? E se eu não quiser um cara que defenda ou apóie o aborto? Não tenho esse direito?

Triste não é ver político lançando mão dessa bobageira. Triste é ver um monte de gente acreditando nelas.

Políticos e conterrâneos, cresçam, por favor!


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BANCOS SOCORRIDOS OFERECEM JANTAR DE LUXO



Do síto português
Esquerda.Net

"Vários bancos e seguradoras que beneficiaram de ajudas financeiras dos governos para fazer face à crise decidiram promover jantares e outros eventos de luxo, nalguns casos para comemorar o evitar das falências. O caso mais recente é o do banco franco-belga Dexia, que pagou um jantar de luxo a mais de 200 convidados num hotel de Mónaco. O grupo financeiro Fortis e a seguradora AIG também promoveram eventos semelhantes.

O banco franco-belga Dexia, um dos que na Europa mais sofreu com a crise nos mercados financeiras, pagou um jantar de luxo a mais de 200 convidados num hotel de Mónaco, noticia a agência de notícias belga, citada pela Lusa. O jantar, cujo custo foi mantido em segredo, teve lugar na Sala Império, a principal do Hotel de Paris, e teve como mote o lançamento da filial do Dexia para a banca privada no principado do Mónaco.

O caso está a agitar a sociedade belga, que vê com maus olhos o "esbanjamento" promovido pelo Dexia, depois de ter beneficiado de uma injecção de 6.400 milhões de euros dos governos da Bélgica, França e Luxemburgo.

Também a divisão seguradora do grupo Fortis, desmembrado devido à crise e alvo de ajudas financeiras de vários governos, ofereceu sexta-feira a correctores de seguros um repasto noutro luxuoso hotel monegasco, gastando perto de 150 mil euros. Esta situação levou o Partido Socialista Belga a afirmar que "o mundo da finança perdeu toda e qualquer decência". O grupo Fortis justificou-se dizendo que tudo não passou de uma "acção comercial habitual".

Estes casos seguem-se ao da AIG, a seguradora dos Estados Unidos que, para comemorar o evitar da falência, gastou centenas de milhares de dólares num luxuoso "resort" californiano. A AIG foi salva "in extremis" da falência através de uma injecção de 85.000 milhões de dólares (62.000 milhões de euros) aprovada pela administração do Presidente George W.Bush."

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E dai, alguém achava que seria diferente?


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O PRÉ-SAL



Ótima charge publicada no Blog do Mino.

De todo modo, posso estar redondamente enganado, mas não acredito que apesar de toda sandice que os americanos sempre demonstraram em relação aos outros países do mundo, poderiam se aventurar em novas conquistas além mar, notadamente aqui pelas bandas da América Latina.

Os EUA hoje em dia são um Estado quebrado. São diversos os fatores que na minha visão, arrefeceriam a sede estadunidense por mais petróleo. O Brasil, a Venezuela e outros, não são, definitivamente o Iraque ou o Afeganistão. Além do mais, depois de bombardear um país, para se obter suas riquezas naturais, é preciso ocupá-lo.

E isso os EUA jamais conseguiram. Não conseguem inclusive, no Iraque.

Ainda que tenhamos muita gente aqui que adoraria ser parte de uma colônia americana, como se isso os fosse transformar imediatamente em súditos da rainha (a Estátua da Liberdade), existe todo um restante contingente de fatores que dificultam sobremaneira uma investida como tal, vinda dos EUA.

Posso não estar vendo as coisas de maneira muito clara, mas é isso que me ocorre no momento. Notadamente se Obama vencer as eleições. Estou começando a acreditar que finalmente chegará à Casa Branca alguém com um pouco mais de bom senso.


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domingo, 12 de outubro de 2008

COMO LEITÃO VÊ A CRISE



Se alguém tiver paciência (e coragem), que assista ao sempre sapiente e iluminado programa Espaço Aberto com Mirian Leitão, na Globonews.


Ela está debatendo a crise financeira.

Interessante notar que primeiro, ela nada sabe sobre economia. Ou se sabe, se faz de boba. E em segundo lugar, repare como ela mudou rapidamente de opinião sobre a fiscalização do "deus" mercado pelas autoridades monetárias. E como estranhamente ela não critica mais o dólar baixo porque ele quebraria o Brasil exportador. Ora, o que mudou de tão grave assim de um mês prá cá? Agora há pouco o dólar não podia estar baixo. Agora não pode estar alto?

Eu definitivamente, não entendo.

Acho que ela gosta de espalhar o pânico. Ela e os outros daquele conglomerado de mídia. Afinal, matemática é matemática. Ela fala em "maxidesvalorização" do real. Isso agora é ruim e vai quebrar o Brasil. Mas até um mês atrás, não quebrava... Números são números. Eles não mentem. Se o câmbio estava ruim antes, devia estar bom agora. Se não está bom agora, antes devia estar.

A culpa, de um jeito ou de outro, deve ser do Lula.

Clique aqui se for masoquista e quiser chatear assistindo ao amontoado de bobagens que ela fala.

O SAPATO DE LAFER

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Para ler a versão atualizada deste texto, com fotos, links e consequência jurídica, clique aqui.

Como muito bem lembrado pelo colega Renan (clique aqui para ler), o Brasil, a pedido dos Estados Unidos, está coordenando uma frente para rediscutir o G7.

Naturalmente o que os EUA desejam é que nós, os emergentes, não os deixemos sós nessa sinuca de bico em que se meteram.

Independente do motivo, é um fato que atualmente nosso Itamaraty é expressivo, ao contrário do que foi há não muito tempo atrás quando o então Ministro Celso Lafer, para poder ingressar naquele país, tirou os sapatos para passar pelos fiscais americanos, vendo flagrantemente seu direito de inviolabilidade diplomática ser desrespeitado.

Desrespeitado ou não, Lafer seguiu à risca a orientação do ex-Presidente Fernando Henrique que já disse, em seus escritos, que o papel do Brasil era ser coadjuvante dos americanos.

Bem, eu não estou brincando e isso não é retórica. Ele realmente disse isso.

Se alguém tiver coragem, procure por seus extensos discursos na Câmara Federal acerca do tema.

Fico tentando imaginar o que passa na cabeça de FHC, atualmente, quando ele vai dormir à noite.

Deve dar uma enorme frustração saber que esteve com a bola na marca do pênalti, mas jogou pra fora todas as vezes que chutou.