Pense da seguinte forma: Você comprou um time de futebol (lá fora se compram times. Aqui também, só não se fala) e de repente, descobriu que pra esse time, só mesmo a segunda divisão porque ele é muito ruim de gols. O que você faz? Contrata certos jogadores e uma boa assessoria de imprensa pra tentar compensar. O que acontece? Nada. Seu time continua sendo ruim, só fica mais falado na imprensa.
Adriano no Flamengo mostra exatamente isso.
Agora esqueça o exemplo do futebol e passe a mesmíssima situação para a política. Curitiba vive esse triste episódio já há algum tempo. Quando o atual governador do Estado era prefeito da capital, a cidade estava largada. Era o estilo de administração liberal que terceirizou até o SIATE. Assessorado por um monumental trabalho de bastidores, especialmente da mídia, a tosca administração curitibana era bem avaliada, porque tudo ficava escondido. Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento, como dizia minha avó. Quando ele saiu para se candidatar (e ganhar) para o governo, levou o aparato consigo e deixou em seu lugar o vice que não teve votos nem jamais teve carisma. Ou seja, tudo começou a desmoronar. Em outras palavras, o governador, que é dono do time, tinha uma péssima equipe, com péssimos jogadores e um péssimo técnico. No começo, estava de bem com o imprensalão e tudo ficava por isso mesmo, devidamente encoberto. O tempo passou e o torcedor começou a perceber que o desempenho era medíocre e não mais dar apoio. Iniciou-se com isso, uma busca desenfreada de personagens de apelo para dar alguma sobrevida a uma campanha condenada, desde sempre, à derrota, ao ostracismo e claro, ao rebaixamento.
Circulou na internet a imagem acima, que mostra o atual prefeito de Curitiba, ao lado do governador e do personagem Ratinho Jr, filho do Ratinho pai. Se diz nos bastidores da política que o backstage para a reeleição de Ducci tem distribuido "convencimentos" substanciosos para quem concordar em dar seu aval ao atual Prefeito. Tudo virou o baixo meretrício, como é possível perceber. Curitiba entrou de vez no rol das cidades que pouco se lixam para seu povo, seja ele pobre ou classe-média. Não passamos todos, de um bando de vacas conduzido para o abate financeiro. Para nada servimos, exceto pagar impostos e dizer amém ao balcão de negócios em que se transformou nossa administração pública municipal. Ratinho Jr,, que para todos os efeitos também é candidato a prefeito foi cooptado pelo atraente "convencimento" de Richa e seu poder quase absoluto. A máquina pública que segundo a revista Época nomeou um secretário estadual a pedido de Carlinhos Cachoeira, colocou seus agentes na rua em busca de apoiadores. O povo, claro, não é chamado a opinar. Debaixo desse rolo compressor, um rastro de destruição. Uma cidade que um dia foi modelo, absolutamente negligenciada. Atores políticos de todos os partidos vendendo seu voto. Leilões de apoio sendo presenciados vergonhosamente pela população.
Mas desse espetáculo triste de pouca vergonha, se tira uma coisa muito boa. Os candidatos e os políticos que se recusam à vendilhança estão sendo inevitavelmente chamados pelo eleitor a trazer de volta a boa e velha cidade de Curitiba, com a qual o cidadão estava acostumado.
Nem só de propaganda se constrói uma cidade. Existe por trás o elemento povo, que é esquecido por uma certa classe de políticos, que Deus nos ajude, pagará o preço alto pela pilantragem.
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