CURITIBA: ARMADILHA NA CICLOVIA

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A foto acima não mostra nada diferente do que acontece todos os dias nas grandes cidades. Alguém descuida e é atropelado.

Então, não haveria motivo para trazermos o assunto a um blog que fala de política e das picaretagens políticas, se não fosse os motivos subterrâneos do atropelamento.

A "ciclovia" instalada no centro de Curitiba, como muita coisa de um tempo pra cá, não passa de uma farsa. Se trata de uma faixa vermelha pintada do lado errado do asfalto (de acordo com o Código de Trânsito) e que só funciona aos domingos. Como se aos domingos tivesse congestionamento pra bicicleta ajudar a diminuir. Porque a faixa está pintada de uma forma que o ciclista não vê os carros se aproximando, o coitado do evento acima certamente não viu quando o carro que se avizinhava, iria pegá-lo em cheio.

Pegou e por um pouco de sorte a coisa não ficou pior.  Mas pelo colar cervical e pelo sangue na camisa dá pra notar que não foi exatamente um pequeno tombo.

Quem comete o erro de acreditar na propaganda maravilhosa que emperra Curitiba, tem tido surpresas desagradáveis. A cidade inteira está esburacada (inclusive nas regiões centrais) e no elefante branco mór do desperdício de verbas públicas, a Linha Verde, crateras infestam todo o asfalto, especialmente nas zonas ainda em construção. Passando à noite, não raramente você verá os alertas dos carros ligados porque quebraram a roda em um dos buracos. 

Outro dia se soube que um automóvel capotou porque passou sobre um bueiro em rua recapada. Ocorre que a Prefeitura desmancha um asfalto (muitas vezes em perfeito estado) pra passar outra camada em cima. Só que o piso original fica lá embaixo das camadas novas e o bueiro, portanto, também. Não se dão ao trabalho de renivelar a saída de esgoto. O carro veio, talvez com uma velocidade um pouco maior, caiu com a roda no buraco e perdeu o controle. 

A cidade está um descaso. Saúde, educação e segurança nem se fala. Esses não são mais artigos de luxo em Curitiba. São artigos inexistentes. Sobram as obras que são distribuidas entre as empreiteiras de plantão. E para essas, sobra irresponsabilidade. Sequer se dão ao trabalho de sinalizar os caminhos, hoje em dia. O cidadão entra num desvio obrigatório e não tem a menor idéia de onde vai sair, já que não tem placa de indicação.

Ratoeiras de radares escondidas atrás de postes e árvores, carros de fiscalização estacionados justamente onde é probido, enquanto multam o cidadão comum pela mesma infração. Calçadas esburacadas e arrastões em restaurantes da Capital.

É isso que virou nossa boa e velha Curitiba.

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