(fotos publicadas no Os Amigos do Presidente Lula)
Se você é um ser humano convencional, brasileiro, ou vive no Brasil, e se escuta, vê ou lê um mínimo de notícias por dia já se deu conta de que nossa impensa desce mais um metro ladeira abaixo a cada novo raiar do sol.
É triste ver como jornalistas tidos como sérios se prestam ao papel ridículo de reclamar de tudo que não seja o velho caminho pavimentado pela direita e pelos conservadores, em nosso país.
A cada nova edição dos jornalísticos, ficamos cada vez mais convencidos não do apoio destas instituições à ditadura (porque isso já restou provado), mas sim, da dificuldade que eles têm, mesmo 25 anos após o fim do regime mentiroso e torturador que colocou de joelhos nosso país e todos os outros da América Latina, de ao menos tentarem colocar em prática a tal democracia que eles tanto apregoam em seus veículos de comunicação.
Hoje percebemos. A democracia que eles querem, é aquela que serve só pra eles. Sem contestação.
Vejo gente como Boris Casoy tendo chiliques toda vez que algum esquerdista diz "a", mas ponderando e tentando entender os motivos que levam nossos senhores do engenho do conservadorismo brasleiro a roubarem, desviarem dinheiro público, fazerem chacota da democracia brasileira achincalhando toda a sociedade nacional.
E no périplo da busca incansável por um jornalismo honesto, não encontro nenhum destes "sérios" senhores e senhoras atacando a política repressora do governo de São Paulo que colocou a polícia para espancar e amedrontar grevistas da USP, como se fazia nos áureos tempos da carnificina brasileira liderados pelo PDS (Partido "Democrático" Social) cujos integrantes políticos, quase em sua integralidade, ocupam hoje cadeiras no PFL, vulgo DEM, PSDB, e PP.
Mesmo assim, nossos caros jornalistas têm a desfaçatez de dizer que o blog da Petrobrás é antidemocrático. Ora, quanto antidemocrático pode ser um BLOG de uma empresa que publica em suas postagens as notícias que os jornais não dão? Que coloca a tal matéria integralmente, sem passar pelos cortes de edição efetuados nas redações, que distorcem as matérias e muitas vezes têm o condão de deixá-las de uma forma absolutamente irreconhecível e inversa do original?
A democracia que esse pessoalzinho da imprensa quer é aquela que não afete seu bolso e seu modo de vida. É aquela que obrigue os governos a anunciarem em seus veículos e que coloque no cabresto o cidadão, que se quiser saber de alguma coisa, terá de procurá-los. É a democracia de uma mão só, tão usada por esses farrapos do jornalismo nos anos 60 e 70, e depois, já sob a égide de um governo civil, não precisavam mais cumprir à risca as ordens do governante de plantão impostos pelo medo ou pelos pequenos favoricimentos e brindes, mas sim, agora pelo despejo descontrolado de verbas públicas nas redações. O melhor dos dois mundos, um público sodomizado e os cofres abarrotados de dinheiro.
Foi rigorosamente isso que levou esses jornalecos a reclamarem que o governo atual está "comprando" a imprensa no interior do Brasil, porque resolveu pulverizar a verba publicitária que ía somente para menos de 130 municípios (e seus jornais, rádios e TVs), passando agora para 1600. Mas convém notar, é a MESMA VERBA publicitária, o governo não acrescentou dinheiro aí, apenas dividiu melhor.
Dividindo melhor, necessariamente tirou dinheiro da Veja, do Estadão, da Folha e do Globo. Justamente esses que estão reclamando. Coincidência, não?
Deve mesmo ser um caminho tortuoso e pedregoso este que atravessa nossa mídia tupiniquim, acostumada com a ditadura. Como sobreviver num ambiente onde os anunciantes fogem, os governos de esquerda fogem e o público foge de consumir seu lixo ideologizado?
Boris, Mirian, Azevedo, Mainardi e tantos outros ainda não se deram conta que falam apenas para meia dúzia de gatos pingados do Higienópolis paulistano e de alguns outros Higienópolis espalhados pelo Brasil. Logo, falarão apenas para um grupinho composto por eles mesmos.
Eles são sua própria caixa de ressonância.
Mas nada como o bom e velho capitalismo para amanteigar seus ânimos. Quando perceberem que a torneira secou, tentarão desesperadamente fingir que gostam da democracia verdadeira.
Mas hoje, caros amigos, já estamos em 2010 do século XXI. As coisas já não são mais tão básicas quanto em 1964. Não existe mais só a TV Globo e 3 jornais para serem lidos. O público se informa por centenas de vias e veículos diferentes.
A imprensa como você a conhece, assinou o próprio obituário ao reclamar do blog da Petrobrás. Quanto mais se fala nele, mais seguidores o procuram no Google e menos gente se importa com o que estão vomitando nossos barões da mídia.
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