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Este blog já expressou algumas vezes sua opinião sobre pesquisas eleitorais. Elas podem ser sérias, se quiserem. Mas se quiserem mostrar só um lado da coisa, podem, também. E não precisam nem ser fraudadas.
Para isso, basta que primeiro, o número de entrevistados não preencha o requisito mínimo necessário para expressar a probabilidade de opinião em relação ao tamanho da população. Depois, basta que vão em campos distintos buscar estas opiniões. Só periferia, só bairros ricos, só bairros classe média. Em seguida, basta que as perguntas sejam direcionadas para captar este ou aquele resultado. Pronto. Está feita uma pesquisa sob encomenda, direto do forno para as divulgações necessárias.
Este blog ainda não entendeu como são realizadas as pesquisas eleitorais em Curitiba. O atual Prefeito, que é odiado por 9 entre 10 pessoas do povo, consegue estar na frente da sondagem do Ibope. Odiado? Sim. Basta andar na rua e perguntar. Não tem quem fale bem dele.
Então o leitor desavisado poderia jogar a responsabilidade no culpado de sempre, o pobre da periferia, que sempre é "enganado" pelo político espertalhão em época de eleição.
Mas esta lógica não serve para esta matéria. O atual Prefeito também é execrado na periferia, lugar esquecido em demasia nesta gestão, muito mais do que fora nas anteriores.
Pergunta ao pobre, ao trabalhador, ao pequeno empresário. Não tem um que ache boa a presente administração. Não tem um que não tenha sofrido ou que ainda não sofra com os absurdos perpetrados por uma gestão que pouco se lixa para todos. Menos, pelo que se pode notar das obras, para as grandes empreiteiras.
Estas nadam de braçada. Obras estranhas, aparentemente desnecessárias ou quando necessárias, mal acabadas. Asfalto sendo retirado de ruas boas para 4 meses depois ser retirado de novo, enquanto nos bairros afastados o esgoto a céu aberto transborda e causa enchente. Pessoas morrendo nos postos de saúde e apodrecendo nos morgues até que alguém se digne a transportar o corpo ao lugar adequado. Propaganda em cima de propaganda, com o dinheiro do povo e desmandos mil.
Curitiba virou terceiro mundo de repente. Sem esperar, o cidadão foi pego de surpresa vivendo em uma São Paulo miniatura. São Paulo sem as (poucas) vantagens de São Paulo. Nem vida cultural Curitiba consegue mais ter, já que toda a classe artística foi jogada para o escanteio com fechamento de bares, proibição de reuniões populares em praças, privatização de pontos turísticos.
Um horror.
E mesmo assim, diz o Ibope que o Prefeito do momento está na frente.
Na outra ponta, candidatos com visível apoio popular, que andam na rua e são recebidos pela população de braços abertos, são colocados na lanterna. No caso da pesquisa de Curitiba divulgada no último 10 de agosto, temos isso também. O ex-Prefeito Rafael Greca, que terminou sua gestão com 96% de aprovação, é mostrado lá com 6% das intenções de votos, quando pesquisas internas dos próprios partidos* dão conta que está mais ou menos 10 pontos além disso.
Outro indicador da (na minha visão) pouca seriedade das pesquisas é a monumental margem de erro. 8 pontos. Por este ponto de vista, o último colocado que aparece com 6% poderia estar com 14. E o que aparece com 23, poderia estar com 15. Ou seja, praticamente empatados.
Me conte caro eleitor que se preocupa com o destino da cidade. Dá pra acreditar de verdade no Globope e no Datafalha?
Eu penso que não.
* Partidos podem realizar pesquisas para consumo interno mas neste caso, não podem divulgá-las. E como é sabido, essas pesquisas vazam de um partido para outro, considerando que há muitos espiões soltos por aí.
* Partidos podem realizar pesquisas para consumo interno mas neste caso, não podem divulgá-las. E como é sabido, essas pesquisas vazam de um partido para outro, considerando que há muitos espiões soltos por aí.
Clique aqui para ver que estavamos certos. Lula não quer saber de Fruet.
Clique aqui para ver o que é morar numa cidade entregue aos empreiteiros amigos do rei.
Clique aqui para ler sobre o Datafolha de Curitiba.
Clique aqui para ver Rafina Bastos falando sobre a telefonia privatarizada de FHC.
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