segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A OPOSIÇÃO E AS "REGRAS CLARAS"

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O vestal Arthur Virgílio falando sobre a "pressa" do governo em votar o pré-sal:

"Já existe uma pressa que é da importância da matéria. Se todos estiverem dispostos a fazer uma discussão séria, os projetos serão aprovados com agilidade. Mas colocar caráter de urgência é pensamento de tropa de choque. E, no Senado, eles não têm maioria, o tamanho da base e da oposição é equivalente. Se eles não discutirem com seriedade, não terão maioria para aprovar as matérias", afirmou Virgílio. "O pré-sal é um projeto de Brasil, o governo não pode discutir o assunto com cabeça de tropa de choque". Veja.

Cômico é perceber que, primeiro, o que esse homem fala, ninguém escreve. E segundo, usando nossos sistemas de decodificação de tolices, entendemos que a tal "discussão séria" a que se refere Virgilio na verdade pode ser traduzido por, pura e simplesmente, "privatização".

Explica-se. Virgilio e a oposição tem interesse em prorrogar ao máximo a discussão do pré-sal sem fechar negócio. Imaginam que se levarem a Presidência ano que vem, vão poder rifar as novas riquezas do petróleo como fizeram com as da Vale, vendendo por MIL vezes a menos do que o preço de valor real.

E como ele mesmo disse na matéria, a oposição vai barrar porque o governo não tem maioria no Senado. Traduzindo isso também, significa que ele e seus comparsas estão pouco se lixando para o que é nacional. Se utilizam do discurso truncado (para o povo) para dar o recado que é entendido pelos profissionais da área e os grandes especuladores: "Nos ajudem com muita grana a barrar esta discussão, que nós venderemos por preços de banana mais tarde pra vocês".

Era a mesma ladainha que Mirian Leitão usava, quando Don Corleone ainda era presidente, para dar o recado dos empresários ao governo. "Nós investiremos se tiverem regras claras". Não vá você imaginando que os contratos do governo eram mal redigidos, não; que eram confusos. Não eram. Com "regras claras"
Mirian queria apenas dizer regras "favoráveis" a nós.

Deu no que deu. Por pouco você não está sentado em um país inteirinho privatizado. E claro, pagando o altíssimo preço dessa pilantragem. Igualzinho um tal de pedágio, que tanto falaram que iria ser baixo por causa do número de carros e da concorrência.

Igualzinho.


E o  zé-povinho, será que cai nessa de novo?

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