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A teoria simples do Direito diz que em face da promoção de uma ilegalidade, é cabida a intervenção policial.
Em outras palavras, se você está fazendo apologia a um crime, em tese seria correto a polícia aparecer e, ou mandar parar ou prender porque ninguém parou.
Mas isso é teoria, afinal, o Direito é mutante e flexível. Os melhores doutrinadores assim demonstram. No caso de uma manifestação pacífica que pede a descriminalização de uma conduta, só pode ser truculência usar a polícia e descer o porrete junto com gás lacrimogênico.
É absurdo mas é o modo tucano de governar. Um modo que "dialoga" com as pessoas, que as "escuta" e as "considera". Alckmin não precisa gostar de quem defende a liberalização da maconha, mas deveria ao menos respeitar seu grito.
Só que é bobagem esperar coisa dessa natureza, vindo da polícia truculenta e do Governador brucutú da Chuíça brasileira. Os Estados governados por tucanos ou estão imersos na censura e na perseguição a músicos ou donos de bares (Curitiba), ou estão metendo bala de borracha em quem acha que a questão da droga poderia ser encarada de maneira diferente.
Esqueceram de falar pro Geraldo que o FHC corre o mundo pregando que fumar maconha não é crime. Verdade que o próprio FHC mandou esquecer o que ele escreve. O Geraldo esqueceu, mesmo.
Pra ver como Geraldo é sem noção, a mesma manifestação ocorreu em outros lugares, como por exemplo, em Porto Alegre. Mas Tarso Genro não mandou a polícia bater em ninguém. Os pretensos fumadores da pecaminosa erva terminaram o que tinham a dizer e foram embora, pacificamente. Ninguém foi preso nem apanhou dos fardados.
É assim que se constroem países democráticos. Descendo o pau em todo mundo que ousa discordar.
Aliás, deviam avisar o Geraldo que só quem pode descriminalizar a maldita é o Congresso Nacional, e não a sua Assembléia Legislativa. Sendo assim, não havia motivo pra mandar bater nos manifestantes. Ninguém da Opus Dei vai dizer que foi ele o responsável pela retirada desta letra da lei, se um dia isso passar.
Clique aqui para ler como os tucanos do Paraná lidam com quem toca música.
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2 comentários:
gente, o povo de são paulo já sabia quem era e como "governa" esse personagem. votaram nele porque quizeram, ou então por que são todos mazoquistas. pô, eles não aprendem. dezesseis anos de tucanos e não aprenderam nada. e olha que é a "elite"intelectual do brasil. imgina se não fossem.
Dispensando-se do desconforto de citar-lhe o nome, Paloma Jorge Amado revelou nesta quinta-feira, em seu Facebook, outro episódio de boçalidade explícita protagonizado por Roberto Requião. Leia o relato da filha de Jorge Amado e Zélia Gattai. E conheçam mais uma do senador que conseguiu tornar um pouco pior a Casa do Espanto (Senado desta Republiqueta das Bananas) .
O texto abaixo foi publicado nesta quinta-feira no Facebook de Paloma Jorge Amado e reproduzido no blog de Cláudia Wasilewski
Odeio Prepotência
Paloma Jorge Amado*
Era 1998, estávamos em Paris, papai já bem doente participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz. De repente, uma imensa crise de saude se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o aviao da Varig (que saudades) para Salvador.
Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas. Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe. Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um politico do Sul (não lembro se na época era senador ou governador, já foi tantas vezes os dois, que fica dificil lembrar). A mulher parecia uma arvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (o jegue da festa do Bonfim). É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo. Me armei de paciência e respondi: Sim, senhora, eu sei. Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagara, mas não disse. Ficou por isso. De repente, o senhor disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos. Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais.
Pouco depois bateram à porta, era o casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei a putaquepariu, apesar de desejar fazê-lo, educadamente disse não. Hoje, quando vi na tv o Senador dizendo que foi agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito retada, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei. Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada…
* Paloma Jorge Amado é psicóloga.
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