Nesta semana, o presidente chinês Hu Jintao começa um tour pela América Latina. Sua intenção é estreitar os laços comerciais e diplomáticos com os países da região.
Além dos recursos naturais disponíveis em larga escala a China também tem interesse na mudança de opinião dos países ocidentais a respeito da autonomia de Taiwan. Doze dos 24 países que reconhecem a "ilha rebelde" como um país, estão por aqui. E esses 12 votos são muito importantes na ONU, onde cada país, independente de seu tamanho, tem um voto.
Claro que no frigir dos ovos, isso também pouco importa. A China pretende sufocar Taiwan por pura pirraça, mas economicamente ela é insignicante perto da estrondosa estrutura chinesa. Em Taiwan é que foram exilados os seguidores de Chiang Kai Shek, os derrotados da guerra civil vivida entre esses países e vencida fantasticamente por Mao Tsé Tung. Formosa, como era conhecida Taiwan antigamente no Brasil, é uma república capitalista, e seus pouco mais de 24 milhões de pessoas vivem de exportações para o resto do mundo.
Não sei dizer se as exportações aumentaram ou diminuiram, mas é fácil lembrar que até pouco tempo atrás, você olhava atrás de um produto qualquer e lá estava escrito "Made in Taiwan". Hoje é tudo "Made in China"
Bem, Taiwan deu seus saltos sob os auspícios principalmente dos Estados Unidos e da Coréia do Sul. O primeiro francamente decadente hoje em dia e o segundo, pequeno demais pra representar alguma coisa.
Mas o que vale a pena reparar nisso tudo é a competente política externa construída pelos chineses. Eles sem dúvida, são muito capazes. Em entrevista para a BBC Brasil, o professorJiang Shixue, subdiretor do Instituto de América Latina da Academia de Ciências Sociais da China, em Pequim, disse que o objetivo chinês é pragmático:
"A China entende bem que a América Latina é o quintal dos Estados Unidos, então não há razão para a China desafiar a influência americana"
Ou seja, ela adota uma política de penetração, sem enfrentamento. Claro que a China está interessada em nossos recursos naturais, mas e os Estados Unidos estão interessados em quê, nossos belos olhos azuis e em aprender nossas danças calientes?
Significa dizer que sim, ela desafia a influência americana pois quer o que eles também querem e sempre quiseram.
O dado concreto é que nessa altura do campeonato, Washington nada pode fazer em relação a ter um gigante comunista brincando sem o menor pudor, em seu quintal.
Um viva a Bush, que permitiu que tudo isso acontecesse através de sua incompetência e desleixo insuperáveis.
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