quarta-feira, 26 de novembro de 2008
O QUE NOS RESTARÁ NESTA CRISE
Muito se tem falado sobre as formas pelas quais se pode dar a recuperação da economia americana. Não precisamos entrar no mérito, mas algo que convémnotar e que parece, tem passado despercebido, é que algumas delas, serão péssimas para nosso comércio externo (e de outros emergentes).
O nascimento da crise americana, como disse, se deu por volta dos anos 1970, quando os EUA começaram a transferir suas plantas de produção para a Ásia e América Central. Bem, os orientais fizeram melhor proveito disso (vide Coréia do Sul) e os centro-americanos, quase nada. Apoiados claro, por seus ditadores-capachos, fantoches da política de Washington. Isso transferiu para lá os empregos da América e deixou os nativos a ver navios. A economia começaria então, discretamente, a degringolar.
E como lá o poder econômico realmente manda no governo (não que aqui não seja assim), as regulamentações dos mais diversos setores, simplesmente deixaram de existir. Notadamente o setor financeiro. Zero de fiscalização e a "rataiada" subiu na mesa. Estava entregue o ovo que faltava nessa maionese.
Deu no que deu.
Assim, se Obama pretende criar 2,5 milhões de empregos, nós teremos que ajudar a pagar a conta. Podemos nos preparar para receber o protecionismo estadunidense, bem maior do que estamos acostumados. O novo New Deal terá necessariamente, altos impostos para alguns produtos vindos dos diversos países produtores, especialmente aqueles que mantém preços competitivos.
Afinal, quantos setores podem gerar emprego rápido?
E na outra ponta, penso que também veremos no horizonte uma dólar mais barato. Como estava antes da eclosão da crise, já que os EUA precisarão exportar pra compensar em sua balança comercial. Obviamente não se exporta com sua moeda sendo cara.
E isso é ruim para nós, também.
As "Mirians" (os sabujos da imprensa nacional), terão vislumbres orgásmicos com isso, já que se sentem americanos até os ossos (deviam se mudar pra lá, penso). Falarão sempre bem da política de Barack Obama, como aliás, já faz a imprensa nativa daquele país. E regozijarão os verem nossas dificuldades para exportar. Gente como essa, vende (e entrega) a mãe bem rapidinho.
Vamos ver se nossos cobertores são longos porque em algum lugar, ficaremos em descoberto. Especialmente nos setores em que concorremos com a Europa e Japão, já que tal qual uma panela de carangueijos, os ricos estão todos interligados. Quebrando um, quebram todos. Portanto haverá protecionismo e seletividade na hora de escolherem parceiros.
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