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Que a revista Veja é um panfleto patético, não precisa dizer.
Mas o que este escriba vai relatar agora, realmente aconteceu.
Em um almoço com pessoas da classe média alta da cidade "maravilha" do Sul do país (Curitiba), dois senhores da direita política, um moderado e outro extremista raivoso, discutem os termos de alguma "denúncia" lançada pela editora Abril. Paciente e esperando rir muito, lá estava eu, na frente dos dois, ouvindo seus lamentos.
Dado momento o sr. extremista pergunta ao sr. moderado, o que ele tinha achado então, do mais recente "escândalo" do governo do PT, mostrado pela Veja naquele domingo.
O moderado olhou para ele, pegou a taça de vinho, bebeu um longo gole e emendou serenamente: "olha fulano, se é a Veja que tá falando, convenhamos, tem grande chance de não ser nada disso. Ela só mete o pau no governo. Não é possível que eles só façam besteiras. Ninguém é totalmente burro ou mal intencionado".
Descrente no que ouvia, o sr. extremista já puxou a peixeira. "Ah, cicrano, era só o que me faltava. Agora você tá do lado do PT? Tá defendendo estes comunistas?"
Eu quase explodi de tanto rir. Fazia tempo que eu não ouvia alguém chamar o outro de comunista. Até os anos 80 isso era como dizer que alguém era filho do demônio. Hoje, a palavra comunista se perdeu nos livros de história como quase tudo na vida. Jovens de vinte e poucos anos, na minha presença, já confundiram a suástica nazista com a foice e o martelo. Não tinham idéia do que era cada um dos ícones.
O sr. moderado, aparentemente arrependido de ter entrado naquela discussão em específico, disse ainda mais calmo: "olha, volta pra casa e dá uma olhada. Tenta achar quantas críticas ao PT tem na revista e quantas tem a alguém do PSDB. Não é possível que você não ache que tem alguma coisa errada. Usa teu cérebro, fulano!"
"Você bandeou pros lados da esquerda, é?, cicrano?"
"Não debandei pra lugar nenhum. Mas que tipo de idiota você acha que eu sou? Eu sei reconhecer um exagero quando vejo um".
Pra celebrar a breve e ilustrada discussão, resolví eu voltar pro computador e colar o que encontrasse no site da revista na data de hoje. O placar era enorme. Dos 5 artigos sobre política, 4 eram cacete no PT, sempre textuais (o "PT" isso, o "PT" aquilo). O único que não era, defendia o Serra e atacava o Alckmin. Mas era fogo amigo. 3 dos gritos contra os comunistas, são esses do destaque. Um coladinho no outro.
Clique aqui para ver o que Israel (e a Folha) acha da política do Brasil.
Clique aqui para ver Serra levando bordoada de um mexicano.
Clique aqui para ver a Folha censurando blog.
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Um comentário:
Os inocentes úteis ainda vão na onda desta pobre revista. Empata em mediocridade com a Época !!!
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