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O advento da Copa do Mundo Fifa a ser realizado no Brasil mostrou ao povo as diversas faces de uma mesma coisa. O entrelaçamento do futebol com a política, com o dinheiro público e com o amor do torcedor por seu clube.
Notadamente se vê o caso da Capital Paranaense, onde o Atlético Paranaense, cederá sua Arena para os jogos da Copa e para isso, a fechou para reforma. Só que como fechou, não tem onde jogar, e é aí que o bicho pega. Resolveu pedir para a Federação Paranaense de Futebol que interviesse e obrigasse o seu rival Coritiba, a emprestar seu estádio.
Tirando de lado as briguinhas de dirigentes, quando um fala mal do estádio e do time do outro, essa é uma questão séria. E é séria porque mostra que Copa do Mundo é um evento privado, de instituições futebolísticas privadas, que normalmente, dão lucros privados. Mas para a qual o poder público se mobiliza e onde também, coloca muito dinheiro.
Claro que na outra ponta existe retorno institucional. O turismo aumenta muito, as obras de melhorias ficam para as cidades sede. Milhares de empregos são gerados e até o nível escolar de determinados oferecedores de serviços aumenta, como é o caso dos atendentes em hotéis e taxistas. Todos precisam estar preparados. Não faz tempo que as Copas do Mundo começaram a dar lucros para os países sede. Antes era dinheiro a fundo perdido. Agora é claramente uma questão de ganha-ganha.
Cada caso é um caso e os países precisam ser soberanos para saberem se podem ou não realizar os jogos e se têm grana pra colocar nos preparativos. O Brasil preciava disso até como um factóide para se reforçar no cenário político mundial.
Estranho é ver o que foi visto no final da última semana em Curitiba. A Federação Paranaense de Futebol, FPF, instituição à qual se subordinam os clubes do Paraná, obrigou o Coritiba a ceder o estádio por um aluguel de 30 mil reais. Tirando a questão do dinheiro que nos parece mixaria, a primariedade da instituição não se atentou para outros aspectos como por exemplo, a segurança. É que na frente do Estádio do Coritiba fica a sede da torcida organizada deste clube. E o que você acha que vai acontecer nos dias em que o mega rival Atlético Paranaense for usar o campo? Bem, pelo lado mais simplório, a loja da torcida organizada, a Império Alvi Verde (do Coritiba) terá de fechar as portas, impingindo-lhe prejuízo financeiro. No lado mais dramático, haverá quebradeira e prejuízo financeiro para toda a coletividade que mora na região, para os ônibus públicos e todo o etcétera ao qual já estamos acostumados. Não há nem que se entrar na seara de que torcedor que briga e quebra não é torcedor, é vândalo. Isso é claro. Mas é cultural e não será mudado de uma hora para outra.
E a FPF, que pensou a respeito? Nada. Decidiu e pronto!
O Coritiba se mobilizou juridicamente perante o Tribunal de Justiça Desportiva, como era natural que o fizesse. Mas a atitude por assim, dizer, mais expressiva e surpreendente, veio da própria torcida organizada Império Alvi Verde. Procurou aconselhamento jurídico para impedir, dentro das regras da civilidade, o embate que por óbvio, se aproxima (veja as notícias aqui e aqui).
É uma questão para se pensar. Muito dinheiro público será colocado na readequação da Arena do Atlético Paranaense para a Copa. Com isso, ganhamos todos. Mas e o outro lado? A cartolagem está realmente preparada para os ônus de se trazer um evento como esse para o país? Ela está preparada para decidir as coisas no campo do Direito e não do tapetão? Ela está preparada para deixar de molecagem e de se utilizar de uma coisa como a paixão do brasileiro pelo futebol, para fazer por debaixo dos panos o que bem entender?
Convém pensar a respeito. A julgar pelo bom exemplo da Império Alviverde dá pra notar que o cidadão comum começa a se mobilizar quando quem deveria, não faz nada. Pouco se lixa.
Clique aqui para saber sobre um documentário a respeito do homem na lua. Se foi ou não.
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Clique aqui para ver que Curitiba quer voltar às origens.
Clique aqui para ver que o povo cansou de trololó em Curitiba.
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Um comentário:
Esse negócio de "cultural" é bobagem.
Sou corinthiano, lembro que, quando moleque, eu ia assistir Corinthians X Palmeiras no Pacaembú (isso a cerca de 40/50 anos atrás), as torcidas se misturavam, uns tiravam sarro de outros, mas não havia brigas. Isso começou nquando a tv começou a mostrar os tais "holligans" e outros imbecis mundo afora. E como pra copiar coisa ruim não custa muito, os cabeças fracas aqui de Pindorama resolveram imitar os gringos. E deu no que deu...
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