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Não é de pouco tempo que este sincero escriba ripa a imprensa por não saber ela, exatamente o que fala.
Aqui primeiro vamos falar sobre a notícia e depois, sobre o que nossos ilustres colegas do jornalismo falam sobre a notícia.
Bibinho, o desviador mór da Assembléia Legislativa do Paraná, foi preso. Aliás, o "suposto desviador mór", considerando que o caso está sub júdice. Bibinho foi preso e seu advogado foi à mídia dizer que era um abuso a prisão em razão da obstrução da justiça decretada pelo magistrado, porque na visão do defensor, estaria ao arrepio da lei. E o advogado disse textualmente que o réu, é réu. Que ele pode mentir, omitir, e fazer o que bem entender.
A mídia caiu de pau em cima do advogado. Nem criticaram o réu, mas sim, o advogado por suas palavras. Causou até um burburinho na rádio BandNews Curitiba quando seu âncora da manhã falou que o advogado infringia as regras da ética e não sei mais o quê.
Ora, ora. Eu também não acho que Bibinho seja inocente. Convicção minha. Mas regras são regras e o réu tem sim, direito de mentir perante o juízo. Mas o âncora insistiu dizendo que mentir para o juíz é passível de prisão. Não é. A testemunha não pode mentir, o réu, pode.
Pode inclusive fugir. Cabe segundo o entendimento do STF nas palavras de Marco Aurélio Mello. Aliás me lembro até hoje quando ele, o Ministro, em determinado julgamento disse isso, que o réu tinha o direito de fugir. A imprensa quase o matou.
Mas ora, não é papel do criminoso fugir da Justiça? Sim. E é papel de toda a sociedade impedir que isso aconteça. Você pode não gostar, mas as regras são essas. É disso que depende uma sociedade chamada civilizada.
Bibinho como já dito, provavelmente é culpado de tudo o que lhe imputam. Mas o advogado, apesar do carnaval midiático que fez, não está errados no que falou. Cabe aos valorosos jornalistas saberem do que falam antes de falarem. Podiam até dizer que Bibinho é um cara-de-pau mentiroso, mas não poderiam ter dito que o advogado estava infringindo as regras. Infelizmente, você goste ou não, ele não estava.
E essa desinformação da mídia não é um caso isolado. Quando falam de situações médicas, normalmente falam besteira porque não se dão ao trabalho de consultar antes um profissional. Quando falam de Direito, é bola fora o tempo todo. Não deviam ser mais responsáveis, já que se acham assim, tão imponentes e baluartes de tudo o que é moral e certo?
Vale lembrar o caso dos Nardoni e da menina assassinada. Mesmo que fossem inocentes, os acusados jamais seriam liberados. A imprensa os condenou antes em seu picadeiro diário de espetáculos duvidosos.
Clique aqui para ver um hipócrita se aliando a outro na política do Paraná.
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4 comentários:
Todo mundo faz uma baita confusão com essa história de que "o preso tem o 'direito' de tentar fugir".
Não é verdade.
Isso era, e é válido para PRISIONEIROS DE GUERRA, que além do direito, tem o DEVER de tentar fugir, porque se não o fizer, pode até ser acusado de traição ou no mínimo, de colaboracionismo.
Com criminosos comuns (ladrões, vigaristas, homicidas, escambau a quatro), o preso tem mais é que ficar quietinho no xadrez e aguardar o pronunciamento da justiça, através do seu advogado.
E à policia, cabe "guardá-lo" e impedir por todos os meios a sua fuga. Se tentar fugir, a pena pode, inclusive, ser maior...
Carlos, me permita respeitosamente discordar. O tal "direito" de mentir em juízo é garantido pela lei e pelo STF. Vale lembrar a máxima de LEI que diz que ninguém é obrigado a fazer prova contra sí. Ademais, colaciono aqui as palavras do valoroso Ministro do STF: "É direito natural do homem fugir de um ato que entenda ilegal. Qualquer um de nós entenderia dessa forma. É algo natural, inato ao homem". Não estou dizendo que eu concorde, mas as regras do jogo são essas.
Não falei em mentir, falei em fugir.
E direito natural não é direito legal.
Caso contrario eu posso fazer xixi no meio da Rua das Flores sem ser importunado, porque tenho direito natural de fazer xixi, né?
E todo criminoso sempre vai dizer que sua prisão é injusta, mesmo que seja pego "com a mão na massa"...
Muito bem lembrado, o caso Nardoni. A imprensa, como sempre, quer mais é sangue, para vender seus papelotes e seu espaço comercial. No citado caso, a imperita "perícia" direcionou sua vacilante investigação exclusivamente para condenar o casal Nardoni, abandonando toda a lógica, por pura acomodação. Nada foi provado na investigação, nem no julgamento, e é bem possível que haja um assassino solto por aí, rindo da polícia e da justiça, crente que pode continuar matando crianças, com a cumplicidade da polícia e da imprensa, e inspirando outros criminosos. O juízo prévio de Alexandre e Ana Carolina Nardoni não tem nem mesmo lógica, pelos critérios mais banais da psicologia. Foi apenas um show pirotécnico da perícia paulistana, para quem foi mais fácil pegar dois pássaros que estavam à mão do que caçar o pássaro certo.
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