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Impossível ler a manchete do quadrinho acima, e não dar um sorriso daqueles, de soslaio. A escolha dos candidatos a vice nas chapas para o Executivo virou uma piada tosca e mórbida.
Qual o critério? Nenhum que sonde a ideologia ou a capacidade de pensar politicamente de forma correta. Bem do povo? Que nada.
Bem, o Rubens Bueno da manchete, "aprovado" por Roberto Freire*, é uma coisa insossa. Ele é o eterno terceiro colocado quando se trata de candidatura a algo que valha a pena. E isso porque historicamente, ele não fedeu nem cheirou. Bueno se auto entitulou como fazedor de uma política "limpa". Seu lema era o "vote limpo". Mas a verdade é que só tem voto de uma parcela pseudo intelectual dos eleitores. Aqueles que não querem ir para a esquerda nem para a direita, muito pelo contrário. Afinal, sabemos, é chique ser limpo. No caso, um limpo mesmo, vazio, sem conteúdo.
Um profundo conhecedor de política me disse em anos passados que sobrevivem os que pregam o voto limpo, somente enquanto eles mesmos não preocupam e não incomodam ninguém. Me falou (na época das eleições presidenciais de 2006) que a tagarela Heloisa Helena só não era desmascarada porque ela era uma ruidosa útil. Passava por santa já que ninguém gastaria bala nova em defunto morto. Se ela realmente oferecesse perigo, trariam à tona suas vergonhas. Assim, seguiu ela, bem como a Marina Silva mais tarde, andando sobre as águas do Jordão e pregando santidade plena.
A partir daquele momento eu comecei a desconfirar muito dos políticos "limpinhos". O Demóstenes veio para dizer que não estamos mentindo.
O Bueno de Curitiba, que será o vice do atual Prefeito, candidato em quem seu partido cansou de descer o cacete, me parece mais do mesmo. Se foi de caso pensado que sua filha fez um auê em torno dela mesma como algoz do tucano Derosso (que seria o vice de Ducci), vereador acusado de roubalheiras mil, não se sabe. Seria esperar uma brilhanteza na política que não se acha fácil por aqui. Xadrez costuma ser jogo cerebrino, não acessível a qualquer um da política. De todo modo, Derosso foi sacado à força do cargo ungido de candidato "natural" a vice-Prefeito, para ser jogado à vexação pública (mais do que merecida). A vaga ficou "limpa", esperando quem contribuisse mais com a campanha.
Já sobre o atual Prefeito e candidato à reeleição receber o apoio incondicional do PSDB (coisa tão alardeada até há pouco), parece que está se confirmando que realmente, o Governador Beto Richa não tinha intenção firme de dar o suporte necessário a Luciano Ducci, Antes o PSDB tinha o posto de vice garantido (primeiro na figura de Derosso). Muito leite foi azedando e dizem, daqui um pouco, que os tucanos sequer estarão a dar sustentação a Ducci. Se ele ganhar (coisa meio que impossível), voltam a bajulá-lo. Se perder (bem provável), dão um jeito de mostrar ao povo que pularam do barco no momento ideal, sem se comprometerem. Para todos os efeitos, a dívida moral existente entre o Governador tucano e o Prefeito psbista estaria devidamente quitada.
Em outras palavras, pelas alianças costuradas nos últimos dias se consegue enxergar sem sombra de dúvida, que Luciano Ducci foi jogado às hienas famintas. Dificilmente sairá vivo da briga.
Que bom para o povo, que matará dois coelhos com um tiro só. Primeiro, tiram o atual Prefeito do cargo, já que é dono de uma administração bem ordinária. E segundo, vêem quem é o Rubens Bueno do "voto limpo".
* Por favor... quem é Roberto Freire?
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