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Existe um mito ainda reinante em Curitiba, pouco notado pelo próprio povo da capital, de que aqui, apesar dos problemas (que sempre acham que são poucos), a cidade ainda é a melhor do que as outras pra se viver.
Bem, um dia isso já foi verdade e esse blog bate nesta tecla repetidamente. Mas não tem aquele ditado "faz a fama e deita na cama?". Aqui é igual. Os políticos da cidade, a partir de um certo momento, pararam de fazer o melhor. Concentraram-se em transformar a Prefeitua num mero trampolim eleitoral para outros cargos e deram uma banana pro povo.
Basicamente o que aconteceu com São Paulo. Um depois do outro, entram na Prefeitura pretendendo o Governo do Estado. E abusam da boa vontade da população. São Paulo nem sempre foi aquele horror incontornável que é hoje. Mas pela falta de alternância de poder, criou feudos fabulosos. Se não derem um basta, a situação fica irreversível. Lá, já ficou. Aqui parece que vai no mesmo caminho.
Bem, a notícia da Gazeta do Povo de hoje é sobre as cracolândias. Essa era uma droga paulistana mas naturalmente, pegou o Brasil todo de sola. E por quê? Porque é barata e fácil de vender.
Não havendo polícia suficiente para coibir, e com os traficantões soltos por aí (só os pés-de-chinelo estão na cadeia), o negócio vai ficando impossível. Mas uma coisa precisa ser notada. Ninguém "vive" no Governo Federal. As pessoas vivem nas cidades. A grana vinda de Brasília é uma fábula, pra combater as drogas. Os municípios fazem projetos, enviam pra Brasília e a grana vem. E o que acontece? Some na corrupção e na burocracia. E esta é outra coisa pouco ou nada divulgada na imprensa, que tem uma missão única na vida: cacetear o Governo Federal. Ora, ninguém fala dos ralos da corrupção? Ninguém fala que a grana some é nas cidades. Dão a entender que ela se "perde no ar" no caminho de Brasília pra cá.
É preciso ser muito ingênuo para acreditar no trololó que se instalou em nossas bandas. A grana vem das linhas de crédito federais. É sacada aqui, como se saca dinheiro em um caixa de banco, e surpreendentemente, vira vapor.
A cidade de Curitiba tem ótimos planejadores e já foi autora de uma realidade diferente na questão do acolhimento aos dependentes químicos. Tudo foi jogado fora com o fechamento das casas de apoio, com o abandono dos espaços públicos e com o excesso de propaganda e com o mínimno de atitude. Pra se ter uma idéia, o primeiro restaurante de 1 real do Brasil, feito aqui, virou ele mesmo, uma cracolândia. E por quais motivos? Porque o poder público some do mapa e larga num canto suas obrigações.
Preocupada e parecer bonitinha pra quem vem de fora, e pras camadas mais abastadas da população o que houve? Ora, largaram as periferias e os miseráveis ao próprio destino e a bandidagem tomou conta. Os miseráveis andarilhos deixaram de ser acolhidos e crianças de 5 anos começaram a fumar crack. Seja coerente, você que está lendo essa postagem. Adianta se isentar e culpar um moleque de 5 anos e dizer que é drogado porque quer, que é vagabundo? Você pode dizer isso a um adulto, que vira dependente depois de ter um emprego e família. Mas para uma criança? Você que tem filhos, acha que o seu, de 5 anos, conseguiria discernir entre o certo e o errado? Ou uma criança de 10 anos, acha que consegue? Acha que ela tem como?
É pilantragem do poder público que faz isso, ou não é?
É preciso lembrar aos ilustres mandatários da Capital do Estado que eles são sim, responsáveis, pela diminuição do consumo de crack. Ao invés de assumirem seu papel, ficam nesse jogo de empurra, dizendo que é meramente caso de polícia, ou que não têm dinheiro para fazer nada.
E nosso orçamento de 5 bilhões de reais? Serve só pra pagar projetos inexequíveis de metrôs trilionários que só vão encher as burras das empreiteiras de dinheiro? É só pra fazer uma Linha Verde que nunca termina, e que tornou o trânsito, proporcionalmente ao número de carros e habitantes, um dos 5 piores do Brasil?
Como a cada quatro anos, as eleições estão aí. As opções que a mídia nos vende são, o queridinho da América (Gustavo Fruet) e o nosso picolé de chuchu apoiado pelo Governador do Estado, Luciano Ducci, prefeito atual. Infelizmente, os dois têm o mesmíssimo discurso, vêm do mesmíssimo lugar e pretendem a mesmíssima coisa. Usar a cidade como trampolin e o resto que se exploda. O povo que se vire.
Vergonha das vergonhas, até o PT da Capital está (sob as ordens do Ministro Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann) querendo apoiar o neotucano Gustavo Fruet. E por quê? Pra pavimentar a estrada do Governo Estadual para a Ministra. Uma troca de apoio que revira o estômago dos ideologistas.
Meu voto, nenhum desses dois terá.
Se a questão é essa, nos devolvam os 5 bilhões do orçamento. Aposto que o povo tem ótimas idéias sobre como aplicar decentemente esse recurso.
Clique aqui para saber o motivo da compra de um novo avião pelo ilustre Governo do Paraná. Clique aqui para ver o que a FPF não vê. Clique aqui para ver sobre o metrô dos empreiteiros em Curitiba. Clique aqui para ver um bom exemplo de atitude de torcida organizada. .