quarta-feira, 15 de julho de 2009

OBAMA E O GOLPE DA CIA

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Muito se fala sobre o golpe de estado em Honduras. Muito se lê a respeito, também. E claro, muito se deduz. Uns com certa razão, outros sem nenhuma.

Uma coisa que se pode deduzir sobre o golpe e o papel dos EUA nele, é de que Obama não lhe dá apoio. Ou seja, se dependesse dele, o gorila Micheletti iria da cadeira de presidente direito pra cela da penitenciária. Mas não depende de Obama, pois a CIA teve papel preponderante no episódio.

Ora, para os estudiosos das Américas dos últimos séculos, isso é papel passado. A CIA sempre esteve envolvida nos golpes. E ela funciona, como sabemos bem, como uma espécie de governo paralelo no que se refere às questões externas. Jimmy Carter sabia disso porque foi diversas vezes confrontado pelos poderosos da vida dupla estadunidense. É um pessoal que atua no submundo, nos corredores do Congresso e da Casa Branca. A questão é, se o Presidente concordar com o que a CIA está pretendendo, muito bem. Se não concordar, azar o dele, farão mesmo assim.

E ela é comandada pelos republicanos, em larga escala. Nos bastidores, notadamente. E pelos republicanos vestidos de democratas. Uma espécie de filiado ao psdb fazendo pose de PT. Mais ou menos como Delcidio Amaral, Heloisa Helena e em (muito) menor escala, Eduardo Suplicy. Posam de esquerdistas, mas cada um por seus motivos, flertam com a direita o tempo todo.

A CIA manda e desmanda nas verbas para a política externa nos Estados Unidos. Afinal, ela é a ponta de lança dos foreign affairs americanos. Foi através de suas atitudes terroristas ao longo das décadas, que os EUA se tornaram fortes no mundo todo. E na América Latina, especificamente, contribuiram de maneira bárbara para o poderio e o avanço das empresas do Tio Sam. Veja o exemplo da United Fruit que em seus bons tempos, assaltava todas as riquezas naturais de países como a mesma Honduras, El Salvador e Nicarágua para produzir e vender planeta afora em seus saborosos sucos e produtos de frutas. E o povo dessas nações, claro, ficavam à mingua. Famintos.

O estado americano cedia gentilmente seus homens e seu orçamento para os interesses das mega-corporações. Não importando se isso custaria dezenas de milhares de vidas inocentes nos países alvo.

E isso de fato, ocorreu. Basta dar uma olhada nos relatos da história.

O resumão desta ópera é que se Obama tivesse pulso, daria um soco na mesa e diria que quem manda na casa é ele. Mas se ele fizer algo assim, pode se considerar deposto ou assassinado. Exemplos não faltam por lá para ilustrar o poder do submundo norte-americano.

Então ao que tudo parece, ele continuará seguindo com seus planos para reerguer a política interna de seu país. Afinal, convenhamos, problemas ele já tem aos montes.
A própria escolha de Hillary Clinton para ser Secretária de Estado foi um "ok" para os falcões da América. Algo como "relaxem que nisso eu não mexo".

Assim sendo é difícil de se esperar que ele atue de maneira mais efusiva em relação ao golpe hondurenho. Aparentemente, estão esperando, promovendo "conversações" até que a coisa esfrie e saia do noticiário internacional. Daí, bábau.

E sem a pressão americana, Zelaya pelo jeito pode se considerar fora do poder para sempre.

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Um comentário:

Vendedor de Bananas disse...

não deixe de assistir o documentário "a decepção obama" e dar uma olhada nos posts:
http://vendedordebananas.blogspot.com/search/label/Obama
depois vc me fala se o Obama quer ou não quer o golpe em Honduras
abraço