quarta-feira, 11 de maio de 2011

CEGUEIRA SELETIVA

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Este escriba foi adotado pela cidade de Curitba há quase 4 décadas. Ama a cidade com todo o coração e trocaria sua casa talvez por poucas outras cidades em todo o planeta. Mesmo assim, o amor não o tornou cego ou cretino.

Digo isso porque já há muito tempo o curitibano adotou uma espécie de cegueira seletiva. Ignora os problemas e enaltece as vantagens. Longe de ser um comportamento estranho, já que quase todo mundo faz isso em sua vida pessoal, é sim, um comportamento nocivo e muito pouco produtivo quando se fala da vida em uma cidade.

Ora, o curitibano, de nascimento ou não, vive em Curitiba. Em outras palavras, esconder os defeitos da cidade só traz um beneficiado. O administrador público, que se desobriga da verdadeira administração, já que o povo insiste em pensar que está no Jardim do Éden.

Essa coluna de Fábio Campana mostra que o tal Ligeirão ganhou uma notinha na revista Time. Um dos parágrafos fala do "gol" marcado pelo (supostamente) bom sistema de transporte coletivo da capital do Paraná.

Bom para quem, cara pálida? Certamente não para quem o usa. Não para quem acorda as 6 da matina e enfrenta a lotação. Não para quem precisa chegar no horário mas tem que conviver com os atrasos ou com o pouco caso das empresas de transporte. Não para quem é assaltado, atropelado, e acidentado dentro ou por um ônibus, pilotado por motoristas que, com a espada no pescoço, precisam chegar no horário para não levarem multa e verem seu já microscópico salário ser ainda mais diminuído.

Quem ganha com a falação, com a imagem que Curitiba insiste em passar para o mundo? De que aqui tudo funciona?

Não é o curitibano.

Por fora bela viola, por dentro pão bolorento, dizia minha nona em sua inescapável sabedoria. Curitiba, progressista como sempre foi, deveria tomar de novo as rédeas da cidade em suas mãos e dar um basta na propaganda mentirosa. 

Contar vantagem é feio mas é até aguentável, se a vantagem não for mentirosa. Curitiba vive de um passado que não existe mais e parece que não está interessada em torná-lo realidade de novo.

E as eleições estão chegando. De que lado o curitibano está. Da cidade (e de cada um dos moradores) ou do lado dos que fazem a fama, deitam na cama e fazem da administração pública um trampolim para o engrandecimento do ego?

Clique aqui para ver sobre o pedágio urbano que alguns acham bom ter em Curitiba.
Clique aqui para ver o metrô diferente de Curitiba.
Clique aqui para ver Serra esnobando a FIESP.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Levando em conta um comportamento similar,em outro Estado,no momento da escolha de seus representantes,podemos classificar este comportamento de :Paulistismo Curitibano ou Curitibismo Paulista...?????