segunda-feira, 28 de junho de 2010

ÁLVARO DIAS VICE DE SERRA



Temos vivido coisas inospitas esses dias. Em plena Copa do Mundo, a tal definição do vice de Serra, o chilique do DEMo, a ambiguidade dos brasileiros especialmente da classe média, em aceitarem o que a cultura do futebol significa para nosso país.

Indo por partes, nos deparamos com o Álvaro Dias. No meio do caminho tinha um Álvaro Dias. Tinha um Álvaro Dias no meio do caminho. Sim, a analogia com a "pedra" no caminho não é gratuita. Ela é consistente. 

Ao analisar as extensas fileiras de "vice-presidenciáveis" o tucanato se deu conta que está mal. Mesmo tendo passado oito anos usando sua metralhadora giratória em todo mundo que pudesse ser candidato do PT tanto a vice, como ao primeiro posto, se esqueceu de fortalecer o próprio quadro de políticos. Eles foram deteriorando naturalmente na mesma proporção em que o Governo foi ganhando popularidade.

Não foi o PT que ganhou, foi o PSDB que perdeu.

O PSDB não quer reconhecer que por causa do sucesso da administração de Lula, seu discurso moderninho morreu. E morreu por um motivo bem simples. Ficou provado que era só balela, era só trololó.

A direita brasileira nunca soube fazer política. Estava sentada em uma montanha de dinheiro e de uma imprensa corrupta aliada. Quando apareceu um adversário à altura, se perdeu.

Outro dia num restaurante, desses que insistem em deixar a tv ligada no horário do jantar, ouvi um comsensal da mesa ao lado descendo a ripa enquanto assistia a propaganda do PPS onde se exaltava o Serra. O meu colega de refeição dizia para os amigos que o Serra era ridículo. Que não sabia como podia alguém ainda acreditar no que ele falava. Lembrou do FHC e de suas políticas de desmonte do país.

A tranferência de responsabilidades é muito clara na cabeça do eleitor. FHC pode ter dito que inventou o real, que acabou com a inflação. Mas o povo se lembra da taxa de desemprego no período, se lembra quanto custava um litro de gasolina quando começou o governo tucano e quando terminou. O povo lembra de como eramos ridicularizados no âmbito internacional e nos tratavam como capachos.

Por causa disso, o discurso tucano morreu. A comparação se tornou covarde porque  na economia, sequer há o que dizer, mas ainda insistem em falar em corrupção. Ora, por mais que a mídia queira, no mínimo pela cabeça do zé povinho, a noção de corrupção não mudou. Tem hoje e tinha antes também. Então, melhor ficar com quem trabalha.

A filosofia do Paulo Maluf? Talvez.. Sem entrar no mérito da questão do tal "rouba mas faz" (porque não é bem assim), a pessoa comum tem isso muito claro na cabeça. No tempo da tucanolândia, havia roubalheira e mensalão também. 

E não adianta o Serra ficar irritadinho com a jornalista que lhe perguntou sobre isso. O povo consegue ver dois palmos além do nariz, coisa que o tucanato não consegue supor. Para um tucano convencional, povo bom é povo letárgico, que lhe repete as palavras.

Povo papagaio, isso sim. Tucanos gostam de papagaios.

O brasileiro sabe que não foi o PT quem inventou a corrupção, por mais que a Veja queira que assim pareça. Pode até ter se valido dela, mas não a inventou. Serra vai perder já no primeiro turno e isso é divertido. Porque soterra o preconceito de classe reinante no Brasil durante centenas de anos. 

Mas continua outra coisa que a classe média ainda não abandonou. O preconceito contra nossa cultura.

Quanto não ouvimos sobre o "absurdo" de parar um país pra assistir ao jogo da seleção? E na época do Carnaval? "O Brasil só começa a trabalhar depois do Carnaval".

Quanta bobagem. 

Mas esse mesmo povo acha lindo que na Espanha se tire uma siesta depois do almoço. Aqui, ficariam irados com esse povo "vagabundo" que dorme durante o dia. Não vêem problema com o fato de a Alemanha ter mais feriados religiosos que nós. Mas a Alemanha pode, o Brasil, não.

Os EUA podem esvaziar as ruas pra assistir ao jogo final da NFL, o Brasil não pode parar pra ver a Copa do Mundo.

É porque somos terceiro mundo. Eles podem, nós não. A Bolívia não pode ter suas procissões religiosas, afinal, eles são pobres. É feio ver tanto índio na rua. A rica América pode. A Europa pode.

A classe média não se toca que o Carnaval gera renda e emprego. Que o turismo é uma indústria poderossa. Que a Copa aumenta o consumo de carne pra churrasco, de vendas nos bares, de produção de camisetas, de televisões, etc.

A classe média não vê que isso é dinheiro circulando. Dinheiro que vai até pro bolso dela. 

Mas chique é a Europa. Nós não somos.

Álvaro Dias só serviu pra mostrar o ponto em que o PSDB chegou.

Clique aqui para ver que o demo é vingativo, e estrepou o Álvaro Dias.
Clique aqui para ver o que Reizinho acha sobre Israel, que sempre está certa.
Clique aqui para ver as patéticas capas da Veja sobre as chuvas no Rio e em SP.
Clique aqui para ler sobre o mundo encantado da tucanolândia.
Clique aqui para ver a criminalidade que a tucanolândia esconde do Brasil.
Clique aqui para ver que um Datafolha, Dilma empatou com Serra.  Daí acendeu a luz vermelha.
Clique aqui para ver como Serra morreu com a desistência de Aécio para a Presidência.
Clique aqui para ver que Lula é um dos 50 que mudaram o planeta nesta década.
Clique aqui para ler a próxima ladainha da imprensa sobre o "problema" do Brasil.
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2 comentários:

Ricky disse...

Perfeito. Realmente há muitos que ainda acham bonito o lá de fora, mas acredito que esse pensamento esteja mudando. Pelo menos ao meu redor, as pessoas têm assistido ao jogo do Brasil não por não trabalhar, mas pq se sentem mais unidas e orgulhosas do país.

E sobre o PSDB, tenho nem o que dizer, eles são ridículos. Entretanto, por enquanto, pra mim, estou com Lula, e não com o PT. O PT aqui em Fortaleza faz uma administração horrível.

Edson Ferreira disse...

Muito bom o seu texto! Conciso, coerente, histórico. Obrigado por compartilhar esse conhecimento.