domingo, 11 de julho de 2010

OS LEITORES DE VEJA



Houve um tempo, até quase uma década atrás, o mundo brasileiro era mais ingênuo. Acreditava em monstros de 7 cabeças, fadas, duendes e caçadores de marajás.

Batendo nas portas das eleições de 2002, quando o sapo barbudo Lula deu uma surra  no bonzinho Serra, as publicações nacionais espumavam pela boca e desfiavam seu ódio incontrolavel pela esquerda mundial. Fosse ela em Cuba, nos Estados Unidos ou no Brasil.

Os editores de capas da revista Veja tinha orgamos multiplos ao trazer ao mundo suas perolas. Eram festejados nas redações e recebiam tapinhas nas costas dos chefes. Não passava disso, naturalmente. Direita que é direita não recompensa adequadamente seus empregados. Vassalo é sempre um vassalo, inclusive na editora Abril.

Muitos desses capachos em forma de empregados deixaram seus postos. Outros ficaram. 

Mas as idéias e a criatividade foram minguando na mesma proporção de seu poder de persuasão. Era a morte do discurso da direita, sepultado pelos novos tempos mundiais quando até os EUA elegem um homem que não coaduna com o pensamento de Hitler.

Enquanto o cidadão comum consegue verificar com uma rapidez impressionante que o trololó da campanha tucana começou de novo, onde se precisa criar um monstro inexistente para se propor a cura através dos bem intencionados tucanos-supremos-sapientes-governantes; as redações vão ficando sem discurso.

Não tem muito o que dizer afinal de contas, o zé povinho já notou que Lula não era radical, nem ninguém do PT vai tomar as casas de quem as possui. O ideário comunista leninista morreu na antiga União Soviética, mas sobrevive nos recôncavos dos cérebros atormentados dos remanescentes da direita brasileira. 

É como um assassino que vem a ser permanentemente chicoteado pelos fantasmas daqueles que tirou a vida.

Mas dizer isso também é tolice. 

Ninguém na redação da Abril é ingênuo. Sabem muito bem que não existem  radicais no PT. Se há algum exemplar de radicalismo esquerdista no país, debandou para sublegendas como o PSOL e o PSTU. Mesmo assim, com muito mais cérebro do que os "coerentes e bem intencionados" representantes  da direita. Mas não é o que quer fazer crer a Veja, em seu discurso insano.

Tanto ódio tem um bom motivo. Ficar sem as verbas do governo FHC tem sido desastroso para a grande imprensa brasileira. É difícil manter uma publicação cara quando os anunciantes fogem de medo de serem associados ao pensamento da Gestapo e os leitores se recusam cada dia mais, a comprar os idearios da SS reeditados no Brasil. Ou seja, o leitor ordinário já percebeu que a mídia brasileira simplesmente odeia o PT pelo singelo motivo de que não consegue mais ganhar tanto dinheiro de modo tão fácil como conseguia antes. Desaparecendo os leitores desaparecem os aunciantes, ficando só aqueles cujos produtos verdadeiramente independem de ideologia. Ou se dependem, são comercializados entre brancos com renda mensal muito alta.

Trocando em miúdos, sem anunciantes, sem leitores e sem verbas públicas, não há mesmo quem resista.

Veja realmente é um caso a ser estudado em consultório psicológico. Ela se tornou um panfleto tão descarado do fascismo, que virou piada até entre seus leitores. Ex-leitores, aliás.

Ao abastecer o carro na manhã deste domingo, este escriba se deparou na fila do caixa com dois senhores que esperavam para pagar suas contas no posto de gasolina. Na gôndola perto da registradora, exemplares de diversas publicações da Abril. Entre elas a Veja da foto acima. Um dos velhinhos, dono de uma reluzente Hyunday Veracruz, pegou a Veja, mostrou para o colega e riu. Perguntou ao outro se a Veja achava que todo mundo ainda era burro.

A resposta para a questão é muito clara. Sim, a Veja acha.

E não se deu conta que fala para cada vez menos pessoas.

Clique aqui para ver sobre a multa aos Amigos do Presidente Lula.
Clique aqui para ver como a tucanagem adora a democracia.
Clique aqui para ver que tipo de imprensa é tolerado pela nossa, imprensa.
Clique aqui para ver o que Reizinho acha sobre Israel, que sempre está certa.
Clique aqui para ver as patéticas capas da Veja sobre as chuvas no Rio e em SP.
Clique aqui para ler sobre o mundo encantado da tucanolândia.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Recebemos esse lixo aqui em casa, sem pedir.

Até de graça estão mandando, tamanha falta de interesse dos leitores.

A falência está chegando.

Marco disse...

Excelente sua análise...
Lá no nosso blog temos um post que também foi motivado por essa capa.
Faz muito tempo que eu não leio essa merda, mas não há como evitar olhar sua capa estampada nas bancas.
Como não leio, talvez esteja sendo exagerado, mas o único senão que eu apontaria no seu texto é o de que esse governo fechou a torneira da publicidade para os órgãos de imprensa fascista. Pelo menos na Globo, que por falta de opção eu acabo assistindo, ainda há muita propaganda do governo. Continuam enchendo o rabo dos Marinho de dinheiro.
Desculpa o vocabulário, mas é para enfatizar o quanto isso me deixa contrariado.
Saudações!

Nosso link:
http://oantipig.blogspot.com/2010/07/capa-da-veja.html