sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O EGITO ENGANADO DE NOVO

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Algumas coisas curiosas estão sendo vistas em razão da crise no Egito.

Uma delas foi o "sarro" que Ricardo Boechat tirou esta manhã de sexta, por causa da dialética empregada pelo exército daquele país, ao anunciar que cuidará de implementar as "reformas" propostas por Mubarak.

Em outras palavras, o exército cuidará de não mudar nada.

E o povo, massa de manobra como sempre, ainda aplaudirá.

Boechat notou, porque é óbvio, que os governos fazem isso. Colocam uma idéia monstruosa numa embalagem bonita, e empurram goela abaixo do cidadão. Exatamente como os EUA, o Brasil e tantos outros países, fizeram (e fazem) por muito tempo. A América é o caso mais gritante. Vendem "democracia" como sendo a panacéia, mas o que entregam para o povo é um governo fajuto voltado aos interesses de meia dúzia. Democracia que é bom, nada. Curioso porque é justamente esse tipo de governo que Boechat e sua turma apoiam tão desesperadamente nas entrelinhas de seus discursos. É quase como se eles mesmos não fizessem parte do povo. Não fossem humanos. Entaltecem uma ideologia exclusivista e elitista pensando até, em serem favorecidos por ela, mas não são. São relegados ao pó, como os 150 que foram mandados embora da TV Cultura de SP. Só o que importa é o dinheiro e o benefício que os amigos do rei irão encontrar. Eram meramente, massa de manobra.

A outra coisa curiosa sobre a tal revolução no Egito, é mesmo, o papel dos EUA na história. Ora, foram o dinheiro e as armas dos americanos que sustentaram o ditador no poder durante essas 3 décadas. Uma ditadura talvez mais longa do que a da Coréia do Norte, mas que raramente era tratada como tal, pela mídia. Só quando o caldo entornou que o "ocidente" resolveu perceber que se tratava de um déspota. Mesmo assim, ninguém vai em público falar e dar nome aos bois. Dizer a mando de quem estava Mubarak.

Sendo assim, volta a dialética. Obama e Hillary vão em público dizerem que "exigem" democracia, mas quando sabemos que eles não tem a menor intenção de abrir mão de seu satélite do Oriente Médio. Mubarak serve e sempre serviou aos interesses dos EUA e de Israel. Difícil acreditar que não irão querer colocar alguém de sua confiança no cargo, agora.

O povo se cansou de Mubarak, mas foi uma daquelas revoluções que nascem de um estopim nada a ver. O povo estava normal até outro dia. e por algum motivo vindo da Tunísia, resolveu subir nas tamancas. Tudo isso significa dizer que o povo do Egito será novamente, engambelado. Só haverá eleição lisa, se houver muito sangue nas ruas. Caso contário, nada feito.

O povo, se não exigir uma saída completa, continuará alijado do poder. E Obama, com sua Secretária de Estado boazinha, jogará novamente o lençol sobre a democracia nos confins das arábias.

Mas uma vez a dialética vencerá. A mesma dialética da qual Boechat tirou sarro, mas aparentemente, sempre apoiou.

Clique aqui para ver sobre Alckmin, que não lembra de ter governado.
Clique aqui para ver que a Veja reconhece seu ódio.
Clique aqui para ver que a mídia esqueceu que apoiou a ditadura.
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2 comentários:

Anônimo disse...

O simpático e às vezes lúcido Boechat trabalha para o Saad, aquele que veta a Erundina, representante do povo e que deseja saber, com muita razão, como andam as coisas neste malfadado regime de concessões.....

O que o Boechat diria? Do Egito, lá longe, ele tem visão crítica.

Walney Batista disse...

Oi estou começando um trabalho e gostaria que você também mim seguisse.Um abraço,gostei do seu blog!