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Quando criança, minha nona assim me dizia: "Meu filho, nada como um dia depois do outro".
Frase antiga que todo mundo já ouviu. Mas na política nada poderia ser mais atual.
Tempos atrás, Gustavo Fruet, um nome até conceituado na política paranaense (mais pelo sobrenome do pai, que por ele mesmo), resolveu sair do PMDB pra ir pra tucanagem por causa de uma briga com Roberto Requião. Fruet achou que teria mais espaço por aquelas bandas e como sabemos que pouquissima gente dá alguma bola pra tal ideologia partidária, Fruet não se fez de rogado. E saiu atirando, ainda por cima.
Aliás, convém fazer um aparte. "ideologia partidária"? Que que é isso? É de comer?
Bem, só que pelo jeito as coisas não caminharam como deveriam e Fruet também foi jogado às traças no ninho tucano. Aparentemente lá tem estrelas demais numa das poucas praças onde a mentalidade* do PSDB realmente nada de braçada. Fruet queria um espacinho pra disputar a Prefeitura da cidade mas ao que parece, não vai rolar. Sendo assim, dizem nos corredores da política que ele estaria ensaiando sua volta ao PMDB, do mesmo Requião que era alvo de seu ódio até anteontem.
Fruet perdeu muitos votos por causa da questão da saida do PMDB. Ficou claro pra opinião pública que era coisa de rinha de galos, não havia nenhum conteúdo programático que sofresse conflito. Era só questão de ego, mesmo. Porém, o tempo passou e os eleitores como sempre, esqueceram. Fruet conseguiu alguma projeção e quase se elegeu senador justamente em cima do mesmíssimo Requião. Requião ganhou, fez troça no twitter mas soube que havia uma sombra pesando por alí. Sabia que Fruet, para o bem ou para o mal, tem lá seu curral de votos. E esse curral é de uma parcela considerável da população de Curitiba.
Na outra ponta o Prefeito de São Paulo apareceu pra oferecer uma boquinha pra Fruet em seu mais novo partido. Kassab além de tentar fazer um partido, tenta construir sua própria sobrevivência política já que sabe que se pegar o Serra pela frente no ano que vem na disputa para a Prefeitura, seu candidato não terá muita chance. O paulistano ama o Serra na mesma proporção que naquela terra tem alagões. É uma coisa de louco.
Se Fruet for para o partido do Kassab, terá legenda própria pra disputar a Prefeitura de Curitiba. Porém, por óbvio, terá que ter muita aliança para construir tempo de TV.
Por outro lado, se voltar para o PMDB, bagunçará a disputa pois os candidatos já estão se alinhando em torno de seus aliados e preferidos.
Requião por óbvio, não ficará inerte. E terá que escolher. E é aí que mora o perigo.
* A mentalidade de PSDB é um licor que embebeda todos os políticos da situação em Curitiba já há muito tempo. Mudam de partido por conveniência, mas o cerne é sempre o mesmo.
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