quarta-feira, 6 de julho de 2011

NEOTUCANOS E SUAS MÁQUINAS MARAVILHOSAS

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Quando este escriba eramoleque, fazia fila para tomar o ônibus e ir para a escola. Era um tempo em que se podia programar as saídas porque era possível saber o horário dos ônibus. Assim, era muito comum pensar "vou pegar o ônibus daqui vinte minutos, porque estará mais vazio, já que tenho tempo sobrando".

Era outra época. Na opaca tecnologia de então, um papel afixado nos pontos e terminais dos coletivos davam conta do recado. Se alí dizia que o veículo chegaria às 10, ele chegava as 10 e pronto. Nenhm segredo e nenhuma dificuldade.

Atualmente quem toma o ônibus nas "modernas" estações tubo de Curitiba, não consegue planejar, já que não tem idéia do horário em que ele passa, especialmente porque ele não tem mais um horário específico. Ao menos, essa agenda não é conhecida do usuário.

Sabedora do problema, a Prefeitura de Curitiba teve mais uma "grande" idéia, igual às "grandes" idéias que vem tendo nos últimos anos. "Vamos comprar de alguém a solução". E de preferência, pagando caro.

O cidadão queria uma folha sulfite afixada, mostrando os horários. A administração lhe traz um painel caríssimo de monitoramento digital, que além de dispendioso, não lhe resolve o problema. Ora, muito básico. O cidadão que já está na estação esperando o ônibus não quer meramente saber se ele ainda vai demorar 3 minutos para chegar. Ele quer poder saber TODOS os horários dos ônibus para que possa então, fazer sua programação diária. Saber a que horas pode sair de casa com tempo suficiente para não chegar atrasado no compromisso, e sem, necessariamente, pegar um horário de pico onde muitas outras pessoas estejam indo para o trabalho, por exemplo.

Mas ouvir o povo é difícil. Como já disse a neotucana Zélia Cardoso de Mello, o povo é somente "um detalhe". O que importa são os contratos, as "licitações" (sim, entre aspas porque sabemos como funcionam), os espelhinhos para os indígenas. Um painel digital não passa disso, espelhinho para enganar o nativo, que sequer precisa dele. 

Paulo Maluf ficou conhecido pela máxima "rouba mas faz". 

E quando não "faz", o que dizer de uma administração?

ps. Hoje em dia, também não existe mais fila. Somente a selvageria do atropelo, que não respeita idosos ou deficientes.

Clique aqui para ver que o Prefeito de Curitiba vetou o afixamento dos horários de ônibus nos pontos.
Clique aqui para ver a memória curta de Pedro Simon.
Clique aqui para ver o estadinho falando bobagem, para variar.
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