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Conforme se vê, as administrações neoliberais se convertem em meras compradoras de bens de consumo, em detrimento do que realmente importa e auxilia a população. Tudo é compar, comprar, comprar. Os governantes dizem que vão e vem de não sei aonde no mundo, trazendo ônibus, aviões e badulaques para, revivendo o "descobrimento" do Brasil, seduzir os índios com espelhinhos.
A população de Curitiba pediu meramente que a Prefeitura, através do ente autárquico que rege o transporte coletivo na cidade, divulgasse o horário dos ônibus. Ora, o contribuinte pagador de impostos chega no ponto e não tem a menor idéia de quando haverá um veículo para levá-lo. A Prefeitura veta e diz que tem uma idéia melhor. A idéia melhor é ir ate a Itália e comprar um sistema de monitoramento eletrônico que informa através do painel digital, quanto tempo falta para o tal ônibus chegar.
Lindo, maravilhoso. Mas precisava? Bastava um cartaz afixado, bem baratinho, para satisfazer a necessidade pública.
Até porque, um sistema não substitui o outro. O povo também precisa saber que horas passará o ônibus de noite, ou amanhã pela tarde. O povo precisa poder se programar.
Quanto vai custar o espelhinho jogado aos indígenas? Bem caro, por óbvio. E ele é pago com o dinheiro do pobre cidadão, que já arca com uma tarifa caríssima para ser levado por um ônibus lotado e ineficiente.
Novamente Curitiba mostra porque virou vanguarda do atraso. Semáforos até debaixo de viadutos, monitoramentos eletrônicos dispendiosos, radares escondidos atrás de árvores e de postes, obras viárias onde não são necessárias, esquecendo de onde elas são requisitadas. Enquanto a Prefeitura só pena em comprar, comprar, comprar, a cidade afunda em crateras de obras não fiscalizadas.
É a questão de se perguntar. Quem ganha com tantas compras?
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3 comentários:
A questão reside no fato de que NADA que seja feito na cidade pode ser simples e barato porque ALGUÉM tem que GANHAR dinheiro com a coisa.......de preferência um antigo ou futuro doador de verbas para campanhas eleitorais. E como dizia a ex-ministra do tempo de Collor, Zélia Cardoso de Melo: "O povo? O povo é só um detalhe".......
Já trabalhei com serigrafia e posso dizer que uma placa metálica com os horarios custaria por volta de R$ 10,00 a unidade, colocada. Até menos, dependendo da quantidade.
Mas aí é muito barato, não dá pra pagar comissão pra ninguém...
Aliás, esse tipo de superfaturamento (roubo) é comum nos órgãos públicos.
Fiquei sabendo que para instalar uma placa de sinalização gasta-se em média R$ 700,00 (setecentão).
Um postinho de aço, uma placa pintada e cimento pra chumbar custa tudo isso?
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