quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A COR DE OBAMA



Muito tenho ouvido falar sobre a negritude de Obama. Vejo esperança nos olhos de muitos que falam. Tantos deles estão na África, e festejaram nas ruas a eleição de um de seus irmãos, ao posto de homem mais importante do mundo.


Mas não sei. Acho que antes de ser negro, Obama é norte-americano, e será o capitão de um país dominado por interesses muito distantes daqueles comuns às pessoas ordinárias.

E Obama ele mesmo, é da elite. Não foi pobre como um negro africano convencional.

De toda forma, vamos ver quanto Obama ajuda a África que morre de AIDS e de fome, quando através do poder público e do Estado, seja pelo exército ou por sanções econômicas, seu país legitima empresas e laboratórios a, além de realizarem experiências incríveis com seres humanos miseráveis daquele continente, sob os conlúios absurdos com seus governos igualmente corruptos; e legitima também os mesmos laboratórios a não reduzirem o preço dos coquetéis já que são uma fonte bárbara de dinheiro numa terra onde cerca de 40% da população é soropositiva.

Vamos ver se Obama se lembra que é negro quando vierem bater à sua porta pedindo socorro por causa das ditaduras eternamente suportadas pela covarde política além-mar da CIA com total apoio da Casa Branca que já dizimou milhões de pessoas (normalmente inocentes) ao longo de tantas décadas.

Vamos ver ao menos se Obama se lembra de onde vieram seus ancestrais quando se aperceber (fazendo de conta que nunca soube disso) que as armas que seu país produz (mas não só elas, é verdade) são as mesmas que abastecem os ditadores e seus inimigos, fazendo guerras permanentes naquele lugar perdido do planeta Terra.

Ou que peçam que ele assine, como Bush se negou a assinar, o tratado de banimento das minas terrestres que ceifa a cada dia, a vida e a metade do corpo de crianças e adultos condenados a viver num lugar que ao que parece, até Deus esqueceu...

Sinceramente, quero ver se Obama é mais negro ou mais norte-americano.

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