sexta-feira, 12 de setembro de 2008

REPÓRTERES DE MARTE.



Pesquisando informações sobre imposto de renda para uma ação (sou advogado) me deparo no Google com um artigo de O Globo (leia aqui). Vejam se não é exatamente aquilo a que me referi, sobre um pessoal classista e alienado da realidade do país.

Percebam a frase: "É muito comum o rapaz ou a moça passarem na faculdade e o pai dar um carro de 80 ou 100 mil (...)"

Ok, a frase em questão não é do jornalista e sim do entrevistado. Mas peraí. "É muito comum"?

Não é muito comum sequer o pai dar um golzinho zero quilômetro que segundo a propaganda da Volks custa $ 25 mil, quem dirá um carro de $ 100 mil! Onde mora esta gente que produz leituras que nós consumimos? Sei que em termos jornalísticos não tem nada de errado na publicação, afinal quem afirma isso é o entrevistado e não o repórter, mas será que produzimos notícias para meia dúzia de pessoas?

A resposta é SIM, produzimos. E na cabecinha dos repórteres o mundo onde moramos é o de Alice. Não necessariamente que tais repórteres vivam ou tenham um padrão de vida condizente com esta mentalidade. Mas gostariam muito de ter e por isso, gravitam na órbita elitista e classista de alguns setores de nossa sociedade.

Por isso desconhecem a importância de programas como o Bolsa Família e similares, aos quais chamam de assistencialista e caça-votos.

E eu diria mais. Também não entendem de economia porque programas sociais ampliam a renda e por consequência a economia do país. O Japão fez isso alguns anos atrás distribuindo para cada cidadão japonês o equivalente a 500 dólares para que ele gastasse em bobagens para fazer a economia girar. O Newl Deal americano depois de 1929 fez o mesmo pelo simples fato de que dinheiro circulando é economia crescendo.

Hillary Clinton falou textualmente que adotaria o Bolsa Família brasileiro caso ganhasse as eleições (leia aqui). "Essas idéias de combate à pobreza podem ser colocadas em prática aqui, na nossa casa", disse ela.

Os países de primeiro mundo que nossos caros elitistas tanto adoram fizeram o mesmo que estamos fazendo agora. Nós é que não inovamos, estamos apenas copiando. Mas pra nossa classe-média desinformada (ou mal informada pela Veja e assemelhados), isso não passa de assitencialismo.

Mea culpa, gente... mea culpa...



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Um comentário:

Anônimo disse...

Não se esqueçamos que o miserável só existe, graças ao produto fabricado pela ganância de poucos capitalistas. O Lulla não deveria conceder bolsa-esmola, muito ao contrário, deveria criar empregos decentes, com salários dignos. Igualmente, construir escolas com boa condição de ensinar os jovens, com professores bem remunerados e aptos a ministrar aulas de qualidade. Tirar a saúde da UTI, construindo hospitais de primeiro mundo e, que todos tenham atendimento adequado. Bolsa-esmola é apenas um paliativo para manter o povo plácido e, obediente para que a elite faça o quem bem entende dos cofres públicos. Nem todo governo, governa para a maioria, o Lulla no decorrer de seus mandatos tem trabalhado para os poucos privilegiados, ou seja, reiterando dezenas de vezes, para banqueiros, empresários, especuladores e proxenetas que ficam na moita aguardando uma oportunidade para participar da quadrilha. Abraços.Marco Antônio Leite